•Charles Somers•
Eu e Hope já estávamos conversando há um bom tempo, sentados na grama. E apesar de ser um assunto delicado, eu estava curioso demais para não perguntar nada.
- Aquele dia.. o que houve exatamente? -pergunto com um certo receio.
- De que dia você está falando? -pergunta com um falso cenho franzido.
- Você sabe, a primeira noite de vocês aqui.
Ela respira fundo e olha para o céu, que estava um azul maravilhoso. Ela demora em seus pensamentos, e eu respeito totalmente seu tempo, enquanto a olhava.
Depois de alguns segundos ela leva seus olhos até mim, eles já se encontravam levemente umedecidos.
- Eu realmente não me sinto confortável pra conversar com ninguém sobre isso, mas eu não sei porquê, com você, aqui, agora, estou sentindo que preciso desabafar.
Sua confissão me fez sorrir e me surpreendeu muito.
A conexão que eu estava sentindo, não estava sendo sentida apenas por mim, e isso me deixava muito bem.
- E você pode desabafar, tudo ficará entre nós. E eu acho que sou um bom ouvinte. -dou um risinho leve tentando descontrair o clima e ela me acompanha.
- Eu estive.. an.. com uma pessoa por dois anos.
Ela dá uma pausa para respirar fundo e eu sorrio como apoio, e tento ajudá-la.
- Ele não era uma boa pessoa. -eu digo tentando a ajudar.
- Não, ele era. Era ótimo, me tratava bem, me amava, me dava carinho e eu me sentia uma verdadeira princesa. -ela dá uma pausa e olha para suas mãos, ela as apertava, as deixando vermelha- Mas isso foi antes. Antes de eu conhecer o completo abusivo que ele era. Resumidamente, ele estragou a minha vida, me afastou de amigos, me afastou de quem eu era, dos meus sonhos e de tudo que eu gostava. De herança, eu ganhei problemas psicológicos.
- Problemas psicológicos?
- Depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós traumático. -ela diz me olhando nos olhos e eu me lembro de Angel dizendo essas coisas- E sobre aquele dia, eu vi um frasco de sabonete líquido. E pode parecer meio besta, mas de alguma forma minha mente viajou para uma situação traumática que vivi com ele. Isso ocorre muitas vezes.
- Quando isso acontece, o que você faz?
- Não sei, Chaz. Eu apenas.. choro, eu acho. Eu choro, perco o ar, mas tento me concentrar em outra coisa, costuma passar depois de alguns minutos.
- Eu sinto muito. Se eu soubesse quem ele é, eu o mataria. -digo, e realmente falo sério.
Não entra na minha cabeça um homem maltratar uma mulher. Simplesmente não entra.
- Agora tudo já passou, o que posso fazer é me tratar, e seguir a minha vida. -ela diz me olhando e uma lágrima escapa de seu olho.
- Ei, eu sei que essa situação toda é meio esquisita, e que você provavelmente não se sente em casa. Mas você pode contar comigo como seu amigo, se quiser. Você disse que ele te afastou dos seus amigos, e bom.. você tem a mim e sempre terá a Angel.
Ela sorri levemente e assente.
- Obrigada, Chaz.
Quando vejo, ela estava abraçada a mim e eu noto uma linda flor vermelha atrás dela. Me separo de seu abraço e retiro a flor de seu habitat natural, logo colocando-a atrás da orelha de Hope, que ri.
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Criminal Release
FanficA liberdade é subjetiva. Quando nos deparamos com nosso reflexo e vemos tudo aquilo que somos, por nós, porque queremos, porque somos, nos denominamos prazerosamente livres. Hope Schwartz provou da liberdade pela primeira vez, durante aconteciment...