xxii.

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capítulo vinte e dois: adeus, parte um.
'e agora você se pendura
nos meus lábios, como
os jardins da babilônia.'

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Amélia Grindelwald passou anos de sua vida pensando se algum dia poderia se tornar uma pessoa ruim.

Mas só descobriu a resposta no dia em que deixou sua adolescência para trás, para sempre.

28 de junho, 1978...

Eu espero que você possa me ouvir, eu me lembro claramente do dia em que você partiu. Foi o dia em que eu percebi que nada mais seria igual eu tive que continuar acordada, mas e você? Você não vai acordar?

Eu continuo perguntando porquê, eu não posso aguentar isso. Lá se vai você para um lugar onde não posso te trazer de volta, e eu estou tão cansada de estar aqui reprimida por todos os meus medos infantis.

Essa ferida não vão cicatrizar, essa dor é surreal, há muita coisa que nem o tempo pode apagar, eu me lembro de quando eu chorei e você enxugou todas as minhas lágrimas, sim quando eu gritei foi para lutar contra todos os seus medos, você segurou a minha mão por todos esses anos, você costumava me cativar com essa sua luz brilhante, mas agora eu estou limitada pela vida que você deixou para trás, agora acho que serei assombrada pelo fantasma do seu sorriso para sempre...

"E ele acolheu a morte como uma velha amiga".

Não, isso não era possível. Amy teria perdido três pessoas para a morte em seus quase dezoito anos de vida e acreditava que nunca conseguiria acolher a morte como uma velha amiga, o que acontece com as pessoas depois da morte? Elas ficam realmente bem? Dizem que existe um lugar melhor para onde pessoas boas vão, se ele realmente existe então Amy agradece por isso agora, mas se não existe isso a preocupa.

Mas e para os que ficam? Os que perdem alguém, eles nunca se curam, nunca conseguem esquecer, sempre tem um vazio ali, os mortos não sentem um vazio certo? Eles vão embora e tudo acaba para eles, mas não acaba pra quem se importa, sempre irá existir um lugar, uma música, uma comida, uma bebida ou até mesmo um cheiro que os fará lembrar que a pessoa amada não está mais ali, então essa dor passa a ser eterna.

Então seria os vivos quem sofrem mais que os mortos? Seria dos vivos que deveríamos sentir pena? Deveríamos chorar pelos vivos?

O grande e último mistério da vida, a morte.

Amy andava pelo pequeno castelo com sua gravata da Lufa-Lufa presa em seus cabelos, aquele era um dia feliz, ela pulava pelos corredores da escola junto com Bea, elas estavam animadas para chegar até o salão onde receberiam seus diplomas.

Amélia tentava evitar pensar em seus problemas, em sua preocupação se teria sim ou não invocado uma magia tão perigosa quanto a magia das trevas.

Ela preferiu pensar sobre seu lindo vestido verde que caia sobre seu corpo, era feito sobre medida para ela, as alças caiam pelos ombros de propósito dando à ela um ar elegante e atrevido.

Ao seu lado Beatrice Zabini estava deslumbrante com seu cabelo escuro preso em um coque, lábios cobertos de um batom vermelho e seu lindo vestido prateado que brilhavam sobre a luz.

Elas entraram rapidamente no salão de festas que estava enfeitado e elegante, tão lindo quanto Amélia jamais o vira, as luzes azuis iluminavam os olhos da garota enquanto ela cumprimentava alguns amigos.

✓𝗥𝗘𝗠𝗘𝗠𝗕𝗘𝗥 · sirius black Onde histórias criam vida. Descubra agora