Capítulo Dois

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Segui a trilha até o castelo. Beau, guarda, estava de pé na entrada. Ele sorriu para mim.

- Olá, Princesa. - ele se curvou - O Rei a espera.

Entrei no castelo, subi as escadas em espiral até o Salão Imperial onde papai estaria sentado em seu trono ao lado de mamãe.

Meu pai era o Rei Roy Jerome Magueur Mercier Damboyras da França. Minha mãe era a Rainha Adrien Odette Chabane Magueur Mercier Damboyras da França.

E lá estavam eles. Papai era grisalho, tinha uma expressão carrancuda, olhos castanhos, não era tão atraente. Mas mamãe era uma dama muito bela. Tinha um espesso cabelo negro, o cabelo que eu havia herdado, olhos castanhos, pele pálida e bochechas rosadas, magra e avantajada, com muitas curvas. Era linda, carinhosa, doce, meiga e apaixonante. Era a mãe que qualquer um queria ter.

- Papai. Adoriabelle disse que o senhor gostaria de falar comigo...

- Boa tarde, Annemarie. - disse ele sério. Eu realmente só havia visto papai sorrir para Adoriabelle, nunca havia posto um sorriso nos lábios para mim. - Irei realizar uma navegação em seis meses. E tu terás que assumir enquanto estou fora.

- Eu? Mas papai, eu não...

- Você, sim. - disse ele sério. - Daqui seis meses já estarás com teus dezesseis anos e Alphonse vinte e dois. Poderei colocar Alphonse para assumir o trono provisoriamente.

- Sim, senhor.

Alphonse assumir o trono? Não casaria com ele, ou seja, eu teria de ficar ali, mesmo com todo o machismo. Isso era uma loucura! Eu não poderia fazer isso, nem sabia como fazer. Mesmo que fosse provisório.

- Annemarie, e Alphonse? - perguntou ele.

- Não sei se vai dar certo, papai.

- Bem, mas você terá que encontrar um rapaz antes da minha partida.

- Roy... - mamãe chamou a atenção dele. - Não a coloque pressa.

- Está bem. - ele revirou os olhos. - E a quero presente no aniversário de Adoriabelle. Vá com Elaine para tirar vossas medidas. - ele estalou os dedos para Elaine que tirava medidas dos braços de Adoriabelle em um canto.

Segui com Elaine até meu quarto. Elaine abriu a porta para mim e eu entrei na frente dela. Vagarosamente tirei meu vestido ficando seminua com meu corpete. Subi no degrau onde teria que ficar parada até ela tirar as medidas.

Ela começou a envolver meu corpo com a fita tirando minhas medidas. Meu corpo era magro e estreito pelo corpete de couro, aquilo esmagava até minha alma.

- Que horas são, Elaine?

Ela se afastou e olhou pela janela o grande relógio da torre da igreja, se virou para mim e voltou a tirar medidas.

- Cinco e trinta e cinco, Princesa. - disse ela tirando a medida dos meus quadris.

- Obrigada. - eu disse suspirando.

Eu odiava essa vida. Parecia perfeita e confortável. Mas não era nada disso. Ser da realeza poderia ser sinal de dinheiro e tudo que lhes desse vontade, mas eu queria poder ser livre.

Tirou as medidas dos meus braços e haviamos terminado. Se eu não tivesse me acostumado com as cãibras que dava ficar parada daquele jeito, eu teria reclamadp muito, mais do que tinha reclamado mentalmente.

- Queres ajuda para vestir-se? Não vejo Madelón em lugar algum...

Madelón era minha serva. Tudo o que eu quisesse poderia pedir a ela, que isso seria realizado.

- Só me ajude a prender o vestido. - disse começando a colocar meu vestido.

- Espere, vosso corpete, está frouxo. - ela foi atrás de mim e o desamarrou.

- Ah... - eu resmunguei e revirei os olhos.

Ela puxou todas as linhas o apertando mais ainda, de cima pra baixo trançou e apertou até puxar um laço bem forte na parte debaixo das minhas costas. Aquilo doia. Eu odiava corpetes. Mas já estava acostumada a usá-los.

Um Conto de Fadas ModernoOnde histórias criam vida. Descubra agora