Capítulo VI - A Razão do Silêncio

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Por mais alguns minutos Eduard e Sophie passaram a brigar, discutir e gritar enquanto Alex tentava se concentrar para contar aos novatos sobre os pelucios, Castiel não estava dando a mínima para a aulinha e Duck estava distraído com um passarinho. Wendy e Max prestavam muita atenção no pequeno animal, do começo ao fim da explicação, em segundos sagrados trocavam olhares tímidos e discretos, quase imperceptíveis para os externos.
Quando aquela aula acabou, todos foram andando para ir embora mas em um piscar de olhos Maxinne separou do grupo, Wendy confusa foi até Eddy perguntar se ele sabia de algo.

— Hey Eddy, onde está a sua irmã?

— Boa pergunta... Ela de uns tempos pra cá tem desenvolvido um hábito estranho de tocar música e sumir todos os dias. Nunca perguntei o que ela faz até porque ela não é muito de falar, não adiantaria nada... – Edmundo respondeu, olhando para baixo

— Hm... Você sabe me dizer o motivo de ela não falar?

— Isso é algo bem pessoal dela, não sei se deveria contar.

— Ora, por favor, eu prometo que vou guardar segredo.

Eddy puxou Wendy para atrás de uma parede, separados do resto do pessoal.

— Quando ela era menor, nosso pai batia muito em nossa mãe, e a Max queria muito alertar a polícia mas o meu pai dava socos na boca dela e a mandava calar a boca, o mesmo só não aconteceu comigo porque nao tinha a mesma coragem dela...

Wendy o olhou com um olhar de tristeza, e o abraçou.

— Eu sinto muito, por vocês dois e a mãe de vocês...

— Não se preocupe, meu pai morreu na guerra e minha mãe estava muito doente quando saímos do país, a esse ponto já deve estar morta também... Não que eu me importe, a única família que eu preciso já está comigo e é a minha irmã. – Ele limpou o rosto, deixara cair algumas lágrimas enquanto falava sobre aquilo.

— Vocês são bem fortes.

— Obrigado...

— Hey o que os dois estão fazendo parados aí? Precisamos voltar para o nosso chalé! – Sophie os enterrompeu e pegou ambos pelo braço, os puxando de volta para a multidão.

E então os da Cabana das Salamandras chegaram em seus chalés e foram aproveitar o tempo de intervalo para descansar. Enquanto isso Maxinne corria para fora da escola em uma floresta, e se encontrava com uma figura de uma mulher cabelos brancos e uma longa capa preta.

— Eu vi que você tirou a corrente... – A mulher agarrou Max pela gola da camisa – POR QUE VOCÊ TIROU?

— F-Foi pra distrair um p-pelucio que tinha fugido... – Max respondeu em voz trêmula

— Você sabe que sua vida está em minhas mãos, não sabe? – A mulher perguntou e a loira acenou com a cabeça – ENTÃO NÃO TIRE A CORRENTE! Eu preciso saber de tudo sobre você...E com essa corrente, eu posso te escutar, te sentir, te localizar e o mais importante...te controlar quando preciso. Por isso não faça burradas, eu te escolhi com um motivo... Você tem muito poder dentro de você e eu vejo esse seu potencial, seja uma boa garota e eu te recompensarei logo logo minha pequena...

— E quando vai me recompensar..?

— Quando Jair Bolsonaro estiver morto.

Max não parava de tremer e choramingar, a mulher a abraçou e acariciou os cabelos da mesma a acalmando. Ela começou a cantar uma música lenta e de notas baixas para a menor, que apenas choramingava em silêncio. Após alguns minutos de amassos extremamente desconfortáveis para Maxinne, a mulher a liberou, e a menina saiu correndo o mais rápido que podia, quando chegou na cabana correu pra cama e se enfiou embaixo das cobertas tremendo e chorando.
Wendy que estava lendo na cama de cima, desceu rapidamente para ver o que se passava com a garota.

— Maxinne? Maxinne está tudo bem?

Como já era de se esperar a loira não respondeu, então a morena tentando se adaptar às condições de Maxinne apenas se sentou no canto da cama e acariciou o cabelo que a mesma deixara para fora das cobertas. Aos poucos Maxinne parou de chorar e adormeceu, Wendy então voltou para sua cama para descansar também.
Enquanto isso na Cabana das Fuinhas Bernard e Mary conversavam sobre o animal que tinham estudado hoje, também um pelucio.

— Será que os pelucios também se atraem por bijouterias? Como coisas banhadas a ouro ou seria apenas ouro puro? – Mary pergunta.

— Bem eu não sei, podemos perguntar para a professora na próxima aula – Bernard diz sorrindo – Gostaria de fazer alguma coisa?

— Podemos andar um pouco aos redores da escola, pelo jardim.

— Ótima ideia, vem vamos.

E os dois se levantaram e sairam para a caminhada, foram andando pelo jardim naquele dia tão lindo, conversaram muito até que aquele momento romântico e especial foi completamente anulado quando várias sombras surgiram no céu. Logo depois ouviram a senhorita McCormick pedindo que todos os alunos voltassem para os chalés e não saíssem até segunda ordem. E foi assim que fizeram os pombinhos e todos os outros que estavam no jardim.
Wendy olhava aquilo da janela confusa.

— O que é aquilo lá fora? – A morena perguntou

— Me pergunto a mesma coisa...Isso nunca aconteceu antes, pelo menos não desde quando eu cheguei aqui. – Eduard respondeu também olhando aquilo

— Está irritada... – Maxinne proferiu essas palavras e logo depois saiu correndo para a porta

— Ficou louca menina estranha? As ordens da coordenadora foram claras! Ninguém sai daqui até segunda ordem – Sophie foi até Maxinne

Maxinne não deu a mínima e abriu a porta, saiu correndo e foi até o pergolado onde estava seu piano, e ela começou a tocá-lo, na medida que o tocava aquelas sombras desapareciam. A verdade é que Maxinne tocava aquele piano todos os dias para evitar que a professia em relação a escola se tornasse realidade. Aquelas melodias mantiam Bluepie adormecida e longe da escola, ninguém sabia onde estaria ou como estaria Bluepie naquele momento, nem mesmo Maxinne, nem mesmo Olivia, e nem mesmo o Bolsonaro.

//OBS: Capítulo curtinho porque a escritora gozou//

"Escola de Pescaria Bolsonaro-San - A Garota do Piano"Onde histórias criam vida. Descubra agora