Ponto de Partida

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      Os olhos abriram com certa dificuldade, e os músculos estavam enrijecidos, por uma noite mal dormida e extremamente desconfortável. As esmeraldas ainda estavam tendo uma visão turva pelo sono, mas identificou que não estava em casa, alcançou o celular sobre a mesa alguns centímetros de distância de onde seu rosto estava. Constatou que era dia novamente e que havia dormido no laboratório, viera na noite anterior para anotar novamente sua pesquisa, já que havia perdido sua agenda naquele desastroso voo.

      Começou logo do início, e isso levou a noite toda, ficou tão cansada que pegou no sono sem se dar conta. Precisava voltar para casa, afinal, não tinha notícias de Samantha e nem sabia se ela estava bem. A vida estava complicada que nunca sabe o que esperar no dia seguinte. Se recompôs e tirou o jaleco, as anotações guardou dentro da gaveta de sua mesa e em seguida trancou-a. Atravessou todo o prédio que naquele horário encontrava-se vazio e logo estava em seu carro. Tentou ligar diversas vezes para Kara, sem nenhum sucesso, o que para ela fora estranho, já que ela não costumava deixar de atendê-la. Uma turva nuvem de preocupação começou a pairar sobre sua cabeça, enquanto dirigia em direção ao seu apartamento.

— Alô, Lena. 

— Ah, oi Sam. Desculpe não ter voltado para casa ontem à noite. Fiquei presa no laboratório. — se apressou em se desculpar enquanto prestava atenção na direção.

— Tudo bem, Lee. Eu já iria ligar, para perguntar se estava tudo bem. Foi entregue um pacote para você. O que foi bem estranho, quando abri a porta após ouvir a campainha, era uma criança que entregava o pacote e disse que havia recebido dinheiro para deixá-lo aqui. — comentou intrigada do outro lado da linha — Mas de toda forma, eu não o abri. Deixei aqui, sobre a mesinha de entrada. Agora preciso me aprontar, Alex descobriu algo sobre o caso da russa e precisa de mim lá, beijos. Venha com cuidado.

— Tudo bem, Sam. Se cuide também, beijos.

      Após algum tempo no trânsito, Lena chegou em seu apartamento que estava vazio, procurou por Sam, mas percebeu que a mesma já havia ido para a cede do FBI encontrar-se com Alex. O que a deixou aflita e pensativa sobre o que iriam discutir, e o que descobriram sobre Kara e se aquilo poderia prejudicar a loira de alguma forma.

     Ao virar-se notou o tal pacote que Sam havia comentado, deixou as chaves mo prato sob a mesa e pegou o pacote com ambas as mãos. Abriu todo o embrulho com certa pressa e reconheceu o que havia ali. Sua antiga agenda. Junto com um papel dobrado.

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Aconteceu um imprevisto e vou precisar retornar a Kasnia, em meu celular está a localização dos meus pais. Eles foram levados e só serão libertos se eu me entregar à organização. Se eu não voltar em 48h, procure o FBI e conte tudo à eles, diga que eu te obriguei ou qualquer outra desculpa, eles vão te proteger e lembre-se do que eu disse, não confie em ninguém. Faça o que fizer, não venha atrás de mim.

                            - Kara

        O pacote fora colocado na mesa de centro enquanto ela pegava o aparelho celular. Na tela inicial já se encontrava o GPS. O pontinho vermelho piscava incessantemente em um ponto da Rússia. Mais precisamente, Kasnia.

       Lena revirou o resto do pacote, mas não havia mais nada ali. Olhou detalhadamente a carta e no verso encontrou um pequeno amontoado de letras, pequenas e quase imperceptíveis. Com o auxílio dos óculos de grau, Lena pode ler o que dizia mesmo com letras embaralhadas; "atrás da almofada". No início aquilo lhe pareceu esquisito, mas se levantou do sofá e se pôs a procurar o que fosse que Kara tivesse deixado para ela. Era um revólver calibre 38 que, Lena pegou com cuidado entre os dedos como se fosse algo que iria mordê-la. Ajeitou o cabo melhor em sua mão e testou a mira com os olhos. Com a direita engatilhou-a para checar se estava carregada, já havia visto como fazia nos filmes e parecia ser algo fácil. Estava se sentindo uma agente secreta, por mais ridículo que isso pudesse ser.

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