Uma hora depois, Getou estava adentrando a Starbucks e procurando por seu professor - ele adoraria dizer que tinha levado esse tempo porque batera a sua tão desejada punheta, mas a verdade era bem menos digna: a calça que usava deu para enganchar num prego idiota perto do seu portão, e um buraco enorme havia sido feito bem na bunda, de modo que ele teve que correr para dentro e fuçar até achar outra calça limpa e bonita.
Uma vez ali dentro, não foi difícil reconhecer Gojo, já que não tinham muitas girafas albinas, góticas - aquele homem só usava preto e roxo escuro! - e estupidamente bonitas pelas redondezas Ele se destacava numa mesa ao final do corredor, a iluminação alaranjada refletindo nos seus charmosos óculos escuros e os cabelos alvos contrastando com todo o ambiente, cuja decoração amadeirada trazia um ar mais escuro ao local. Uma coisa que amava sobre as cafeterias Starbucks era o quão aconchegantes elas podiam ser.
Honestamente, se sentia intimidado pelo professor. Ele era opressivamente bonito e seus olhos eram excessivamente penetrantes. Sabia que não era de se jogar fora e tinha bastante orgulho dos próprios traços, dos cabelos macios e relativamente longos, do corpo definido que mantinha na academia do prédio, dos próprios olhos tão castanhos que pareciam negros como seus cabelos... Se achava bem bonito, de verdade, mas não o suficiente para atrair a atenção daquele olhar que o seguia conforme se aproximava mais e mais. Resolveu ignorar sua insegurança e erguer o queixo, pois não deixaria aquele homem intimidá-lo de maneira alguma!
Mal tinha chegado na mesa, Getou já foi recebido com gracinhas:
- No dia em que eu não me atraso, o convidado se atrasa - Gojo não deixa de comentar, com um beicinho ofendido. - Por isso nunca chego na hora!
- Bom, eu disse uma hora e gastei uma hora. - O universitário deu de ombros, sentando-se ao lado do professor no sofá de couro. - E você nunca chega na hora porque é irresponsável.
- Ah! - Ele apertou o coração dramaticamente, como se tivesse sido atingido por um golpe doloroso. - Não sabia que podia ser tão duro com um ser tão angelical como eu, Getou!
- Angelical... - Ecoou o jovem, com deboche. - Se você tem algo angelical, deve ser coisa de anjo caído então.
- Sim, me expulsaram porque eu era muito lindo e Deus ficou com inveja, acredita? - Tirou os óculos e piscou os olhos inocentemente. - O mundo é muito injusto.
- Pobrezinho. - Getou não pôde evitar soltar uma risadinha zombeteira. - Bom, só sei que quero um muffin de banana e um capuccino bem doce, e depois vejo algo caro pra você pagar pra mim. - Acrescentou casualmente, levantando a mão para chamar atenção da garçonete.
- Devia saber que você veio com intuito principal de me extorquir. - Gojo soltou um muxoxo enquanto recolocava seus óculos, parecendo ofendido.
- Você que se ofereceu pra pagar, querido professor. Nem precisávamos estar aqui, mas você insistiu - Getou levantou as sobrancelhas para ele. - Diria até que que estava tentando bancar o sugar daddy, se não fosse novo demais pra isso.
Gojo se inclinou mais em sua direção, os olhos brilhando de forma divertida. Apoiando o cotovelo na mesa e a cabeça na mão, encarou o seu aluno.
- Oh, e quantos anos eu pareço ter? - Perguntou, ronronando.
Foram interrompidos pela chegada da garçonete simpática, mas tão logo fizeram seus pedidos, estavam sozinhos na mesa novamente. Getou analisava Gojo para responder a última pergunta feita.
- Sinceramente, se eu visse você de longe sem maiores interações, diria que tem uns vinte, no máximo a minha idade, que no caso é vinte e dois - respondeu de forma franca, apoiando sua cabeça na mão também, quase um reflexo da postura de seu professor. - Mas, como dá aulas, não deve ser esse o caso. Tem o que, vinte e seis? Deve ter se formado bem novo, né?
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Vergonha de fanfiqueiro
FanfictionTodo fanfiqueiro que se preze já passou alguma vergonha ao ler coisas indevidas em lugares indevidos. Getou não era muito diferente, mas ele não esperava ser pego lendo um hot justamente pelo professor Gojo, por quem tem uma queda enorme. Depois des...