esqueci de dizer
que quero o teu trabalho pra amanhã
Getou encarava a tela de forma incrédula. Já seria ruim ter visto isso no momento que a mensagem foi recebida, mas duas horas depois — ele não era tão vagabundo a ponto de não faxinar a casa, oras! — era uma merda. Principalmente considerando que, se o professor demorasse para responder, ele teria menos tempo ainda para reformular o que quer que o bastardo quisesse que fosse reformulado.
Você me odeia?
Claro que no momento que mais desejava, a resposta não veio rapidamente. Depois de esperar por cinco minutos, largou o foda-se e foi tomar um banho demorado, tentando lavar o carma da alma. Somente mais de meia hora depois, com o cabelo pingando e se secando enquanto andava pelo quarto, Getou se permitiu olhar o telefone de novo. Suspirou de alívio ao ver a resposta de Gojo e o status online abaixo do seu nome — bom, Maldita Gojokink não era bem o nome do professor, mas isso não vinha ao caso.
claro que não
Desesperado, pelado e ainda meio molhado, Getou começou a digitar a resposta com pressa, temendo que o merdinha saísse do whats e não respondesse mais. O maldito bem que podia ter adiantado o assunto, mas nããão, tinha que fazer todo aquele teatro.
Fala logo o que tenho que fazer
tudo o que você quiser, docinho
( ꈍᴗꈍ)
No trabalho, professor!
ah, isso
acabei de decidir algo
não gosto desse app
mas...
gosto da Starbucks perto da universidade
Getou passou os olhos por essas mensagens três vezes seguidas, sem saber como reagir. O professor estava mesmo o chamando para um rolê vespertino? Sacudiu a cabeça, tentando se recompor. Podia ser só um golpe para zoar com sua cara, e, além do mais, não seria bom parecer tão desesperado para encontrar Gojo fora do espaço acadêmico. Se bem tinha sacado o homem, seria demais para a aura arrogante dele, e o universitário seria infernizado se desse muito na cara com seu interesse. Decidido, resolveu até mandar um áudio para soar mais convincente.
— Sem chance.
Não pôde deixar de sorrir ao observar o status "gravando áudio" abaixo do nome do contato. Aquilo estava começando a ficar interessante.
"Eu pago."
Talvez andasse lendo fanfic demais, se imaginar um tom de sugar daddy nesse áudio simples significasse algo. Caramba, Getou nem gostava dessas coisas! Mas claro que imaginar aquilo com o professor quase o fazia mudar de ideia. Felizmente, Gojo não tinha idade para ser sugar daddy — o que significava que o pobre fanfiqueiro não precisaria pisar em suas preferências só por causa daquele homem bonito e gostoso. Tentando se recompor, resolveu digitar a resposta, já que não confiava mais na sua própria voz para dizer algo.
Sendo assim...
Acho que posso lhe conceder a honra
De minha presença
que honra facilmente comprável essa sua
Veja bem, querido professor
O jovem desempregado não recusa convites
Se tiver alguém que o banque
ah, se me chamar de querido pessoalmente
vou ficar tímido T.T
Você é patético
Resolve logo o que quer
eu já resolvi
te vejo daqui a meia hora
MEIA HORA? NEM FODENDO
1H
40min
1 HORA!
certo então
40min
bye bye
E o filho da puta saiu, desligando o wifi. Getou gastava pelo menos meia hora para chegar na universidade, mas ainda precisava se arrumar e tinha planos de alinhar sua ereção, desperta por culpa das provocações de Gojo. Agora, mal tinha tempo para qualquer uma das opções. Trincando os dentes, começou a se mover pelo quarto, se secando com pressa e amaldiçoando o professor enquanto isso.
Aluno favorito? — Pensou consigo mesmo, incrédulo. — Tô mais pra aluno mais odiado, isso sim!
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Vergonha de fanfiqueiro
FanfictionTodo fanfiqueiro que se preze já passou alguma vergonha ao ler coisas indevidas em lugares indevidos. Getou não era muito diferente, mas ele não esperava ser pego lendo um hot justamente pelo professor Gojo, por quem tem uma queda enorme. Depois des...