06 || Vingança

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Diana Williams

— PAYTON! — Gritei assustada correndo em sua direção. Vinnie estava em cima dele dando vários socos, enquanto os jogadores comemoravam e gravavam a cena.

— Vai, Vinnie!!

— SAI DE CIMA DELE! — Comecei a dar socos nas costas de Hacker, eu chorava só de ver meu neném sofrendo. — SAÍ LOGO! — Puxei seu cabelo com toda a raiva que havia dentro de mim. Vinnie se afastou olhando para Payton com desdém. — SEU IDIOTA, COVARDE!

Fui até Payton e o ajudei a se levantar, ele estava com sangue e cortes pelo rosto, aparentemente estava bem fraquinho.

— Vem aqui, meu amor. — Abracei ele. — Tá tudo bem, agora.

— Diana, ele me machucou. — Payton chorava no meu ombro. — E eu fui um bom garoto.

— Eu sei, não se preocupa com isso.

— Ai, Diana, ai... — Vinnie debochou rindo.

Levei Payton até o vestiário masculino, peguei um pouco de água e comecei a passar em seus ferimentos.

— Tá doendo muito? Me desculpa por isso, eu não deveria ter deixado você entrar para esse time.

— Por que ele fez isso comigo?

— Por quê ele é um idiota invejoso. Da próxima vez que Vinnie te machucar você tem que revidar, bate nele também.

— No reino animal fazemos isso apenas quando procuramos alimentos ou quando queremos acasalar e outro macho não deixa.

Soltei um riso imaginando como funcionava a cabecinha dele. Tadinho, é tão inocente.

— No mundo dos humanos, você tem que lutar, não pode deixar ninguém te humilhar. Está me ouvindo?

— Vou me vingar dele.

— Isso, Payton. Você tem que se vingar. — Incentivei.

É errado fazer isso? Não, não é. Quem aquele babaca pensa que é pra bater no meu neném e sair de boa?

Como eu pude gostar de um idiota como ele? Tem apenas beleza. Filho da puta.

As vozes dos meninos começaram a se aproximar e Payton se escondeu atrás de mim assustado.

— Fica calmo, ninguém vai te machucar comigo aqui por perto. — Tranquilizei-o.

— Olha só se não é o Payton. — Vinnie riu sarcástico. — E aí, Diana?! — Ele piscou pra mim.

— Vai se fuder. — Falei com ódio.

— Aí, princesinha, a gente quer tomar banho. — Jaden tirou a camiseta do time. — Vai ficar pra ver?

Eles começaram a lançar olhares maliciosos pra mim e eu só conseguia pensar o quão nojento era aquilo.

— Vai ter uma festa essa semana lá em casa, pode ir se quiser. — Bryce avisou.

— Quem sabe. — Não dei muita importância.

— Chama a Nessa. — Hossler me pediu e concordei nem um pouco animada. Acho que não vou nessa festa.

— Não vai tomar banho, fedido? — Quinton se aproximou de Payton rindo.

— Já tomei no sábado.

Os meninos começaram a rir e Payton os olhava sem entender.

— É meme, seus retardados. — Falei.

— Entendo o Payton. — Bryce deu dois tapinhas em suas costas.

— Por isso você fede tanto. — Ele comentou.

— Seu primo é muito engraçado. — Hall disse rindo. — Se fosse outra pessoa me falando isso eu já teria socado a cara.

Me escorei na pia de braços cruzados analisando meu furão humano se dando bem com os meninos. O problema mesmo é o Vinnie.

Sem que ninguém percebesse, nem mesmo eu, Hacker saiu do chuveiro com a toalha enrolada em sua cintura e com o peitoral molhado. Ok, foco Diana!

— Ainda tá aqui? — Ele se escorou na pia de lado me observando, com um sorriso de canto.

— Não tá me vendo?

— Muito delicada. — Encostou o dedo indicador no meu nariz.

— O que você quer comigo?

— Vá na festa do Bryce e saberá. — Vinnie disse por fim, indo até seu armário.

Acho melhor eu ir embora daqui antes que esses garotos fiquem pelados na minha frente. Se bem que isso não seria tão ruim.

— Até mais tarde. — Falei saíndo, mas Payton segurou em minha mão e sorriu.

— Eu tava pensando... E acho que agora é a hora perfeita para a minha vingança!

Ah não.

— N-n-não. Melhor não, Payton. — Falei preocupada.

— Mas você disse que eu deveria me vingar. Ele me machucou, Diana. — Payton disse desanimado.

— Eu entendo, de verdade. Vamos deixar isso pra outro dia, ou melhor, vamos esquecer.

— Já que está dizendo... — Murmurou.

— Agora vamos embora. — Peguei em sua mão e voltamos para casa. No meio do caminho comprei um sorvete de baunilha para Payton e ele amou.

— Isso é mil vezes melhor que ração. — Comentou chupando o sorvete.

— N-não faz isso... — Fiz uma careta ao ver ele "pagando um boquete" pro sorvete. — Usa a colher.

— É melhor assim.

Misericórdia. Resolvi ignorar seus movimentos e sua boca toda suja de baunilha.

— Entra pela janela. — Pedi assim que chegamos em frente a minha casa.

— Como? — Franziu o cenho.

— Sobe naquela árvore e entra pra dentro do quarto. Simples. — Apontei para a árvore e para a minha janela. — Meus pais não podem te ver. 

Payton de alguma forma conseguiu entrar, e eu entrei pela porta mesmo. Minha mãe estava na sala mexendo no celular e meu pai deve estar trabalhando.

— Por que demorou tanto? — Foi a primeira pergunta que ela fez assim que me viu.

— Fiquei vendo o treino das cheerleader.

— Hum, e que fotos são essas no meu celular? — Ela mostrou a tela e vi Payton fazendo careta na maioria das fotos.

Como ele conseguiu pegar o celular da minha mãe? Meu Deus.

— Não sei. — Me fingi de sonsa.

— Eu devo ter salvo sem querer do Google. — Comentou apagando as fotos. — Aliás, fui no seu quarto e não encontrei aquele seu bicho.

— É Payton. — Corrigi. — E ele deve estar escondido. Vou tentar achar ele. — Inventei qualquer desculpa e subi as escadas indo em direção ao meu quarto.

Quando cheguei no mesmo encontrei Payton pendurado no meu ventilador de teto.

Meu Furão - Payton Moormeier Onde histórias criam vida. Descubra agora