Zelda observou sua irmã ir embora, o sorriso nunca deixando seu rosto. Zelda voltou para a cozinha, a voz de sua irmã ecoava em sua cabeça dizendo para ela se comportar, que aquela era a família dela; que aquela era a casa dela. Zelda não se sentia em casa, Zelda não se sentia parte dessa família...Não com Lilith nela. Sabrina já era outro ponto a ser discutido, Zelda sente que aquela pequena é sua filha, ela sente uma ternura quando olha para a garota. Se fosse apenas ela e a pequenina tudo seria completamente diferente, Lilith e seu mal de estragar as coisas.
Ela não deveria estar pensando sobre isso, deveria?
Ela voltou a realidade quando sentiu algo, ou alguém, puxar a bainha de sua camisa. Zelda olha para baixo apenas para encontrar a garotinha loira e fofa olhando para ela. Zelda se pega pensando em quem carregou a menininha no útero, ela era a coisa mais fofa, mas tecnicamente não se parecia muito com Zelda; ou com Lilith, apenas personalidades. Ela faz uma breve anotação mentalmente para perguntar isso a sua irmã ou Lilith depois.
"Ei pequenina."
Ela a pegou no colo e a colocou sobre a mesa sentando-se a sua frente. A mesa era de madeira maciça, e não havia perigo em quebrar.
"Sinta, mamãe, eu cheiro muito bem."
Sabrina estendeu suas mãozinhas em direção ao rosto de Zelda, que as segurou e cheirou; elas tinham um cheiro delicioso de chocolate e menta. Ela subiu o nariz sobre os braços da pequena e alcançou seu pescoço, ela riu e tentou impedi-la. Zelda riu também, empurrando o nariz ainda mais fundo na curva entre o ombro e o pescoço de Sabrina. O cheiro lembrou Zelda. Algo parecido como um antigo perfume que ela tinha, costumava ser seu favorito.
"Você realmente cheira bem."
"É seu cheiro mamãe. Mamy comprou aquele perfume que você amava."
Zelda imediatamente ergueu suas sobrancelhas em surpresa, como Lilith sabia disso? Ela se lembrou de que eles eram casados e que provavelmente conhecia Zelda melhor do que ela mesma nesse momento. Talvez Lilith não fosse tão inútil quanto Zelda pensava.
"Boa escolha!"
Zelda olhou para Lilith que estava preparando algo para eles comerem. Lilith sentiu ser observada e olhou para trás encontrando o olhar de Zelda, a mesma sorriu vendo a interação de sua esposa e Sabrina. Era estranho para Zelda pensar nela como seu filho, porque tecnicamente ela ainda se sentia uma garota do ensino médio.
Zelda voltou a falar com Sabrina, ela contou a ela sobre seu dia na escola e como ela estava animada para as férias de verão. Ela ouviu com atenção e pensou que talvez fosse melhor seguir o conselho da Dr. Shepherd; tentar voltar para a sua velha rotina, sua velha vida.
Logo Lilith anunciou que o jantar estava pronto.
Ocorreu tudo bem, quem olhasse de fora diriam que todos estavam felizes, e quem nenhum dali, de uma hora para outra, perdeu a memória. De alguma forma, eles estavam felizes. Mas Zelda não se sentia completamente ligada a elas...a Lilith.
O jantar estava perfeito, Zelda ficou surpresa com as habilidades de Lilith na cozinha. Zelda ama cozinhar e ajudava sua mãe a fazer qualquer comida em casa, mas ver Lilith fazendo isso era uma grande surpresa para ela.
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Sabrina estava na sala de estar. Zelda percebeu porque ela podia ouvir o barulho vindo da TV; ela foi até ela e a viu deitada de bruços, o peito colado ao sofá e o quadril levantado. Ela parecia estar dançando ao ritmo da música do desenho animado. Zelda se preocupou se essa posição era confortável e fez uma nota mental para perguntar a Lilith sobre isso mais tarde.
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Não passam apenas de memórias (Madam Spellman)
FanfictionO que você faria se acordasse ao lado da pessoa que mais odeia e....casada? Bom, Zelda Spellman obviamente não sabia como explicar a que ponto chegou, mas sabia que odiava Lilith com todas as suas forças.