Capítulo 3 - Erlebnisse

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Erlebnisse; em alemão: as experiências, positivas ou negativas, que sentimos mais profundamente e através das quais realmente vivemos.

3 anos antes

Point of view Sarah Andrade 

Minha cabeça dói, ao ponto de eu não conseguir abrir meus olhos, meu corpo está dolorido como se eu tivesse acabado de me jogar de um abismo. Sinto um peso em minha cintura e meu corpo entra em pânico.

Que merda você fez dessa vez, Sarah Andrade. - Penso, já me preparando para o que estava a vir.

Abro meus olhos lentamente, sentindo a cama afundada ao meu lado, demonstrando que não estou sozinha, era só o que me faltava, eu ter bebido ao ponto de fazer algo e não me lembrar.

Olho para o lado e meus olhos se deparam com um homem dormindo profundamente.

- Isso não pode estar acontecendo! - Grito sem perceber pulando da cama e me enrolando no lençol de tonalidade azul claro. Meu ato fez com que o homem que estava na cama ao meu lado sentasse na cama assustado.

- Bom dia?! - Ele diz, mas soou mais como uma pergunta.

- Péssimo dia, quem é você? O que aconteceu entre a gente? - Pergunto em completo desespero, procurando minha roupa pelo quarto e vestindo-as.

- Bom, nós transamos, ué. - Ele responde, me olhando com a cara mais óbvia do mundo.

- Inferno! Era só o que me faltava. Não me leve a mal, porém eu não lembro de absolutamente nada do que aconteceu. - Eu digo lhe lançando um olhar culpado.

- Tudo bem, eu já deveria imaginar, levando em consideração o tanto que você bebeu. - Ele diz com um sorriso no rosto. - A propósito, Sarah, se não se lembra meu nome é Rodolffo.

- Uhm... Certo, Rodolffo, eu preciso ir embora. - Eu digo, terminando de calçar meus sapatos, então sua mão segura meu braço, e ele me entrega um papel com seu número anotado.

- Até mais, Sarah. Me liga, quando quiser, podemos repetir a dose. - Ele diz, com um sorriso malicioso. Apenas reviro os olhos e vou embora.

Eu não fazia a mínima ideia de onde eu estava e nem de como cheguei até a portaria daquele prédio, tudo que eu queria era ir para casa e tomar um banho. Eu não conseguia acreditar que eu tinha sido irresponsável ao ponto de beber e ir parar na cama de um completo desconhecido, quando cheguei até a portaria cumprimentei o porteiro com um leve aceno de cabeça e saí indo em direção a rua, e acenando para o primeiro táxi que passou por ali. Entrei e dei o endereço da minha casa e em 20 minutos já estava em frente a porta do apartamento que eu dividia com a minha irmã.

Desde que começamos a faculdade e consequentemente a trabalhar na S&K, eu e Ker havíamos decidido que íamos sair da casa de nossos pais, então depois de muita conversa e muito insistir em nossa independência, conseguimos sinal verde para vivermos nossa vida e ganhamos esse apartamento de presente do nosso pai.
 
Entrei em casa e peguei meu celular olhando as horas, já se passava das 10hrs da manhã e Kerline provavelmente já estaria na empresa essa hora, então eu tinha a casa livre pra mim, entrei no banheiro, tirando minha roupa e indo direto para o box, não aguentava mais aquele cheiro de perfume masculino impregnado na minha roupa e em meu corpo. 

Quebra de tempo: 1 mês e meio depois. 

Mais uma semana começava, eu havia acabado de acordar e já me sentia extremamente enjoada e tonta, já havia alguns dias que eu estava me sentindo mal assim, enjoos matinais e quase nada parava no meu estômago.

Confesso que eu estava com muito receio do que pudesse ser e tudo de ruim passava na minha cabeça, eu não havia conversado com ninguém sobre isso, sem contar que eu estava atolada de trabalho e sempre deixava tudo pra depois, incluindo verificar o que eu estava sentindo.

Fireproof - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora