Perdidamente Apaixonada Por Um Vampiro

2.Carona

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Encaro o estacionamento vazio, as luzes dos postes piscando enquanto as folhas são arrancadas com o vento, ainda não acredito que Mike se esqueceu de mim. Dou um passo à frente sentindo a chuva violenta contra meu rosto, recuo para baixo do beiral novamente com rapidez. Droga, como vou para casa com essa tempestade?

Meus pais tinham que ir em uma viagem de negócios, estava animada tendo a casa só para mim, mas não estou afim de caminhar por horas até lá. Sempre odeie morar longe da cidade, mas papai quer um lugar isolado para poder reunir os amigos da polícia, estão cantando algo na floresta.

— Atende, atende logo Mike. — Resmungo erguendo o telefone, mas novamente o sinal cai.

Perfeito agora terei que passar o resto da noite aqui, com ataques de animais acontecendo, já posso imaginar no jornal "Estudante é morta por ursos sozinha" me arrepio por inteiro, abraço minha mochila, deslizando pela parede até sentar no chão úmido perto da porta da escola, claro que eles tinham que fechar tudo e simplesmente deixar os estudantes do lado de fora.

— Porcaria de escola, quando me formar irei para a cidade grande! — Gaguejo segurando o choro, tento me acalmar olhando as gotas de chuva pingando perto dos meus tênis.

Ligo novamente para Mike, depois para Ângela, mas o celular continua sem sinal. Abraço meus joelhos enquanto a chuva se torna mais densa e a noite mais fria. Ouço o farfalhar das árvores, olho em direção a vaga dos Cullen, escondida atrás de uma árvore, estico o pescoço, mas eles já devem ter ido.

Puxo o capuz me protegendo melhor da névoa, acompanho o movimento da chuva que abraça os telhados, posso tentar pedir um telefone emprestado no próximo quarteirão... Embora duvide muito que consiga andar até lá sem ficar encharcada.

Acompanho o barulho do vento que assobia, pisco em direção às árvores, consigo ver a sombra de dois homens encapuzados olhando na direção da escola, não parecem ter me visto abaixada aqui. Antes que o pânico me dominasse ouço pneus no asfalto, viro para o estacionamento do colégio, reconheço o volvo de Edward, principalmente a placa do carro que decorei.

— Edward! Edward! — Grito me levantando acenando para ele, antes que vá embora sem me ver.

Não demora muito para ele manobrar para mais perto, tento não tropeçar enquanto os dois homens ao longe me olham com atenção. Levanto minha mochila a colocando em cima da cabeça e corro na direção do carro. Graças a Deus não vou ser mais uma vítima dos ursos. Entro dentro do veículo me jogando logo no banco macio, batendo a porta com rapidez, fugindo do frio lá fora.

— Edward, obrigada! — Sorri sem conseguir me conter, mesmo com a cara de cu que ele está fazendo — Oh, eu bati muito forte a porta do carro?

— Não, está tudo bem. — Edward balança a cabeça, apertando as mãos no volante — Não deveria estar em casa?

— Meu carro estragou e não consegui carona para casa — Faço beicinho tentando segurar as lágrimas, se Edward não aparecesse acho que terei dormido no beiral da escola até o outro dia.

— É perigoso uma garota ficar sozinha, principalmente em um lugar deserto à noite. — Sussurra pensativo, trocando a marcha — Ainda bem que eu estava dormindo no carro... — Sorriu nervoso passando uma mão pelo cabelo o bagunçando enquanto com a outra mão manobra o veículo para fora do estacionamento, passando na frente dos dois homens.

Não sei porque, mas eles recuaram alguns passos para as sombras das árvores, se escondendo.

— Adormeceu ouvindo seus clássicos? — Questiono sorrindo para o som baixo que sai do rádio, às vezes sigo Edward no intervalo, ele sempre vem para seu carro ouvir música, tão sereno e bonito para uma fotografia.