Meu universo particular.

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Um capítulo de presente para as minhas crianças. Antes de meia noite vale, certo? ;)

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"Por favor, não vá."

Zelda implorou, segurando firmemente a lapela da jaqueta preta que Lilith estava usando.

Ela suspirou e acariciou o rosto de Zelda com os polegares.

"E por que eu ficaria?"

"Por mim." Lilith congelou ao ouvir as palavras. "Fique por mim."

*

Zelda acordou assustada, o coração batendo forte no peito, ela estava ofegante e seu corpo estava pesado. Já se passaram três noites seguidas que ela estava acordando assim, o mesmo sonho, a mesma sensação estranha. Ela não conseguia identificar se era uma memória ou apenas um sonho estranho.

Mas toda vez que acontecia a mesma coisa, ela chorava agarrada à jaqueta de Lilith, implorando para que ela não fosse embora, e Lilith sempre dizia a mesma coisa e então Zelda pedia que ela ficasse por ela.

Zelda prendeu a respiração e gradualmente seu batimento cardíaco se normalizou, ela suspirou e se sentou na cama. Tudo estava silencioso, silencioso demais.

As grossas cortinas impediam-na de saber ao certo se ainda era noite ou se já era de madrugada, mas quando olhou para o lado viu que já era dia. Na verdade, já eram 10h.

"Que ótima maneira de começar o dia."

Ela comentou consigo mesma e riu ironicamente. Ela nunca gostou de pesadelos, certamente como qualquer pessoa normal não gostaria. E aquele em particular estava começando a deixá-la em pânico.

Não era como se Lilith estivesse planejando deixá-la, ou pelo menos Zelda esperava que não. Mas...As coisas estavam tão estranhas ultimamente. Ela estava preocupada e com medo. Muito medo. E ela simplesmente não conseguia explicar por quê.

Ela se levantou da cama e se espreguiçou, bocejando algumas vezes. Ela coçou a cabeça e foi para o banheiro. Apenas um banho gelado seria capaz de despertá-la totalmente.

Depois do banho, ela foi até o closet e pegou uma calça de moletom escura, uma blusa de mangas compridas e um novo par de meias. Ela saiu do closet e abriu as cortinas do quarto, a luz gradualmente entrou no quarto enquanto ela pressionava seus olhos ainda sensíveis.

"Tenho que pedir a Lilith para me mostrar a cidade, não aguento ficar sem fazer nada o dia todo nesta casa."

Ela suspirou de frustração e deu as costas para a janela. Ela olhou ao redor, como se a sala fosse lhe dar algum tipo de ideia do que fazer. Mas nada.

*

Ela ainda estava no quarto, toda esparramada na cama, cercada por pacotes de salgadinhos enquanto assistia a vídeos dela com Lilith e Sabrina. No momento, ela estava assistindo a um vídeo de três anos da menina.

Alguém estava filmando Lilith e ela com a pequena. Sabrina estava sentada no colo de Zelda, Lilith estava ajoelhada na frente delas fazendo caretas e fazendo cócegas na barriga de Sabrina, que ria muito.

Era impossível não notar o quão felizes elas estavam. Lilith parecia tão extrovertida no vídeo, ao contrário da pequena Lilith retraída do presente. Zelda pensou consigo mesma que gostaria de ver aquela Lilith mais solta e brincalhona.

"Vá lá garota, mande um beijo para a tia Hilda."

Lilith perguntou a pequena, que olhou para a pessoa que estava gravando e balançou os braços. Lilith disse algo no ouvido dela e em segundos a garotinha tapou a boca com a mãozinha e mandou um beijo na direção da câmera. Zelda sorriu e a sacudiu, comemorando. Sabrina riu e Lilith levantou o polegar para ela.

Não passam apenas de memórias (Madam Spellman)Onde histórias criam vida. Descubra agora