Férias

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Taehyung.


O último cliente do dia levou três arranjos de rosas e três arranjos de tulipas. Provavelmente algum pedido especial porque são encomendas especiais, e caras para ser honesto. Eu não posso reclamar porque esse cliente praticamente salvou o dia na floricultura por causa do movimento extremamente fraco, e acaba que sou cobrado pela falta de freguesia na loja como se fosse minha culpa.

Não tenho culpa pelas pessoas hoje em dia preferirem enviar me nsagens ou presentes caros sem nenhum tipo de sentimento, ao invés de comprar flores. E também não posso reclamar já que bati a meta do dia e estou começando a fechar, o dono disse que passaria no fim do expediente para conversamos seriamente e não estou nem um pouco feliz com isso.

Não vem boa notícia.

Deixo o dinheiro do caixa já trocado e as notas maiores dentro do cofre como sempre fiz, sempre deixava o relatório do dia grifado com valores e encomendas que tinham saído naquele dia para um trabalho bem transparente.

Nunca posso confiar na palavra de superiores porque sempre encontram um defeito ou razão para nos darem bronca, demissão e humilhação, já passei por isso antes de trabalhar nessa floricultura e é horrível.
Penduro o avental e começo a desligar as luzes, poderia sair mais cedo por hoje ser sábado e estava me devendo folga desse mês inteiro. Obviamente, eu amava trabalhar com as diversas flores que tinha, mas me sentia muito cansado e precisava de uma pausa merecida.





- Taehyung, está aí, filho ?




- Estou aqui, Sr. Kwon.





O sr. Kwon chegou do Japão há cerca de 30 anos na Coreia e se estabeleceu aqui. Não sei como conseguiu fluência na língua coreana, mas ninguém diz que ele é japonês e veio com uma certa idade para Seoul. Ele é uma ótima pessoa, e me tem como um filho já que toda a sua família ficou praticamente no seu país de origem.





- Ainda está aqui, meu filho ? - Perguntou. - Eu disse que chegaria mais tarde, mas quando liguei para informar já estava aqui trabalhando. Mas já que está aqui vamos acertar os seus devidos direitos. Quantas folgas lhe devo ?


Colocou uma pequena planilha em cima da mesa.





- Eu sempre folguei aos domingos e feriados, só neste mês que trabalhei todos os dias. A única diferença é que saí uma hora mais cedo.





- Estou te devendo quatro domingos de folga e três feriados, mas antes de decidimos, tenho algo em troca para oferecer.





- E o que seria ? - Perguntei arqueando a sobrancelha.





- Raramente vou ao Japão para ver minha família e está completando 5 anos desde que estive lá. Irei sair de férias durante trinta dias para ver meus parentes e amigos, nesse tempo você pode descansar tudo o que trabalhou, não se preocupe que receberá as devidas férias e poderá relaxar enquanto loja fica fechada. O que me diz do nosso acordo, Taehyung ?




Não seria má ideia se irei receber minhas férias com o salário que me é direito e poder relaxar. Não vejo porque não.





- Eu aceito, Sr. Kwon, irei descansar em algum lugar mais perto da natureza ou algo do tipo. Vou avisar os clientes da loja e colocar um aviso na frente da loja amanhã, muito obrigado. - Sorrio e me curvo diante dele, gostava sempre de demonstrar a minha gratidão por ele ter me dado esse emprego e me deixar dormir na quitinete em cima da loja que era bem espaçosa e aconchegante, me sentia bem. - Irei sentir saudades do senhor durante esses trinta dias, espero que esse tempo com a sua família seja o suficiente para matar a saudades que sente.





- Pode deixar que irei aproveitar com todos e como uma forma de me ter por perto, leve essa pequena rosa branca que irá desabrochar daqui uma semana e cuide bem dela. - Sorriu pegando as chaves da loja. - Está dispensando, e amanhã faça o que restar, depois disso só nos veremos dentro de um mês.




- Até amanhã, e deixei o relatório junto com o dinheiro onde sempre coloco.




Me despedi dele e peguei as minhas coisas, o dia estava bastante ameno que sentia calor e frio ao mesmo tempo, mas hoje quero beber. Atravessei a rua indo em direção ao prédio onde Jimin trabalhava, precisava dar a boa notícia à ele já que o mesmo vivia fazendo planos para que possamos aproveitar juntos os nossos momentos como amigos únicos e agora tenho tempo de sobra para isso. Entro no prédio já passando direto pela recepção já que me conheciam e sabiam quem eu era, não consigo imaginar o que fotos possuem de tão fascinante para que muitos amem. Mas não posso julgar o que as pessoas gostam ou não para viver. Para não demorar muito, subo os três  lances de escada para ser mais rápido e saio já no corredor do estúdio de fotografia, já escuto os cliques das câmeras. Ao entrar, fico um pouco fascinado ao ver a tal moça que Jimin estava fotografando e por incrível que pareça ela me parece familiar.

Deve ser alguma cliente da loja, mas o rosto me parece tão recente que chega a me dar uma sensação estranha.





- Qual o problema, Seulgi ? - Jimin perguntou para ela me encarava, ele se virou na minha direção e tentou voltar a atenção dela. - Vocês se conhecem ?




Eu neguei com a cabeça e ela fez o mesmo, mas senti que mentiu.





- É porque ele me parece bastante familiar, mas deve ser algum engano porque me lembraria bem. Me desculpe se fui inconveniente. - Se curvou rapidamente, e sorriu. - Eu já dou muito trabalho para seu amigo.





- Você nem me lembre disso, mocinha, não sei a sua fascinação por fotos extremamente antigas que parecem dos anos 70. - Jimin riu.





- Na verdade, anos 50 porque as fotos eram bem antigas e sabe, acho que boas lembranças podem ficar eternizadas em fotos. Nunca se sabe o que podemos achar e descobrir, não acham ? - Seulgi me deu um olhar curioso.




- Eu concordo com ela, mas admito que são muito bonitas as fotos e parecem ser bem realísticas. - Digo.





- Quem é o fotógrafo responsável por esse ensaio  ?



Tanto eu quanto Jimin encaramos o homem de cabelos negros e pele branca que parecia perdido.

(...)

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