— Não acredito! — Mei Mei riu, tapando a boca por ainda estar mastigando. — Você saiu com o professor?
— Fala baixo, Mei! — Ralhou Getou, olhando ao redor para ver se alguém tinha ouvido algo. — Não é pra essa gente toda ficar sabendo.
— Relacionamento secreto, ainda? Vou começar a ler pornô em lugares inadequados também, vai que alguém me nota e me paga um rolê!? — Suspirou a jovem, sonhadora.
— Você só pensa em dinheiro — resmungou Sukuna, com uma careta de desgosto.
— Verdade, Mei. Fala aí; se o cara for um cuzão, você fica com ele só pelo dinheiro? — Getou indagou, em parte para deixar de ser o assunto principal, em parte por estar realmente curioso, a encarando com expectativa enquanto mordia um pedaço do seu sanduíche.
— Por um tempo, sim. Depois dou um jeito de extorquir dinheiro dele como recompensa por ele ter feito eu perder meu tempo com a cuzãozice dele, né — ela deu de ombros, parecendo satisfeita com sua resolução.
Sukuna fez uma cara de quem acha a ideia bem razoável, mas não respondeu verbalmente por que a boca estava cheia — ele comia como um animal —, enquanto Getou se perguntava porque só tinha relação com gente doida. Eles deviam parecer o grupo mais exótico do campus: Sukuna, um cara com tatuagens pelo corpo todo, inclusive no rosto, cabelos cor de rosa que não amenizavam em nada sua expressão assassina e o corpo marombado que atraía olhares por onde passava. Mei Mei tinha cabelos longos e brilhosos de invejar pelo tom platinado impecável, adorava fazer penteados exóticos e tinha uma obsessão por vestidos longos com fenda, parecendo sempre pronta para uma festa chique, mesmo que só estivesse indo para uma faculdade mediana. De todos, Getou se considerava o mais normal: seu papel no grupo era parecer o emo boy triste e reservado, que observava tudo e vivia fazendo e refazendo seu coque num tique nervoso peculiar.
Muito casualmente, assumiu sua pose de calado e observador e passou os olhos pelos arredores, já que muitas pessoas gostavam daquela lanchonete perto da universidade pelo preço ser favorável e os sanduíches, além de saudáveis, bem gostosos. Viu vários rostos conhecidos, mas o que o interessava nem sinal de vida tinha dado.
— Olha lá, Suku, parece um cachorro perdido procurando o dono! — Caçoou Mei Mei, que tinha terminado o lanche e agora tomava seu suco de laranja, os olhos de gavião sempre atentos a coisas que pudesse usar para zoar Getou.
— Só falta latir e ficar de quatro pra ele — Sukuna completou, e a dupla maldosa desatou em gargalhadas escandalosas, enquanto o alvo das piadas apenas revirava os olhos e se concentrava em seu sanduíche.
— Aposto que logo logo ele chega nesse nível, sabia? — Opinou a garota, rindo diabolicamente. — O professor tem a maior cara de galinha, com certeza tá só esperando pra devorar nosso pintinho.
— Aí, Getou, vê se senta e cai fora; sem apego, viu? — Sukuna o encarou, parecendo sério de súbito. — Não quero ser expulso da facul por ter quebrado a cara de um professor que quebrou seu coração.
— Não sabia que você era tão amoroso e amigável, Sukuna — Comentou Getou, arqueando as sobrancelhas enquanto limpava os farelos do lanche terminado que ainda sujavam sua roupa.
— Não é por amor, mas sim por ódio de ter que lidar com você chorando pelos cantos. — Disfarçou o amigo, desviando o olhar.
— Você fingindo que não é bom amigo é igual o Getou tentando fingir que não tá caidinho pelo professor... — Mei Mei comentou, meneando a cabeça em negativa para as habilidades teatrais dos amigos. — Enfim, eu acho que você precisa mesmo tomar cuidado, Gê. Senta com cautela, tá?
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Vergonha de fanfiqueiro
FanfictionTodo fanfiqueiro que se preze já passou alguma vergonha ao ler coisas indevidas em lugares indevidos. Getou não era muito diferente, mas ele não esperava ser pego lendo um hot justamente pelo professor Gojo, por quem tem uma queda enorme. Depois des...