18 - Nunca mais

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Se eu passei 40 minutos procurando essa merda e não achei, é porque não existe.

Sana realmente não tinha ideia de onde enfiaria sua cara caso sua mãe visse aquele vibrador por lá, mas isso era o menor dos seus problemas agora. Sua amiga estava mal, e ela precisava, ao menos, saber quão mal. Correu para a casa dela depois de comprar meia dúzia de garrafas de cerveja (o que ela sabia que Momo também queria para hoje) e tocou a campainha.

- Bom dia, minha querida! Se conseguir tirar sua amiga do quarto um pouco eu te dou um presentão de aniversário esse ano - a Sra. Hirai disse ao abrir a porta para ela.

Os pais de Momo a tratavam com tanta intimidade que, não raramente, eles andavam de pijama pela casa na presença dela e contavam todas as tretas familiares que seus parentes do japão estavam vivendo atualmente, dado que vários deles eram ferrenhamente a favor de um partido e outros eram contrários a ele. Essa foi uma das razões pelas quais seus pais decidiram se mudar, eles não concordavam com o posicionamento conservador da maior parte da família e não aguentavam mais as discussões. Não que na Coreia as coisas fossem muito mais liberais, mas pelo menos eles se sentiam um pouco mais livres com a distância.

Apesar do acolhimento da casa, a cena que viu quando abriu a porta do quarto da amiga foi bem triste.

Ela não parece irritada, magoada, brava...só de coração profundamente partido, sem energia pra nada. Sinceramente, preferia vê-la me batendo do que ver isso.

Momo estava jogada na cama, com o celular ao seu lado, encarando o teto. Parecia mais pensativa do que desesperada. Ela se virou e deu um sorrisinho dolorido para Sana, que prontamente foi até ela e se sentou ao seu lado.

- O que você fez dessa vez, ô cabeção? - ela perguntou, o que tirou uma risada um tanto envergonhada de Momo.

- Merda, claro, o que mais seria? A história é longa, já te aviso. Posso começar dizendo que a gente tava se falando vez ou outra por mensagem ultimamente, mas aí eu pedi pra conversar pessoalmente com a Nayeon, só pra tirar algumas nóias que eu tava na cabeça. Achei que seria melhor se fosse ao vivo.

- Hm... - Sana respondeu ironicamente.

Sabia que aquilo era mentira e já tinha cansado de dizer que não adiantava Momo continuar cobrando explicações eternas de Nayeon sobre o que deu errado entre elas, porque os problemas que ela tinha eram com ela mesma, não com a ex. Mas era óbvio que ela não iria me ouvir.

- Ok, eu queria ver a Nayeon mesmo, não vou sustentar essa pose por muito tempo. Eu estava com saudades dela. Quando a gente se viu foi muito legal, a gente se dá muito bem. Rimos muito, nem parecia que já fazia meses que não conversávamos assim, e foi mais pro fim da tarde que tudo começou a dar errado...

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- Quer um? - Nayeon perguntou, apontando um cigarro de maconha para Hirai.

Certamente fumar juntas tinha sido algo que fizeram muito durante o namoro, o que não era nenhum motivo de orgulho, mas hoje pareceu uma boa ideia. Não tinham mais muito o que falar, mas não queriam ir embora. Aquele momento estava bom demais para acabar tão rápido.

- Quero.

Ficaram juntas e em silêncio até começarem a ver que a praça estava enchendo de gente - e, consequentemente, de policiais - e tudo que não queriam era se meter em problemas. Momo disse que não podia ir embora assim, seus pais a conheciam chapada, então Nayeon teve a brilhante ideia de mandar mensagem para Jeongyeon e perguntar se não poderiam ir para a casa dela um pouco.

Life's a bitch - SaidaOnde histórias criam vida. Descubra agora