Quarta-feira, 17 de março de 1965

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Savannah's pov

Não sabia se deveria buscar Any na casa dela, mas foi o que eu fiz. Dez minutos antes dela sair eu estava lá, parada em sua porta, sorrindo.

— Bom dia. — ela abriu um enorme sorriso. — O que faz aqui?

— Queria te ver antes da escola, então vim te acompanhar. — falei dando de ombros.

— Tem um atalho pelo bosque, quer conhecer?

Assenti e a segui para o caminho contrário da cidade, entrando no bosque junto de Any. Ela me guiava com facilidade, parecia saber muito bem o caminho.

— Eu nunca trouxe ninguém aqui antes. Até porque não tenho que trazer. — Ela riu, até sua risada era linda.

Segurei seu pulso a fazendo parar e se voltar para mim com uma cara de interrogação e um sorriso confuso. Coloquei as mãos em sua cintura e a aproximei devagar, sentindo o calor de seu corpo esquentar o meu e vendo os seus olhos se fechando. Beijei seus lábios com carinho, tentando transmitir tudo que sentia naquele momento.

— Eu queria ficar aqui te beijando para sempre. — ela sussurrou cortando o beijo e me olhando nos olhos. — Mas temos aula.

— Infelizmente. — resmunguei dando um último selinho, que ela aprofundou transformando em um beijo de verdade, do qual saímos ofegantes.

— Quer dormir lá em casa na sexta?

— Já está querendo me levar para cama, senhorita Gabrielly? — brinquei.

— O que? E-eu não... — ela ficou vermelha, mas depois riu entendendo a brincadeira.

Seguimos para escola em silêncio, trocando alguns beijos, mordidas e um chupão sem querer que daria trabalho para esconder.

— Oi Noah. — cumprimentou com a cabeça baixa.

— Bom dia Any. Savannah.

Fiz um gesto com a cabeça mas me mantive quieta. Obviamente ele não gostava de mim. E o sentimento era mútuo.

— O que é isso no seu pescoço? — Noah pressionou o hematoma roxo que havia deixado em Any.

— Er... Falta de ferro, estou com hematomas por todo o corpo. — Ela deu de ombros.

Ele assentiu e seguiu para a classe, enquanto eu e Any ficávamos no pátio sozinhas.

— Foi uma boa desculpa. — comentei sorrindo. — Vamos para aula?

Caminhamos em silêncio até nossa sala. Roubei um ou dois beijos no corredor pois não havia ninguém, estavam todos na sala.

[...]

— Pai, posso dormir na casa da Any na sexta-feira? — perguntei durante o almoço.

— Fale com sua mãe, por mim tudo bem. — Ele deu de ombros.

— Mãe? Posso dormir na casa da Any?

— É aquela garota que veio aqui, certo? — ela levantou um pouco o olhar.

— Sim, Any Gabrielly.

— Claro Savannah, ela parece ser legal. — ela deu um sorriso antes de voltar os olhos para o prato.

— Ela é a filha daquele pastor? — James arqueou as sombrancelhas.

— Sim, Silvio. Por quê?

— Ele veio dar as boas vindas hoje.

[...]

Any's pov

Bati na porta torcendo para Savannah atender, ainda tinha medo de seu pai e não sabia como tratar sua irmã e sua mãe.

— Any? O que faz aqui?

— Oi Savannah... Eu queria caminhar um pouco, quer vir?

[...]

Caminhamos com a cabeça abaixada até um lago próximo e nos sentamos na passarela de madeira.

Savannah acendeu um cigarro e me ofereceu outro. Eu não fumaria, mas pareceu atraente nos lábios dela.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas o silêncio entre nós não era desconfortável. Se fosse alguma outra amiga minha, estaria falando de algo estúpido. Com Savannah na havia essa obrigação de ter uma conversa, nosso silêncio era mais sincero que qualquer conversa que já tive com Noah, mamãe, papai ou quem quer que fosse.

— Pega uma pedra. — disse se levantando.

— Para que?

— Não questione, só pegue uma pedra.

Ela se abaixou e escolheu algumas pedras escuras, depois se virou para mim e estendeu a mão para que eu pegasse.

— O que eu faço com isso? — arqueei as sombrancelhas.

— Nunca brincou de ricochetear pedras na água? Eu fazia isso o tempo todo na Austrália.

Fiz que não com a cabeça. Savannah suspirou e me puxou pela mão me levantando. Virada para o rio, ela atirou uma pedra achatada que ricocheteou três vezes antes de afundar.

— Tenta, é divertido. — deu um daqueles sorrisos perfeitos dela.

Me posicionei como ela ensinou e joguei a pedra, que afundou de primeira. Bufei enquanto Savannah ria do meu descontento e me mostrou novamente como eu devia fazer.

Na terceira tentativa a pedra ricocheteou duas vezes e afundou. Savannah comemorou e me deu um selinho rápido.

— Parabéns. — ela disse sorrindo entre o beijo.

Coloquei meus braços em torno de seu pescoço e acareciei seus cabelos loiros. Suas mãos entrelaçaram minha cintura me aproximando mais. Logo a distância entre nossos lábios não existia, eles estavam juntos novamente. Era inexplicável o que ela causava em mim, choques percorriam por meu corpo a cada movimento.

— Temos que voltar. — cortou o beijo fazendo um biquinho emburrada.

— Sim... Vamos antes que escureça.

Voltamos brincando e rindo baixinho com as besteiras que dizíamos. Ninguém prestava atenção em nós, o que era um milagre.

[...]

— Te vejo amanhã na escola? — a abracei.

— Claro, amor. — ela beijou a minha testa demoradamente e sorriu. — Até amanhã.

amor...

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eu queria um relacionamento boiolinha é pedir muito?
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take me to church;; SavanyOnde histórias criam vida. Descubra agora