Chego em casa e entro em choque. Será que dar uma festa sem autorização foi uma péssima ideia? Com certeza. A cena que vejo é algo que nunca esquecerei. Um rapaz muito bêbado que eu nem sei quem é está apoiado na porta e o Paulinho está com uma feição de desespero olhando para a janela de vidro, que, só agora, percebo que está completamente quebrada.
— O que aconteceu aqui? — pergunto tentando manter a calma.
— Esse bêbado aqui jogou uma cadeira na janela — Paulo diz, e vejo que está tão bravo quanto eu.
— Quem é?
— E eu vou saber? Com certeza é mais um amigo de um amigo seu que entrou de penetra.
Eu nem estou preocupado com o menino, eu só quero saber o que vou fazer quando meu pai ver tudo isso. Eu já não tenho uma boa relação com ele, agora muito menos.
Levo o garoto para o quarto de hóspedes e o Paulinho vai embora. Limpo os cacos de vidro e fico pensando em qual é a melhor decisão a se tomar agora. Eu ligo para alguém? Conto para os meus pais agora para a bronca ser menor pessoalmente? O que eu faço com esse menino que eu nunca vi na vida? A melhor resposta que encontrei foi ir dormir, talvez eu acorde amanhã e tudo isso seja um pesadelo.
...
Não foi um pesadelo. Acordo cedo para arrumar a casa, que está destruída. Pego meu celular e olho as notificações, pelo visto, todos menos eu gostaram da festa. Que bom, porque eu nunca mais vou dar uma. Vejo um perfil que nunca tinha reparado, é a irmã do João, Alice. Algo nela me faz querer conhecê-la mais, não sei o porquê. Tomo bastante cuidado para não curtir nenhuma foto sem querer, ela pode achar que estou a stalkeando, bem, é o que estou fazendo, mas ela não precisa saber. Resolvo começar a segui-la, talvez ela se lembre de mim.
Escuto barulhos vindos do andar de baixo. A janela está quebrada, então fico com medo de alguém ter entrado. O que eu faço? E se eu descer e for um assassino ou um ladrão? Do jeito que eu sou, ele não vai ter nenhum trabalho pra me matar. Não! Eu vou lá. Tenho um hóspede, não posso deixar nada acontecer, ele ainda precisa pagar minha janela!
Desço as escadas bem devagar, pensando bem, é melhor morrer do que enfrentar meu pai. Chego à cozinha e grito, ele grita, eu paro, olho fixamente para o meliante e quero arrancar sua cabeça.
— Meu Deus menino, que susto!
— Desculpa, eu queria saber por que estou aqui — ele diz confuso.
— Ontem na festa você ficou muito bêbado e, como não sei quem você é, te deixei dormir aqui — digo tentando me acalmar.
— Entendi. Bem, muito obrigada e me desculpe pelo incômodo — diz indo embora.
— Nem mais um passo! — digo irritado. — Você pode não se lembrar, mas eu me lembro muito bem que ontem você quebrou minha janela, e por isso, vai ter que pagar.
Ele sai correndo. Eu mereço, ele só pode estar de brincadeira! Corro atrás dele e, para minha sorte, ele só tem aparência de atlético.
— Primeiro, qual é o seu nome? — pergunto irritado.
— Mateus — diz ofegante.
— Certo, olha aqui Mateus, você quebrou e vai pagar. Eu não estou nem aí se você estava bêbado, vai pagar e pronto, não adianta fugir!
— Tudo bem — ele cede após um longo tempo.
Converso com o Mateus e acerto o pagamento. Não fui com a cara dele, muito arrogante, irritante, sem graça e estranho. Pode ser que eu esteja o julgando errado, mas não quero saber também.
Arrumo a casa toda, para pelo menos ter só a janela de errado. Quando termino, tomo um banho e repasso os acontecimentos de ontem. Será que o João e a Alice estão bem? E por que raios eu estou pensando neles agora? Eu deveria estar me preparando para o meu funeral!
Já são três horas da tarde e eu ainda não consegui pensar em um jeito de arrumar essa janela, até porque hoje é domingo, então não têm nenhuma loja aberta. Escuto barulho de carro, espera aí, eles já chegaram? Achei que meus pais voltariam só de noite, mas pelo visto a minha paz não durará mais do que um minuto.
— O que aconteceu com a minha janela! — meu pai grita com uma expressão assustadora.
— Não grita com ele César — minha mãe diz com a voz doce de sempre, mas vejo que ela está preocupada.
— Não se mete porque eu não estou falando com você Márcia — ele responde e eu tenho vontade de jogá-lo pela janela, já que está sem vidro, ele não vai se machucar muito.
— Por que você tem que ser tão rude? — pergunto já me alterando. — Não foi ela que quebrou, ela não tem nada a ver com isso.
— Se eu fosse você eu não falaria nesse tom, ouviu? — ele diz e a ameaça é clara. — Agora, o que aconteceu aqui moleque?
— Eu dei uma festa e um cara bêbado jogou uma cadeira na janela — digo de uma vez, vai ser melhor assim.
— Você o que?
— É isso mesmo que você ouviu.
— Ah entendi, o reizinho está se achando independente. Depois de já ter batido o carro você ainda fez isso — ele diz indignado e me dá um soco no rosto. — Você vai aprender a me respeitar por bem ou por mal!
...
Ouço batidas leves na porta do quarto e já sei quem é. Ela é o meu porto seguro, ela é tudo na minha vida, a única que conhece cada parte minha e que sempre está ao meu lado. Abro a porta.
— Filho, como você está? — minha mãe pergunta me dando um pouco de gelo.
— Eu estou bem mãe, não se preocupe. Dessa vez eu mereci mesmo — digo tentando aliviar um pouco sua preocupação.
— O seu pai pode ser um pouco duro às vezes meu amor, mas ele se esforça muito por nossa família, tente entende-lo também.
— Eu não quero mais brigar — digo suspirando. — Vou tentar fazer as coisas certas agora.
— Fico feliz com isso querido, você sabe que eu te amo não sabe? — pergunta com um leve sorriso.
— Eu sei. Também te amo mãe.
Oi pessoal, tudo bem?
Desculpem-me pelo atraso para postar esse capítulo, essa semana foi bem corrida. Me contem aqui o que acharam do capítulo e o que acham que vai acontecer nos próximos! Também não se esqueçam de votar, me ajuda muito.😊
Bjs💕
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Tropeçando no Amor
Ficțiune adolescențiCercada por eventos desastrosos, um irmão encrenqueiro e um ex arrependido, Alice vê sua vida politicamente correta e normal virar completamente de cabeça para baixo após um convite perigoso. Ambos com problemas familiares e feridas profundas, Alice...