Alerta

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   As dúvidas são como células cancerígenas, que se instalam em nosso subconsciente, nos fazendo questionar um bocado de coisas, às vezes tudo e qualquer coisa que nos envolva. Seu cérebro não desliga e não para de pensar naquele ponto enquanto você não chega ao fundo, seja uma resposta boa ou ruim. 

      Danvers não era um nome muito comum, ou seria? Poderia ser apenas coincidência, Kara ter o mesmo sobrenome que a atual capitã de sua melhor amiga. E era nisso que a Luthor queria ter certeza, se havia algum grau de parentesco ou se seu cérebro tão inteligente estava lhe pregando peças.

      Ao chegar no laboratório da L-Corp, onde estuda e trabalha com seus pais, decidiu que antes de começar os testes, iria fazer uma breve pesquisa. Enquanto ligava o seu computador, a jovem Eve Teschmacher entrou na laboratório e com a ajuda do iPad, contava para a Luthor caçula sobre os números e como estava indo a pesquisa, o que Lena só prestou atenção no início porque logo o seu computador ligou, e ela se sentou imediatamente à frente dele.

     Ignorando sua assistente, a doutora entrou em um site de pesquisa qualquer e pesquisou sobre a capitã, sobre qualquer notícia sobre família, amigos da família ou qualquer tipo de ligação com Kara. Em nenhum dos sites ela conseguiu encontrar nada, talvez a capitã era reservada e não gostava de compartilhar toda a sua vida pessoal aos curiosos virtuais. Na nota que lera, Lena só encontrou motivos que levaram a ruiva a ser condecorada e receber medalhas pelos seus serviços impecavelmente bem feitos. Não era atoa que havia se tornado capitã, a Luthor pensou consigo antes de fechar as janelas dos sites e assim finalmente voltar sua atenção para a assistir, não que tivesse desistido mas precisava esclarecer as ideias e o mais importante no momento, era sua pesquisa.

— Pode repetir do começo? — fechou os olhos brevemente se virando na cadeira giratória — Me perdoe, Eve. Estava com a cabeça em outro assunto no qual não me deixaria em paz. — bufou ao abrir novamente os olhos e encarar a jovem que lhe sorriu de lado.

— Sim, claro, senhorita Luthor.

Não queria ter ignorado a pobre assistente que era sempre tão dedicada, porém, nem se deu conta que estava o fazendo. Mas dessa vez lhe deu toda a atenção necessária, afinal sua pesquisa também era de suma importância.

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    Já havia estado ali antes, sabia onde ficava as toalhas, óleos corporais. Sabia também da mania de organização da Luthor caçula, e achava curioso ela separar roupas e calçados por cores, os cabides enfileirados, começava pelos vestidos pretos e no final os tons pastéis. Seu cérebro a fez se lembrar em qual das gavetas ficava as roupas íntimas da morena e ela logo balançou a cabeça de um lado para o outro, não iria pensar nisso, não deveria. A passos apressados e decididos caminhou para o banheiro, tirou as roupas em seguida enquanto suspirava e bufava, tentando intimidar seu próprio subconsciente que tentava relutantemente fazê-la pensar na doutora. O banho foi rápido, após lembrar que a qualquer momento a mulher grávida poderia chegar. Passou a chamá-la assim desde que descobriu que Lena queria voltar para casa e envolvê-la em toda essa confusão. Após o banho e abrir as janelas para que o vapor saísse, se trocou ali no pequeno cômodo mesmo e antes de sair ouviu um barulho. Ficou pensativa se era a amiga da Luthor ou um dos assassinos da organização. Bufou abrindo uma fresta na porta a fim de ver quem era 

— Droga! — se praguejou ao se dar conta que estava desarmada, sua pistola estava atrás das almofadas do sofá.

— Lena? Ainda está em casa? — a voz fez a outra suspirar aliviada e ao mesmo tempo preocupada de como saíria dali.

   O silêncio de retorno fez com que a jovem Arias constatasse que estava sozinha. Enquanto a morena estava abaixada em frente a geladeira, Kara saiu do banheiro e a passos silenciosos, caminhou até a sala pegando sua arma e a guardando no cós da calça. Continuou caminhando de costas até a porta, com cuidado redobrado abriu a maçaneta. Suspirou enquanto a outra permanecia na mesma posição de antes e cantarolava uma música qualquer que o pavor impedia a loira de identificar. Agradeceu aos céus pela porta do apartamento não fazer barulho algum, podendo finalmente estar do lado de fora do corredor.

Russian RedOnde histórias criam vida. Descubra agora