Linda Lee

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— O que temos? — se dirigiu a legista que fotografava a cena do crime.

— Bom dia, senhora Danvers! — comentou ao se levantar, enquanto via a chefe de equipe calçar as luvas azuis — A causa da morte é claramente a lesão no crânio e a pressão que se formou devido a um coágulo. — pontuou ao soltar a câmera, deixando-a livre e pendurada pelo cordão — Mas antes de morrer, ele ainda lutou muito. Quem o matou certamente é bem forte.

— Obrigada, Sawyer. — suspirou — Isso aqui está uma bagunça! Agente Doux, quero a lista completa de todos os hóspedes das últimas 24 horas, e principalmente de quem havia se hospedado neste quarto.

— Sim senhora, agora mesmo. — o agente se retirou.

      Enquanto a equipe de perícia vasculhava todo o quarto a procura de qualquer vestígio de DNA, a ruiva caminhava pelo local. Sentindo os cacos se partirem abaixo das botas pretas, os olhos corriam pelo local onde minuciosamente podia conjecturar a cena, de como a cadeira fora quebrada e qual ângulo o móvel foi arremessado. As marcas de pó na parede, mostrava claramente que quem fosse o assassino era bem astuto e bem treinado. O quarto estava impecavelmente limpo, sem nenhum rastro de digitais ou qualquer prova que indicasse um assassino, mas após um breve teste usando as digitais do corpo, puderam identificá-lo como procurado em diversos países inclusive no seu de origem, os Estados Unidos. A lista de seus crimes era extensa e embora tenha sido um trabalho a menos para a ruiva, estava curiosa para saber quem o homem havia sido enviado para matar, e o mais intrigante, quem havia conseguido matá-lo e superado um dos criminosos mais procurados da história do FBI. Seus devaneios foram interrompidos pelo seu agente que havia voltado com todo o arquivo de hóspedes e acompanhado de uma moça, que parecia ser uma das camareiras, provavelmente a mesma que avisou sobre o corpo.

— Você se lembra quem era o dono do quarto? — a mulher ficou pensativa por alguns segundos, e parecia hesitante — Pode me contar, Hernandez? — sorriu ternamente após ler o pequeno crachá — Nada irá acontecer a você, eu prometo. — assentiu.

— Era uma mulher. Tinha mais ou menos 1.70 de altura, olhos azuis misteriosos e os cabelos pretos. — bufou nervosa — Ah, e ela tinha uma tatuagem no pulso, me parecia ser um camaleão, não me lembro em qual dos braços eram. 

— Muito obrigada, Maria. — acabou de anotar no pequeno bloco de notas — Lembra-se de mais alguma coisa? É extremamente importante.

— O sotaque dela. Eu não entendo muito, mas ela me parecia ser russa. — pigarreou — Foi ela quem o matou? Ela não me pareceu perigosa, na verdade era bem atenciosa. 

— Às vezes as aparências nos enganam, senhorita Hernandez. — sorriu — Mas de qualquer forma, muito obrigada. Certamente foi de grande ajuda. — assentiu.

— Foi um prazer. Com licença. 

    Depois da saída da moça, a ruiva pôde finalmente checar os registros. Encontrou finalmente o nome da dona do quarto 103. Linda Lee.

    Sua mente vagou pelas palavras da mulher minutos atrás, e se a tal mulher era a mesma russa que ela procurava a tantos anos. As pilhas de corpos que ela deixava por onde passasse, chegava a se tornar difícil de contar. Era fria e calculista, tudo era ardilosamente tramado em mínimos detalhes, por isso até o momento, jamais havia ao menos chegado perto de pegá-la. Nenhum outro nome parecia se conectar com ela nos tantos hóspedes na lista, então outro ponto de interrogação pairou sobre a mente da jovem agente. O que Lee fazia ali, e porque ela mataria outro criminoso ligado a mesma organização que ela? Não fazia sentido algum para ela, mas seguiria seus passos, mesmo que não soubesse a direção correta no momento. 

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— Onde estamos? — indagou enquanto caminhavam até a beira de estrada. 

— Segundo essa placa estamos próximas a um posto de gasolina. — estendeu um óculos de sol para a morena — Eu sei que tem sensibilidade ao sol. — deu de ombros.

Russian RedOnde histórias criam vida. Descubra agora