Meu Furão - Payton Moormeier

08 || Ciúmes

Eu realmente não estou entendo Payton. Por que ele ficou tão bravo comigo? Foi só um beijo.

— Payton, volta aqui. — Segui-o até o lado de fora. — O que aconteceu?

— Você sabe muito bem o quê aconteceu. — Respondeu em um tom mais calmo.

— Foi apenas um beijo.

— Não importa. Eu não gostei disso.

— Para de ser chato. — Reclamei. — Eu nem gosto dele.

— Gosta sim.

Ele tinha razão. Eu gosto de Vinnie. Eu mesma contava todas as noites para ele quando ainda era um furão.

Que culpa eu tenho?

Eu não controlo meus sentimentos.

— Ele não presta. — Payton disse depois de um tempo. — Não quero te ver triste, ainda me lembro daquele dia.

Aquele dia. Nunca vou esquecer. Parece patético, mas vi Vinnie beijando a menina que fez bullying comigo.

Fiquei chorando a noite inteira e contei para Payton.

— Foi só um beijo. — Falei novamente.

— Ok, foi só um beijo. Você tem razão. Não sei porque fiquei assim.

— Você tá com ciúmes.

— O que é isso?

Soltei uma risadinha e me aproximei dele.

— É um sentimento, você tem receio de me perder.

— Faz sentido. Você vai me trocar por aquela coisa.

— Nunca. Você sempre vai ser o meu bebezinho. — Abracei-o.

— Vocês não vão namorar, né?

— Não. — Gargalhei.

— Se você me trocar eu vou chorar e fugir de casa.

— Dramático. Aliás, o que você queria me falar antes?

— Ah, então... — Ele iria falar, mas Vinnie apareceu.

— Por que estão aqui fora? — Ele colocou seu braço em volta de meu pescoço e Payton fechou a cara.

— Por quê ninguém gosta de você. — Payton falou e saiu caminhando pela rua.

— Invejoso.

— Não fala assim dele. — Repreendi.

— Não gosto dele mesmo.

— Para de ser babaca.

Vinnie revirou os olhos e nós iríamos voltar para a festa mas me afastei.

— Acho melhor eu ir pra casa. Já está ficando tarde. — Falei.

— Deixa que eu te levo.

— Não precisa, eu vou atrás de Payton também.

Ele bufou e olhou pro céu frustrado.

— Me manda mensagem quando chegar então.

— Por que você tá sendo assim comigo? — Perguntei desconfiada. Nós nunca tivemos absolutamente nada antes. E de repente ele começa a dar em cima de mim?

— Sei lá, tô afim de você, talvez? — Respondeu desconfortável.

— Se quiser ter algo comigo vai ter que parar de implicar com Payton. — Falei séria.

— Não garanto nada. — Me deu um selinho e voltou para dentro da casa.

Parece até um sonho. Meu crush tá afim de mim e meu furão virou um humano.

Fiquei andando pela rua escura e silenciosa procurando por Payton. Segui o mesmo caminho que o vi andando antes.

Logo encontro ele, com um grupinho...

Eu conhecia bem aquele grupinho.

Era Jaden, Bryce e Josh. Eles estavam fumando maconha com o meu furão!

— Vocês chaparam ele? — Me aproximei deles. Payton olhava para o céu como se estivesse em outro mundo.

— É só maconha, relaxa. — Jaden riu sem dar importância.

Josh e Bryce estavam jogados na calçada fumando e rindo de coisas aleatórias.

— Na vida passada eu fui uma borboleta. — Payton disse como se estivesse lembrando de algo. — Que saudades.

Que?

Vou relevar. Esse menino está chapado.

Não está falando nada com nada.

— Vem, vamos pra casa. — Peguei em sua mão. — Joga isso fora. Faz mal.

— Não... — Choramingou vendo eu pisar em cima de seu baseado.

— Ei, isso é caro. — Reclamou Jaden.

— Saudades de ser uma borboleta. — Payton abriu os braços e fingiu estar voando enquanto corria pela rua.

— Volta aqui. — Corri em sua direção. — Tá maluco?

— Ah, são muitas lembranças. — Falou nostálgico.

— Você tá chapado. Ouviu? Chapado. — Expliquei. — Tudo que está vendo ou pensando não existe. É coisa da sua mente.

— Vamos assistir Barbie. — Falou de repente.

— Vamos pra casa, isso sim. — Peguei em sua mão com firmeza e em minutos já estávamos em casa.

Entrei sem fazer barulho, diferente de Payton que não parava de falar sobre colheres de madeiras.