07 || Primo

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— O que você faz aí em cima? — Fechei a porta do quarto e joguei minha mochila em um canto qualquer. — Como você subiu?

— Eu não sei. Me tira daqui. — Ele disse desesperado. — Acho que fiquei preso!

— Não se mexe! — Avisei. — Que merda, Payton! Vai quebrar a minha lâmpada!

— Me tira daqui! — Ele pediu assustado.

— Tá calma... — Me escorei na parede tentando pensar em algo, acabei encostando minhas costas no interruptor e o ventilador ligou.

— DianAAAAAAAAAAA. — Payton berrou e ficou girando pelo ar.

— PAYTON! — Apertei os botões do ventilador e aos poucos foi parando. — Me desculpa!

— Isso foi legal. — Falou rindo. — Liga de novo!

— Não. Ficou maluco?

Eu até iria ajudar Payton a sair de cima do meu ventilador, mas... Minha mãe entrou no meu quarto assustada.

— Que isso? — Olhou para o menino que estava praticamente no teto. — É o homem aranha?

— É um amigo. — Falei rápida. — E ele ficou preso, tadinho.

— Como?

— Acontece, mãe. — Sorri nervosa.

— Ajuda esse menino, Diana. — Ela olhou para ele. — Qual é seu nome, querido?

— Payton.

— O mesmo nome do furão da Diana, garanto que foi em sua homenagem o nome.

— Foi mesmo. — Menti. — A gente é amigo há muito tempo.

— Sim sim. — Payton concordou.

Subi em cima da cama e ajudei ele a sair do ventilador, ele só machucou o cotovelo, nada demais.

— Cadê aquele seu furão, filha?

— O Payton... — Olhei pros lados tentando pensar em algo. — No banheiro. Ele tá no banheiro.

— Ah, tudo bem então... Querem comer algo?

— Eu quero. — O menino disse animado.

— Vocês realmente são amigos? — Perguntou minha mãe desconfiada. Descemos as escadas e fomos até a cozinha comer algo.

— Sim, mãe. — Afirmei.

Tecnicamente Payton é meu furão e meu melhor amigo. Conto absolutamente tudo para ele, ou contava né. Agora é estranho falar algumas coisas com ele humano.

Nunca na vida rolaria algo entre nós dois. Primeiro: ele é um animal, mesmo que seja humano agora. Um dia ele vai voltar a ser um furão. Eu acho.

Segundo: Isso seria praticamente zoofilia. O que é algo bem nojento. Tadinho dos animais.

O amor que eu sinto por Payton é amor de dona e bichinho de estimação, nada além disso.

Minha mãe ficou conversando com Payton, enquanto eu comia e mandava mensagens no grupo da festa confirmando minha presença.

Não faz mal se divertir por uma noite com o pessoal da escola.

Acho que vou levar Payton junto.

É óbvio que eu vou levar.

Não posso arriscar deixar ele sozinho destruindo meu quarto.

Quando deu sete horas da noite minha amiga, Nessa veio aqui em casa e nos arrumamos para a festa.

Meu Furão - Payton Moormeier Onde histórias criam vida. Descubra agora