04 || Capitão do Time

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Fui acordada com o meu despertador tocando. Desliguei o mesmo e me lembrei que hoje eu tenho aula.

Fiquei em função do Payton humano que acabei esquecendo de fazer a lição de casa.

Me mexi na cama e ele acordou. Se espreguiçou me olhando.

— To com fome. — Falou.

— Você sempre está. — Dei carinho em sua cabeça. — O que acha que comer comida normal?

Eu sempre dei ração para Payton, dei apenas uma vez um pedaço de pão, ele gostou até.

— Que tipo de comida?

— Bacon, torrada, leite, panquecas. Essas coisas.

— Me parece uma boa ideia. — Ele iria começar a correr mas eu o impedi.

— Nada de bagunça, esqueceu?

— Eu preciso correr. — Payton disse agoniado. — Não consigo ficar parado.

— Eu sei. Depois eu te levo para correr lá fora.

— Você vai pra escola, né? — Concordei. — Posso ir junto? Eu sempre quis ir, por favor!

— Tá maluco? Não pode.

— Por quê? — Ele pareceu triste.

— Payton, não fica assim. Você só não pode entrar na escola por que não é um aluno matriculado.

Me parte o coração ver ele tristinho, mas infelizmente eu não posso fazer nada.

— Ah, tudo bem. Vou ficar aqui sentado como um bom garoto. — Ele se sentou na cama e sorriu.

Olhei desconfiada e fui me arrumar no banheiro. Depois de colocar roupa, voltei até meu quarto e arrumei minha mochila.

— Fica aí, eu já te trago alguma comida.

— Ok.

Ele estava agindo estranho...

Antes de sair do quarto fechei a porta. Desci as escadas e vi minha mãe preparando o café da manhã.

— Bom dia. — Falei me aproximando. — O que tem pra comer?

— Ovos mexidos, panquecas e waffles. Se quiser, tem cereal no armário.

— Acho que só vou comer waffles mesmo. — Peguei uns cinco sem minha mãe perceber e voltei para o quarto correndo.

— O que é isso?

— Waffles. — Entreguei três pedaços para ele. — Pode comer.

— Não posso comer meus biscoitos ou minha ração? Me parece melhor. — Fez uma careta.

— Acho melhor não. Agora você está em um corpo humano, tem que comer comida normal. Pode fazer mal comer ração.

— Você tem razão. — Ele começou a comer os waffles e parece que gostou, já que eu tive que dar mais um pedaço para ele.

Eu não tenho muita fome de manhã, por isso comi só um pedaço e fui escovar meus dentes.

— Fica aqui. Às onze horas eu volto. — Avisei Payton. — Se cuida, meu anjinho. — Dei um beijo em sua testa. — E por favor, não faça bagunça.

— Boa aula, Diana. — Ele me abraçou forte. — Te amo muito.

— Tchauzinho. — Acenei antes de fechar a porta.

Demorou aproximadamente quinze minutos para eu chegar na escola. Logo vi Nessa andando pelos corredores e fui até ela.

— Bom dia! — Abracei-a.

— Bom dia. — Colocou alguns livros no armário e se virou para mim novamente. — Entrou um menino novo hoje.

— Quem? — Perguntei olhando ao redor.

— Não sei o nome, vi ele correndo pelo pátio e dando em cima de algumas meninas.

— Ah. — Revirei os olhos. — Deve ser um galinha.

— "Deve" não. Ele é. — Nessa apontou para um canto e olhei para o mesmo. Era Payton! O meu furão.

O que ele tá fazendo aqui na minha escola?

O menino estava passando a mão no rosto de uma das alunas da escola, e parece estar dando em cima dela. De repente ele começa a tirar as calças. MEU DEUS!

— PAYTON! — Fui correndo até meu furão. — O que você está fazendo? — Peguei em seu braço e levei-o para um lugar mais afastado.

— A gente ia acasalar.

— O que? — Franzi o cenho. — Eu já te disse que não é assim que funciona com os humanos. Você não pode chegar em alguém e querer transar com ela!

— Transar é uma palavra muito feia. Eu queria acasalar. — Se justificou. — Ela não parava de me olhar.

— Mas, Payton...

— Ela me queria, eu sei quando alguém me quer. Sou o macho alfa.

— Que macho alfa o quê, menino! — Tapei meu rosto desapontada. — Você tem que agir como um humano.

— Você sempre fala isso. — Ele cruzou os braços.

— E como você chegou aqui tão rápido?

— Vim correndo. — Sorriu abertamente. — Tava muito chato lá no seu quarto.

— Volta pra casa, por favor. — Pedi. — E não deixa meus pais te verem.

— Tá bom. — Ele revirou os olhos.

Vi o técnico do time de futebol americano se aproximando de nós dois, provavelmente vou levar um xingão por causa de Payton.

— Diana, querida. — Ele sorriu para mim. — Quem é esse garoto?

— Ele? Ele... Ele é o meu primo. — Inventei qualquer coisa. — Mas fica tranquilo, ele vai voltar pra casa agora, não é mesmo, primo?

— Claro. — Payton concordou.

— Não, não. Eu preciso de um capitão pro time. — Revelou e fiquei confusa. — Seu primo corre bastante, o que acha de participar do time desse ano? — Olhou para o meu furão.

Oh meu Deus.

— Time? — Payton ficou confuso.

— É, o time de futebol. Não gosta de correr?

— Eu adoro. Quero entrar sim! — Pulou em cima do treinador.

— Ah, ok. Venha para o treino no final da aula.

Meu Furão - Payton Moormeier Onde histórias criam vida. Descubra agora