Naquele banco (romance-esquecimento)

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     Eu não consigo explicar bem; sobraram apenas pequenos fragmentos sobre este sonho. Me recordo que, aos doze anos, tinha sonhado com uma garota, sentada sobre um banco, o lugar era todo branco, era possível apenas ver o banco e aquela menina.
     Não sei porque, mas senti que aquilo soar naturalmente, e conversei com ela, mesmo não conhecendo-a; não me lembro bem do diálogo, mas restaram pequenas lembranças.

     ㅡ Quando você vai vir? ㅡ perguntou a garota, olhando-me com seus olhos castanhos.
     ㅡ Mais tarde, querida, mais tarde. . . ㅡ respondi, de um modo automático, fora de meu controle.
     Eu sabia que era um sonho, que era tudo ilusão, mas algo me controlava, e respondia à garota por mim.
     Tirando esta conversa, não me redta mais nada, a não ser as últimas palavras da garota, ainda naquele sonho.
     ㅡ Estou te esperando. . . Do outro lado.
     Depois disso, ela se evaporou, desapareceu. E então, tudo veio de volta à minha mente. As brincadeiras, os apertos de mão, as risadas; ela voltou à minha cabeça. Tamy. . .
     Se eu soubesse que era ela, eu teria a seguido, para onde fosse! E agora, aquele banco permanece vazio. Os sonhos ainda existem, talvez seja a minha esperança, insistindo que, um dia, ela vai voltar, e, desta vez, vou me sentar ao seu lado naquele banco.

Contos Diversos - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora