Eu N̶ã̶o̶ Quero Você | BSD

𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞

⚠️Gatilhos: Dependência emocional, ansiedade, citação a abuso⚠️

"Tem dias que dói."
Song: James Arthur- stop asking me to come back

Os dedos de Dazai deslizaram pela pele branca e macia de Chuuya alcançando sua mão para o impedir de checar seu celular.

Apertou sua cintura afundando o rosto na curvatura do pescoço do ruivo, sentindo o cheiro amadeirado entupir suas narinas, era uma noite de chuva perfeita, onde ambos descansavam na cama de conchinha.

Dazai se sentia mais triste que o normal, sua vontade de sumir dali o remoía de forma agonizante, seu futuro parecia desmanchar-se sob sua mente querendo vazar por seus olhos, mas não havia vontade de chorar.

Seu olhar opaco permanecia imóvel ao encarar a pele de Nakahara, querendo fundir-se aos seus poros como forma de escape.

Seus dedos se entrelaçaram nos do ruivo, em seguida se deixou levar pela sua tentação, seus dentes mordiscaram a pele de Nakahara fazendo o arrepio percorrer o corpo do ruivo.

Sua destra saiu de debaixo de Chuuya para que pudesse se colocar acima dele, os chupões eram fortes e as mordidas mais ainda, sem nenhum beijo gentil.

Seus dedos voltaram a se agarrar aos de Chuuya enquanto ouvia as arfadas baixas do mesmo, estava sentindo o incomodo de alastrar em seu peito pela falta de sentimento, seu olhar subiu ao do ruivo, esperando que de alguma forma pudesse se encontrar ali, ver seu reflexo mais bonito nas írises azuis, talvez... algum perdão.

Chuuya observou a tristeza carregada neles, havia uma tempestade se formando, ameaçando rasgar a mente e sufocar Osamu, ele entendeu que naquele momento, Dazai o queria para se privar de sentir-se como uma brisa leve de verão que desaparece pelas camadas do vento sem deixar vestígios, como se nunca existisse, de privar de sentir-se até mesmo nojento, não queria deixar as lembranças daquele homem pousarem em sua pele como na infância, nem sua pele antes sensível queimar sob o ar não umidificado o lembrando de como era passar os dias presos aquele quarto sem poder se movimentar, observando a natureza pela janela sem poder desfruta-la, lidando com os olhares alheios e seus cuidadores.

Dazai estava pedindo socorro da sua maneira, egoísta e cruel, porém da sua maneira, Nakahara optou por apenas ignorar tal parte.

Sua mão livre do aperto do moreno repousou sobre seu rosto pálido e cansado, deslizando da bochecha até atrás de sua orelha, se emaranhado aos fios castanhos de Osamu.

Seu olhar encarava os orbes escuras de Dazai com cumplicidade, tentando achar maneiras de se comunicar sem necessitar do uso de palavras, despindo os sentimentos obscuros do moreno com cuidado através do toque, como se pudesse enxergar a alma nu de Osamu encolhida na escuridão de seu passado, como uma criança traumatizada, que desistira muito cedo da vida.