O Príncipe e o Pobre

78 16 16
                                    

Taehyung.


Jin fez questão de me mostrar cada canto de sua mansão em uma pequena tour, cada lugar deste local me dá uma pequena nostalgia como se já tivesse andado por este lugar antes, o que me deixou mais intrigado foi a arquitetura dessa mansão sendo bem antiga e tão atual ao mesmo tempo. É incrível.

Eu me espantei pelo tamanho porque é maior ainda por dentro, só que diferente da felicidade sentida por mim no jardim horas atrás, é que consigo sentir uma imensa tristeza enquanto ando por estes corredores que devem ter um mistério por de trás delas. Eu sinto aqui dentro.
A empregada Jisoo me olhou de uma forma sinistra que fez um estranho arrepio percorrer por minha espinha e um leve enjoo repentino.

Nunca tinha sentido antes isso, é muito estranho.

Algo que achei mais estranho ainda foi ter gárgulas por dentro da mansão dando um ar medieval junto com as esculturas e pilastras, um pouco estranho. Mas ainda tinha uma certa beleza, isso eu não posso negar.
Aqui é tão grande que posso me perder, tinham inúmeros quartos, salas, corredores tão longos e portas que davam passagem para outros lugares da mansão. Igual fizemos agora já de volta para o primeiro andar vendo pinturas.





- Eu acho que vemos tudo o que precisamos para tentar se achar nessa mansão. Alguma pergunta para mim, Taehyung ? - Jin me olhou enquanto andávamos pelas pinturas que tinham em outro corredor.





- Aqui é imenso e tenho que torcer para não me perder aqui. - Ri, o olhando. - Eu tenho total liberdade para andar na sua casa, mas pode confiar em mim que não irei xeretar onde não devo, Jin.





- Eu confio nas suas palavras e agradeço pela sua sinceridade. Pode andar por todos os lugares dessa mansão, sinta-se em casa para ir em cada canto desse imenso lugar. Menos à ala oeste.






- Por qual motivo ? - Pergunto sem querer, mas logo me arrependo ao ver a instauração no rosto dele.





- É proibida, apenas isso. - Disse sério.





- Pode confiar em mim quando digo que não irei à ala oeste sem sua permissão, Jin. - Com o tom de firmeza em minha voz, porém com desculpa por ter perguntado algo pessoal, forço um pequeno sorriso no rosto ao olhar para ele. - A sua casa tem um leve tom medieval mesclado com a beleza do seu jardim e suas pinturas. Há quanto tempo esta imensa mansão está na sua geração, Jin ?






- Uau, nunca parei para pensar nisso porque aqui é tão grande que tem lugares que nunca fui. Mas acho que umaa 3 gerações quando meu avô comprou essa mansão e fez questão de mantê-la intacta como a história trágica de amor que teve aqui.





Isso ele não me disse, por mais que as histórias tristes não me agradem muito, fiquei curioso. É sempre misterioso e intrigante estarmos em um lugar com uma grande história, talvez seja por isso que alguma coisa estranha e diferente paire no ar enquanto ando por estes corredores. Talvez seja essa história.
Não consigo me conter e brinco com os meus dedos curioso com a história.





- Eu acho que gostaria de saber um pouco mais dessa história, Jin.





Ele me olha e deu um sorriso terno.






- Aqui habitava um casal que se amava intensamente e sonhavam com o dia que iriam fugir de todo o preconceito que tinha naquela época. Eram dois rapazes de classes sociais diferentes, mas eles se amaram na primeira vez que se viram naquele jardim e prometeram ser um do outro para sempre. Mas infelizmente o amor deles foi interrompido de uma forma trágica. - Suspirou fundo e com pesar.





- O que aconteceu com eles ? - Perguntei.






- O irmão mais velho do antigo dono desta mansão matou os dois onde ficava o jardim e em meio as flores. Aquele que era o mais pobre tomou o tiro no lugar do Príncipe, aquele que era chamado por ser rico, ele morreu nos braços do seu amor. Mas o Príncipe não aguentou a dor de perder o seu primeiro, único e verdadeiro amor em seus braços, então ele sentiu uma forte dor em seu coração que já estava quebrado pela dor e morreu junto à ele entrelaçando as suas mãos. - Vejo que ele deixou uma lágrima escorrer, mas deixa escapar um pequeno sorriso. - Logo após isso a casa pegou fogo destruindo qualquer lembrança deles, mas correu um longo boato que o amor entre eles ficou eternizado nessas paredes e que suas almas esperam o momento certo para se reencontraram novamente e assim, continuarem a história de amor interrompida pela ganância do irmão do Príncipe.





Eu nunca tinha escutado algo parecido, ao mesmo tempo que ela é tão trágica, consegue ser unicamente linda e emocionante. É como Romeu e Julieta que morreram um pelo outro, mas o amor deles foi eternizado.






- Essa é uma história atemporal que faço questão de manter em minha memória e parece que realmente sinto esse amor preso nessas paredes, eu tenho uma sensação estranha que convivo com as almas deles. Não tem um único dia que reflito sobre eles.





- Acho que nunca ouvi nada parecido antes e sinto uma imensa emoção com cada palavra que me disse, Jin. Não sei se irei ouvir novamente, mas a história aqui me lembrou de Romeu e Julieta que morreram um pelo outro, os quais ficaram eternizados durante todas essas décadas. Agora consigo entender essa sensação que também sinto, me sinto emocionado. - Sorrio, e me aproximo da pintura que estava na nossa frente. Admito o medo que senti por ser um pouco sombria e mais a frente, tinha a estátua de um homem com asas negras.






- Eu sei o que deve estar pensando sobre esse quadro e sim, é um pouco medonho que causa arrepios. O que me intriga a mais é esta estátua que sempre me puxa para perto, quando venho aqui tenho a impressão que a mão está me chamando para algo. Mas claro, eu estou a tanto tempo sozinho nessa mansão que posso estar vendo e escutando coisas, não acha mesmo ? - Por um momento nossos olhares se encontraram como se procurassem a resposta para alguma coisa coisa.






- Eu acho que devemos acreditar em nossos próprios ideias, se acha mesmo que viu ou ouviu alguma coisa está tudo bem e não há nada de errado nisso.





Sorrio e quando ia falar mais alguma coisa, a empregada Jisoo entrou bem na hora nos assustando um pouco por estarmos nos encarando de uma forma intensa.

Nós dois olhamos para ela, mas com o mesmo sentimento que não queríamos ser interrompidos, não agora. Ela nos informa rapidamente que a mesa de jantar está sendo posta e estava nos esperando. Jin agradece e ela sai.





- Você vai jantar comigo e isto não é um pedido. - Disse sorrindo.




- Irei me trocar, nos vemos daqui à pouco, Jin.










O espírito encarnado, fundamentando-se em seu existente (a bagagem de conhecimentos e experiências adquiridos ao longo de toda a sua história, seja encarnado, seja desencarnado), passa a exercitar sua capacidade, a constatar e desenvolver suas potencialidades, enfim, passa a construir seu momento presente e seu momento futuro.
Vai enfrentando contradições, dificuldades, obstáculos, facilidades, administrando encontros e desencontros, permanecendo no seu plano geral ou se desviando em função de algumas variáveis do processo, mas sempre de acordo com sua vontade.

Regressão Onde histórias criam vida. Descubra agora