Miranda estava uma pilha de nervos.
Praticamente plantada ao lado da porta, olhos atentos ao reflexo da janela, ouvidos atentos aos barulhos da rua. Ao ouvir um carro se aproximando olhou pela janela para confirmar.
Antes mesmo da jovem completar o caminho a porta já estava aberta. As duas tinham um sorriso cúmplice de quem sente tanta saudade que já não cabe mais no peito.
Os olhos de Andrea se iluminavam a cada passo que ela dava em direção a outra mulher. 'Miriam' fez sinal para que ela ficasse em silêncio, fechou a porta da frente ativando o alarme em seguida e logo a puxou pelo braço casa adentro.
A mulher grisalha as guiou até um escritório, colocou Andrea dentro do cômodo e entrou, fechando a porta com o apoio do próprio corpo. Ela abriu os braços para receber a morena que tanto assombrou seus pensamentos nas últimas semanas.
Em automático Andrea deixou a bolsa cair de seus ombros sem ao menos se importar com o notebook que estava dentro. Seus braços envolveram o corpo que tanto desejava de forma firme, seu rosto se encaixou na curva do pescoço da mais velha. Ela respirava fundo, tentando fixar o perfume em suas narinas.
Em algum momento a morena moveu a cabeça e começou a roçar os lábios no pescoço pálido, tão macio e suculento que praticamente fazia sua boca aguar com vontade de ir além. Ela sentiu dedos firmes se emaranharem em suas madeixas longas e ousou, de leve, roçar os dentes na pele alva.
"Andre... ahhh." Miranda sentiu o ar desaparecer de seus pulmões. Por instinto ela deu um leve puxão nos cabelos castanhos e seus olhos se encontraram.
Elas se perderam juntas no tempo, com os corpos próximos e as respirações aceleradas. Não havia dúvida, somente certeza entre elas e uma sensação de antecipação capaz de levar ambas até a mais pura loucura.
Os rostos se aproximaram, a sensação era de que as borboletas dentro delas pareciam querer voar para além de seus corpos. Quando os lábios roçaram, foi a vez de Andrea gemer, quase imperceptível, mas o suficiente para que o último fio de sanidade lhes fosse arrancado.
O beijo foi molhado e sensual como nenhuma das duas jamais experimentou antes. Parecia que suas bocas haviam sido feitas para o encaixe perfeito e elas estavam completamente dispostas a tirar total proveito disso para sempre. Elas não queriam parar, não queriam pausa, o oxigênio que se virasse para chegar em seus pulmões.
As línguas se tocavam, se reconheciam, se conectavam em uma dança gostosa que emanava sensações igualmente prazerosas para todo o corpo, a ponto dos joelhos começarem a enfraquecer.
Andrea pausou o beijo, intercalando selinhos e mordidas leves no lábio inferior da editora.
"Por favor, não me diga que isso é outro sonho?" Miranda murmurou fazendo Andrea rir. Uma risada rouca invadiu seus ouvidos e ela simplesmente levou uma das mãos até a maçaneta da porta, trancando, antes de direcionar as duas ao luxuoso sofá no canto.
Miranda colocou Andrea sentada, sentando-se no colo dela, uma perna passando por cada lado da cintura da jornalista.
"Me deixe adivinhar... temos que nos comportar porque suas filhas estão dormindo?" Andy perguntou sussurrando no pescoço da mulher em seu colo enquanto suas mãos habilidosas percorriam caminhos até então proibidos.
"Uhum." Miranda fez que sim com a cabeça, bem de leve. Não queria ousar perder o contato.
"E você espera que eu me comporte quando você está assim?" Andrea levou suas mãos até os seios dá mulher, onde mamilos rijos se destacavam contra o tecido liso.
Ela massageou e circulou os bicos por cima da blusa por um longo tempo. Seus lábios jamais deixando os da editora, que agora usava suas unhas e as pontas dos dedos no pescoço da mais nova, deixando-a propositalmente arrepiada.
Quando os quadris da mulher grisalha começaram a se mover no ritmo de suas carícias, Andrea simplesmente sentiu que poderia entrar em combustão a qualquer segundo.
Miranda já havia se perdido, já não dizia nada com sentido, só gemia baixinho, aproveitando a sensação de ter vida novamente, se sentir coisas que já não achava possíveis. E aí, Andrea a surpreendeu ainda mais.
A jovem passou uma das mãos pela sua cintura, segurando-a no lugar. A outra mão invadiu sua calça até pousar em cima de sua calcinha, num ponto vergonhosamente úmido, e por cima do tecido ela começou as carícias que poderiam lhe fazer gritar de prazer. Ela sentiu seu corpo ser puxado de leve e lábios ávidos sugaram um dos bicos também por cima do tecido. Os movimentos de seus quadris se intensificaram, seus dedos procuraram suporte no sofá com tanta força que ficaram esbranquiçados. Seu corpo se enrijeceu, até o ponto extremo e em seguida ela relaxou contra sua própria vontade.
"Shhh, tudo bem." Ela sentiu seu corpo ser ajeitado no sofá, sendo puxada para deitar junto da morena.
"Só mais uns minutos e eu vou..."
"Shhh... hoje foi só uma coisa para você relaxar e para querer voltar logo, meu bem."
"Mas..." Ela tentou dizer algo, mas Andrea aparentemente já decidira por elas.
"Quando você voltar será a minha vez. Agora me deixe aproveitar você mais um pouco."
Miranda sorriu. Sabia que estava apaixonada. Resolvida a não pensar em problemas ela se entregou a mais um tempo com sua Andrea e elas se atualizaram jogadas no sofá, sorrindo como bobas, em um mundinho só delas.
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Dois Cafés (Mirandy)
FanfictionAndrea é uma jornalista que escolheu um café aconchegante como local seguro. Entre provas do cardápio e trabalhos sem fim, um belo dia ela se depara com Miriam (que, na verdade, se chama Miranda) e depois disso a sua vida nunca mais foi a mesma.