5 - Work It, Bitch!

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Uma hora depois, Getou estava adentrando a Starbucks e procurando por seu professor - ele adoraria dizer que tinha levado esse tempo porque batera a sua tão desejada punheta, mas a verdade era bem menos digna: a calça que usava deu para enganchar num prego idiota perto do seu portão, e um buraco enorme havia sido feito bem na bunda, de modo que ele teve que correr para dentro e fuçar até achar outra calça limpa e bonita.

Uma vez ali dentro, não foi difícil reconhecer Gojo, já que não tinham muitas girafas albinas, góticas - aquele homem só usava preto e roxo escuro! - e estupidamente bonitas pelas redondezas Ele se destacava numa mesa ao final do corredor, a iluminação alaranjada refletindo nos seus charmosos óculos escuros e os cabelos alvos contrastando com todo o ambiente, cuja decoração amadeirada trazia um ar mais escuro ao local. Uma coisa que amava sobre as cafeterias Starbucks era o quão aconchegantes elas podiam ser.

Honestamente, se sentia intimidado pelo professor. Ele era opressivamente bonito e seus olhos eram excessivamente penetrantes. Sabia que não era de se jogar fora e tinha bastante orgulho dos próprios traços, dos cabelos macios e relativamente longos, do corpo definido que mantinha na academia do prédio, dos próprios olhos tão castanhos que pareciam negros como seus cabelos... Se achava bem bonito, de verdade, mas não o suficiente para atrair a atenção daquele olhar que o seguia conforme se aproximava mais e mais. Resolveu ignorar sua insegurança e erguer o queixo, pois não deixaria aquele homem intimidá-lo de maneira alguma!

Mal tinha chegado na mesa, Getou já foi recebido com gracinhas:

- No dia em que eu não me atraso, o convidado se atrasa - Gojo não deixa de comentar, com um beicinho ofendido. - Por isso nunca chego na hora!

- Bom, eu disse uma hora e gastei uma hora. - O universitário deu de ombros, sentando-se ao lado do professor no sofá de couro. - E você nunca chega na hora porque é irresponsável.

- Ah! - Ele apertou o coração dramaticamente, como se tivesse sido atingido por um golpe doloroso. - Não sabia que podia ser tão duro com um ser tão angelical como eu, Getou!

- Angelical... - Ecoou o jovem, com deboche. - Se você tem algo angelical, deve ser coisa de anjo caído então.

- Sim, me expulsaram porque eu era muito lindo e Deus ficou com inveja, acredita? - Tirou os óculos e piscou os olhos inocentemente. - O mundo é muito injusto.

- Pobrezinho. - Getou não pôde evitar soltar uma risadinha zombeteira. - Bom, só sei que quero um muffin de banana e um capuccino bem doce, e depois vejo algo caro pra você pagar pra mim. - Acrescentou casualmente, levantando a mão para chamar atenção da garçonete.

- Devia saber que você veio com intuito principal de me extorquir. - Gojo soltou um muxoxo enquanto recolocava seus óculos, parecendo ofendido.

- Você que se ofereceu pra pagar, querido professor. Nem precisávamos estar aqui, mas você insistiu - Getou levantou as sobrancelhas para ele. - Diria até que que estava tentando bancar o sugar daddy, se não fosse novo demais pra isso.

Gojo se inclinou mais em sua direção, os olhos brilhando de forma divertida. Apoiando o cotovelo na mesa e a cabeça na mão, encarou o seu aluno.

- Oh, e quantos anos eu pareço ter? - Perguntou, ronronando.

Foram interrompidos pela chegada da garçonete simpática, mas tão logo fizeram seus pedidos, estavam sozinhos na mesa novamente. Getou analisava Gojo para responder a última pergunta feita.

- Sinceramente, se eu visse você de longe sem maiores interações, diria que tem uns vinte, no máximo a minha idade, que no caso é vinte e dois - respondeu de forma franca, apoiando sua cabeça na mão também, quase um reflexo da postura de seu professor. - Mas, como dá aulas, não deve ser esse o caso. Tem o que, vinte e seis? Deve ter se formado bem novo, né?

Vergonha de fanfiqueiroOnde histórias criam vida. Descubra agora