Mirantes e Socos

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Eu sabia que mirantes eram altos, mas, não sabia que eram tão altos

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Eu sabia que mirantes eram altos, mas, não sabia que eram tão altos.

Ícaro e Davi trocavam sinais rápidos antes de fotografarem, acho que conversavam sobre ângulo, luz e... Essas coisas de fotografia. Os dois riam enquanto tiravam fotos e passavam instruções de pose. Paula não pôde vir, parecia que ela tinha um ensaio importante, então éramos apenas nós e a Sabrina.

Davi não estava muito animado hoje, mas foi ficando conforme fotografava. Ícaro explicou que ele estava triste por causa da progressão da surdez. Sabrina parecia preocupada com o namorado e eu entendia o porquê, mesmo sorridente, Davi parecia abatido.

"Mais pra trás." – Ícaro pediu.

Arregalei os olhos, dei dois passos hesitantes para trás tentando manter distância do guarda-corpo.

"Mais. Encosta."

Garoto, você quer que eu morra?

Respirei fundo.

Davi para que eu ir mais para trás. Suspirei. Ícaro arqueou a sobrancelha para mim e tocou o braço do amigo, trocaram alguns sinais que de novo, acho que foi sobre ângulo, mas não tenho certeza, me sentia tonto demais para prestar atenção. Davi concordou com algo e Ícaro sorriu vindo pro meu lado.

"Vem cá. Eu disse que a luz daqui tá te deixando igual aos vampiros de Crepúsculo e você não seria um bom vampiro. Vamos procurar outro lugar enquanto o Davi tira foto da Sabrina."

Concordei, deixei-o me puxar.

No elevador, voltando para o chão, Ícaro me olhou com uma mão na cintura, a expressão bem mais séria do que quando fotografava.

"Você não disse que tinha medo de altura."

"Acredita que eu não sabia?"

Ele deu risada, revirou os olhos.

"Vou mandar mensagem pro Davi falando que vamos tirar umas fotos aqui no parque. Íamos ao mirante da nove de julho depois daqui, mas também dá pra tirar umas fotos legais no Ibirapuera."

Mordi os lábios. – "Desculpa."

"Relaxa." – ele revirou os olhos de novo. – "Não viríamos ao mirante se soubéssemos que você tem medo de altura. Tudo bem. Altura é meio assustadora. Podemos tirar fotos perto do lago."

Concordei com a cabeça, um pouco cabisbaixo e Ícaro riu apertando minha mão antes de passar a correia da câmera em volta do pescoço.

Saímos do MAC e fizemos o curto caminho para o Parque Ibirapuera.

"O legal é que agora consigo fazer sinais enquanto ando." – comentei atravessando a passarela. – "Muito legal."

"Mais ou menos." – Ícaro cerrou os lábios, se desviou de um passante. – "Você ainda tem um pouco de dificuldade. Dá pra ver."

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