Capítulo 44

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No dia seguinte Christopher estava em sua sala no escritório, assinando papéis, conferindo planilha e fazendo tudo de maneira automática. Não havia dormido direito. Muito tempo pensando em Dulce, muito tempo pensando em sua mãe.

Alguém bateu na porta e logo Christian colocou o rosto para dentro pedindo para entrar, Christopher apenas confirmou com a cabeça e o amigo entrou e fechou a porta logo em seguida.

- Nossa, você está péssimo! - Disse ao se sentar, encarando Christopher.

- Obrigado amigo, você é muito gentil. - Rebateu ironicamente.

- Está dificil as coisas não é mano? Sei como tudo isso deve ser difícil.

- Está tudo horrível, eu estou esgotado, meu pai está extremamente cansado a Annie só chora... Todo dia parece o mesmo dia Chris, e para completar tem a Dulce.

- O que houve entre vocês?

- As coisas esfriaram, minha mãe odeia ela por absolutamente nada. Ela me cobra para estar com ela e eu não consigo, eu fico dividido entre aqui e o hospital. E eu sei que ela está certa em me cobrar, sou o namorado dela.

Era só isso que Christopher pensava, não estava fazendo bem a Dulce e essa situação estava o deixando mal também.

- Ela também precisa entender o seu lado Ucker. - Ponderou Christian.

- Ela entende, e eu me sinto culpado exatamente por isso. Ela tenta me dar espaço mas ao mesmo tempo eu me sinto mal por saber que falhei com ela.

- Poxa cara, vocês combinam tanto juntos... O que pensa em fazer?

O que fazer em uma situação como essa? Christopher só tinha uma saída e era a pior de todas.

- A única coisa que está ao meu alcance, eu pensei que ia formar uma família com a Dulce... Era o que eu queria, eu sempre quis ter a minha família, mas acho que vou precisar esperar.

As últimas palavras saíram engasgada, havia muita dor em cada coisa que ele disse. Desde que ele e Dulce se aproximaram de verdade e viveram esse romance, Christopher acreditou que ela era a mulher de sua vida.

Mas naquele momento esse plano precisaria de uma pausa.

- Você vai terminar com ela?

Até Christian ficou triste. Dulce era uma garota incrível e ele sabia o quanto ela fazia Christopher feliz.

E o amigo estava tão triste agora, e ele sentia tanto. Gostaria de poder fazer algo para ajudar mas o que? Não havia o que ser feito no momento além de darem o apoio necessário. Ao que parecia nem mesmo isso era o que Christopher queria.

****

Algumas horas mais tarde, o médico convocou todos ao hospital. Alexandra havia acordado e está um pouco melhor, ainda muito pálida e sem muitas esperanças.

- Infelizmente as notícias não são boas. - Começou o médico.

Antes de ouvir o resto da frase Anahí já deu um soluço de choro alto e foi amparada por Victor.

- Os últimos exames mostraram uma metástase. Infelizmente o tumor se espelhou por outras partes do corpo, e o tratamento não esta surgindo efeito.

- Meu deus.

Foi como se o mundo tivesse desabando. Os três presentes na sala tomaram um choque, já havia uma pequena possibilidade disso acontecer.

Mas saber que era real, que não havia saída era uma dor indescritível. Os olhos de Christopher ficaram embaçados por conta das lágrimas que caíam sem cessar.

Ele pediu tanto para que aquele momento não acontece, que pudesse ser prorrogado ao máximo. A família estava dilacerada, e precisam encontrar forças para amparar Alexandra.

- Ela já sabe? - Perguntou Victor.

- Gostaria de contar para vocês primeiro, mas logo que ela acordou e eu estava examinando perguntou sobre isso. Ela já sabe e agiu de forma bastante madura para a situação. - Respondeu o médico.

- Quanto tempo? - Christopjer fez o pior pergunta de todas. Ninguém naquela sala gostaria de ter uma previsão da data do fim.

- Menos de seis meses.

Em menos de um ano Alexandra poderia estar longe deles, os acompanhando de outro lugar.

Um misto de emoções os invadiu, tristeza sendo a maior delas. Se abraçaram e choraram juntos absorvendo a informação.

O médico os deixou sozinhos na sala. Precisaram de mais de vinte minutos para amenizar o choro e tentar se acalmar.

- Nós precisamos ser fortes por ela. - Victor era o único que parecia mais calmo. Ele sabia que precisava ser o alicerce naquele momento, e encontrar forças para amparar a família toda.

- O papai está certo.

Os três seguirem para o quarto de Alexandra. Ela havia acabado de tomar banho e uma enfermeira ajeitava um lenço em sua cabeça.

Suas feições estavam cansadas com grandes olheiras, estava bem mais magra e parecia tão frágil.

Foi difícil não chorar ao ver a mãe assim, mas lembrou-se das palavras do pai. Precisa ser forte, pelo menos na frente dela.

- Pode nos dar licença por favor? - Pediu a enfermeira. - Já souberem?

Todos permaneceram em silêncio, não sabendo ao certo quais palavras usar.

- Mãe...

- O médico já contou não é? Eu estive pensando, é um tempo curto....

- É só uma previsão! - A voz de Christopher saiu entre cortada, o esforço para permanecer impassível era muito difícil.

- Que pode se cumprir antes ou depois, mas que vai acontecer! Por isso eu tenho um pedido.

Todos ouviram atentos o que Alexandra iria dizer.

- Não quero passar meus últimos dias nesse hospital. Eu quero um último momento em família, um momento onde eu possa ficar em paz. Se assim eu conseguir, gostaria de estar com todos vocês em outro lugar que lembre a família. Na casa de praia, em uma viagem. Só quero estar com vocês.

Todos concordaram imediatamente. Não poupariam esforços para realizar o último desejo de Alexandra.

Mais tarde naquele mesmo dia, Dulce estava no sofá olhando para a conversa com Christopher no celular. Havia mandando várias mensagens e não teve resposta de nenhuma. Não sabia onde estava, se previsava de ajuda, como a mãe dele estava.

Nenhuma notícia e o coração apertado sabendo que aquela exclusão era o começo do fim. Ela com os compromisso dela, ele com as obrigações dele. E o mundo os separando pouco a pouco.

A campainha tocou. Dulce de assustou, já era tarde da noite e o porteiro não deixava entrar sem antes avisar. Foi até a porta e quando abriu foi invadida por um abraço de Christopher e um soluço abafado.

- Ela só tem seis meses de vida.

Adorável Chefe.Onde histórias criam vida. Descubra agora