Casa

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Zelda pensou que aquela coisa toda só poderia ser algum tipo de piada. Eles já haviam convencido Zelda de que estavam em dois mil e vinte e um. 

Agora ela estava lá, carrancuda para os seus amigos e...Lilith. 

Eles estavam conversando com a Dra. Shepherd tentando entender o que aconteceu. 

"Meu conselho é deixa-la viver sua vida normalmente, talvez isso ajude a memoria dela a voltar. Sinceramente, não tenho ideia de como isso aconteceu, nunca vi ou ouvi falar de nada como o caso de Zelda; e olha que eu já vi de tudo."

"Você pode parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui?" Zelda bufou com raiva, ela estava farta deles conversando e especulando como se ela não estivesse ali. 

"Querida..." Hilda foi ate sua irmã, que suspirou cansada. "Você quer ir pra casa?"

"Claro que sim." Zelda diz revirando os olhos, como se não fosse obvio que ela queria sair daquele lugar. 

Dra. Shepherd sussurrou algo para Lilith, mas Zelda nem se importou em ouvir. 

"Doutora...O que podemos fazer? Ela vai precisar de algum tratamento ou algo assim?" Constance pergunta. 

Mesmo que Zelda não estivesse muito interessada nisso tudo, ela se sentiu obrigada a ouvir com atenção, porque querendo ou não, era sua vida ali.

"Ela vai precisar fazer alguns exames que irei pedir, mas no momento, a única coisa que posso aconselhar é que ela volte à rotina normal, pois não se essa perda de memoria é temporária ou se ela nunca irá se lembrar dos anos esquecidos."

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"Zelda, querida, estamos tentando ajuda-la. A medica disse que isso pode ajudar a sua memória, por que você não iria para sua casa com a sua esposa?" 

"Não, Hilda! Nem tente. Não sou casada com ela e não a amo. Eu ODEIO Lilith Morningstar de todo o meu coração!"

Ela disse sem paciência já não aguentava mais ouvir essas coisas. Todos ao seu redor diziam a mesma coisa, mas ela não amava Lilith, não conseguia nem olhar para ela. Só de pensar que ela era, ou é, casada com Lilith, faz seu estomago embrulhar. 

Sua respiração estava rapida. sua irmã olhou para ela surpresa com a sua explosão e balançou a cabeça. Todos ouviram um choramingo e Zelda olhou para cima, vendo Lucifer ao lado de sua irmã gêmea segurando-a pelos ombros, Lilith olhou para ela como se Zelda fosse algum tipo de monstro; ela parecia assustada.

Zelda não a conhecia o suficiente para identificar os seus olhares, mas definitivamente não era um olhar feliz, mas também estava longe de ser um olhar zangado. Seria...tristeza?

Mesmo que Zelda não tivesse nenhum sentimento exceto odio por Lilith, aquele olhar a estava afetando de alguma forma.

Lucifer sussurrou algo em sue ouvido e ela apenas balançou a cabeça, ele a deixou ir e então ela se virou e saiu da sala sem dizer nada, fazendo Zelda se sentir mal. Ela encolheu os ombros sob o olhar duro do homem de cabelos pretos.

"Você realmente precisa dizer todas essas coisas, Zelda?" Ele repreendeu-a. "Lilith já assinou sua dispensa, você irá para a sua casa e não discutiremos mais isso, não adianta reclamar." Zelda ficou surpresa com a forma que Lucifer estava falando com ela, não querendo rebater ela apenas cruzou os braços de mau humor. "Agora vamos!!" 

Ele disse com firmeza, e Zelda estava se sentindo como se estivesse com dez anos quando seu pai estava brigando com ela, seu coração dói com a menção de seu pai morto, sem nem se lembrar de como isso aconteceu. Ainda de cabeça baixa e braços cruzados, Zelda caminhou para fora da sala.

Não passam apenas de memórias (Madam Spellman)Onde histórias criam vida. Descubra agora