Capítulo 9

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Narrador: Ethan.

Agatha foi presa sem chance de defesa. Câmeras de segurança comprovaram todo o acontecimento na área de recepção, e vizinhos ligaram para a Polícia também quando ouviram os gritos de socorro.

Hoje é dia 5 de outubro, 2 semanas após o ocorrido. Os pais da Karina estão abalados com a situação, e nós 3 estamos aqui, esperando o resultado da cirurgia que a Kah fez.

Aparentemente, ontem ela iniciou uma hemorragia interna e teve que fazer uma cirurgia de emergência. Até agora estamos sem notícias, é uma sensação horrível.

Vejo os pais dela ao meu lado, orando. Já fiz tudo o que é tipo de oração, mas o medo ainda reina em mim. Vivian vem aqui sempre que pode, junto ao Derek. O Matheus ficou aqui ontem, ele que nos contou o que estava acontecendo, atordoado.

Eu tenho peso na consciência. Um peso muito grande. Eu deveria ter ido com ela, nada teria acontecido. Os pais dela dizem não ser minha culpa, que por eu ter ido atrás dela fez com que ela ainda estivesse viva.

Ela não precisava ter passado por tudo isso.

Em meio aos pensamentos, perdido, sinto uma mão em meu ombro. Era a srta Dalila. Ela me olhou, sorriu, e me deu um abraço apertado. Eu precisava disso e não sabia.

-Minha filha é uma guerreira. Ela vai ficar bem, acalme seu coração, querido.

-Eu... Eu não consigo. A culpa, ela é mais forte...

-Não se culpe, faz mal ao coração, meu garoto. Você não fez nada e não tem culpa pelo ocorrido. Aconteceu o que era pra acontecer, e agora a justiça está sendo feita.

-Obrigada, senhora Bellini. -ela sorri.

-Nós é quem devemos agradecer, rapaz. -Josh, pai da Karina, se pronuncia, e eu tento sorrir.

Senhor Josh é um homem legal. Ele tentou manter o otimismo o máximo que pôde, para que a sua esposa se sentisse segura de que tudo ficaria bem no final. A relação dos dois é uma relação que deveria ser contemplada e que todos deveriam seguir.

Ao olhar pra frente, vejo a médica vindo em nossa direção. Me levanto de forma rápida, e por muito pouco não fico tonto.

Uma coisa que eu não falei: Karina, após o ocorrido, não acordou mais. Um coma temporário, por assim dizer.

-Familiares de Karina Bellini, certo?

-Sim, senhora. -respondemos baixinho.

-Tenho duas notícias para vocês. -ela inicia sorrindo. -A cirurgia foi um sucesso. Demoramos a informar, pois ela entrou em quadro de observação, e, agora, vocês podem entrar para vê-la, pois ela acabou de acordar.

Essa notícia acalmou meu coração, fazendo-me chorar de alegria.

Os pais da Karina me abraçaram, e agradecemos a doutora tudo o que ela fez pela nossa princesinha. Pedi para que os pais da Kah entrassem primeiro, e que iria vê-la por último. Seria injusto eu deixá-los conversar com ela no final.

Espero um tempo consideravelmente longo, até que vejo eles vindo, sorrindo.

-Ela quer falar com você, querido.

-Obrigado, senhores. -Os abraço rapidamente e sigo até o quarto da Karina.

Chegando em seu quarto, vejo ela deitada, quietinha, com um grande curativo em sua perna. Abro a porta devagar, ela olha pra mim e sorri.

-Oi, minha princesinha. -ela fica vermelhinha, me fazendo sorrir.

-Olá, guardião.

-Guardião? -pergunto confuso.

Sob a luz da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora