Capítulo 17 - Iktsuarpok

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Iktsuarpok; do inuíte: A ansiedade sentida ao esperar por alguém, aquela de ficar sempre checando se a pessoa já chegou.


Point of view Sarah Andrade 

Uma semana havia se passado desde que Rodolffo havia aparecido em minha porta, me "ameaçado". 

Desde então eu evitava ao máximo ficar longe de Noah, tinha conversado por ligação com Kerline e pedido a ela para segurar as coisas por nós duas na empresa naquela semana, e ela aceitou sem contestar, afinal desde que soube da loucura que Rodolffo queria eu estava abalada e mal conseguia seguir com minhas responsabilidades na empresa, e com tudo isso não vi Kerline também e eu precisa mais que qualquer coisa desabafar com a minha irmã naquele momento.

Estávamos sentadas no sofá em minha casa, enquanto eu terminava de contar a ela, tudo que Rodolffo havia dito no dia em que esteve aqui.

- ELE TE AMEAÇOU? QUEM ESSE OTÁRIO PENSA QUE É? EU VOU QUEBRAR A CARA DELE, FILHO DA P…- Kerline praticamente gritava ao meu lado.

- Olha a boca, sua tapada. Meu filho não é obrigado a ouvir isso.- Falei a interrompendo, afinal, Noah estava do nosso lado e apesar de estar totalmente entretido com um brinquedo em forma de foguete, ele ainda se fazia presente.

-Desculpa, Sah, mas eu realmente quero matar ele.- Ela disse suspirando e colocando ambas as mãos sobre o rosto.

- Eu também maninha, mas infelizmente isso me renderia alguns bons anos na cadeia.- Falei e ela gargalhou tirando as mãos do rosto e me puxando contra si.

Deitei minha cabeça em seu ombro e seus braços rodearam meu corpo. Eu amava esses momentos com Ker, ela era minha companheira, a pessoa que eu contava para qualquer coisa e que sempre esteve ali por mim, que me defendia desde sempre.

- E a advogata? Falou com ela?- Ela me perguntou, ainda olhando Noah brincar.

- Não, apesar de Noah viver perguntando dela, já não aguento mais.- Respondi e ela deu uma risadinha.

- Chama ela pra vir aqui, ou pra sair, apenas pra matar essa súbita falta que ela faz para o chaveirinho.- Ela respondeu e eu me desfiz do seu abraço a encarando.

- Definitivamente não, eu falei certas coisas para ela que não devia e tenho a certeza de que ela está magoada comigo, e para com essa mania chata de chamar meu filho de chaveirinho.- Falei e ela me acertou um leve tapa no ombro.

- Não paro não, é apelido exclusivo, prosseguindo, chama ela pra vir aqui, fala que é pelo Noah, caso ela recuse sem nem pensar, e sei que se você falar que é o chaveirinho que quer, ela não vai negar. Aproveita quando ela estiver aqui e já pede desculpa por ser uma babaca, na maior parte das vezes.- Ela falou e foi minha vez de lhe acertar um tapa, porém forte.

- Tá doida, Sarah Carolline?- Ela disse disse de forma irritada e me acertou uma almofada no rosto e Noah nos olhou.

E foi nesse momento que começou uma guerra de almofadas entre nós três, Noah gargalhava enquanto jogava as almofadas em mim e Ker, no final acabamos nos juntando contra ele e começamos uma sessão de cócegas no meu pequeno.

- Pala, mommy, pofavor.- Ele dizia entre risadas, tentando em vão empurrar minha mão e a de Ker para longe.

Ficamos a tarde toda brincando pela casa com Noah, e no início da noite Ker teve que ir embora e imaginei que seria para ficar com Thaís e não perdi a oportunidade de zoa-lá por isso.

Meu pequeno pediu de um jeito tão fofo para que eu pedisse pizza no jantar que não tive como negar, mas isso acabou me lembrando do dia que chegamos do parque com Juliette e do beijo que trocamos no sofá antes de Noah aparecer.

Fireproof - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora