Com meus dedos entrelaçados em seu pescoço e minhas pernas em sua cintura, prosseguimos com o beijo enquanto ele nos leva em direção ao banheiro. Quebra o beijo e me olha por alguns segundos. Apesar das luzes estarem apagadas, o ambiente está sendo alimentado pela luz do pôr do sol que entra pela larga janela. Observo o lado iluminado de seu rosto e deixo escapar um sorriso.
- Pode estar fria. - Ele diz num sussurro perto do meu ouvido me arrepiando
Antes que eu possa o questionar, me coloca sentada na pia que, de fato, estava fria. Um choque percorre por todo o meu corpo e me arqueio para trás apoiando a cabeça no espelho. Sinto seus beijos em meu pescoço, colo e descendo. Percebo que ele está incomodado mexendo na calça, que é a única peça que lhe resta. Aperto ainda mais minhas pernas ao seu redor colando nossos corpos e em resposta vejo-o morder o lábio. Desejo que nossos lábios se encontrem novamente mas ao invés disso ele se afasta e liga o chuveiro.
Assim que ele retira todas suas peças de roupa, vejo que meu vestido já não estava mais fazendo seu papel, está apenas atrapalhando. Me desço da pia indo em sua direção e começo a tira-lo e Robert termina para mim. Fico de costas para ele e sinto suas mãos soltando o fecho da parte superior da minha lingerie, em seguida desço lentamente retirando a minha peça inferior e, ao me abaixar para pega-la, sinto-o contra mim. Ouço um suspiro lhe escapar.
Sua mão pousa em meu ombro me virando para si e rapidamente nossos corpos estão colados enquanto sentimos a água escorrer ao nosso redor.
• - •
- Talvez seja melhor eu ir. - Sinto seus dedos fazerem movimentos circulares no meu braço.
- Talvez seja melhor você ir. - Permaneço deitada em seu peito.
- Pra isso vou precisar da minha camiseta de volta. - Diz a levantando fazendo com que minhas costas fiquem a mostra.
- Não precisa, não. - Digo fazendo beicinho. - Seu quarto nem é muito longe.
- Você me disse que temos que ser cuidadosos para que não nos vejam. - Beija minha testa e me coloca deitada ao seu lado para se levantar.
Fico apoiada sobre meus cotovelos enquanto o vejo colocar sua calça e se virar pra mim estendendo a mão. Reviro os olhos e retiro a camiseta. Entrego ao mais velho que logo a veste e sai do quarto mandando uma piscadela.
Permaneço na cama por um tempo até tomar coragem para prosseguir com a vida. Visto algo bem simples como uma calça de moletom e uma regata. Pego o livro que não consegui terminar de ler mais cedo e desço me sentando numa poltrona em frente a lareira em que posso observar várias fotos dos Stark.
- Vejo que esse livro é muito bom... Você está na mesma página desde que chegou.
- Se você não me atrapalhasse toda vez que decido ler. - Respondo sorrindo ao vê-lo apoiado sobre seu braço no corrimão da escada.
- Nossa, não está mais aqui quem falou. - Desce indo até a cozinha. Nesse percurso consigo ver que ele está vestido quase que da mesma maneira que eu. A única diferença é que sua regata é preta e a minha branca, mas o moletom cinza é basicamente o mesmo.
Consigo prosseguir na leitura por alguns minutos até que vejo Pepper chegar. Quero terminar a conversa que estávamos tendo antes dela usar o trabalho como desculpa e fugir. Eu a amo muito mas precisamos deixar claro que não sou mais aquela menininha. Eu cresci por mais que eles não queiram aceitar.
- Você chegou. - Recebo-a com um pequeno sorriso.
- Sim. Acabou dando uns problemas na papelada e não conseguir sair antes. - Consigo ver o cansaço em seu rosto.
- Vejo que está cansada... Queria terminar nossa conversa mas podemos deixar para mais tarde.
- Soph, a conversa foi encerrada. Te disse minhas preocupações. - Passa pelo aparador deixando suas chaves e alguns papéis.
- Eu ainda não sei o motivo das suas preocupações.
- Você sabe, Sophie. E no momento não quero discutir isso com você.
- Virgínia, eu já te disse! - Acabo me exaltando. - Não existe nada entre... - Digo indo em sua direção mas sou interrompida.
- Dinha! Finalmente em casa, hein? - Robert aparece sorrindo com duas canecas. Vem em minha direção me entregando uma e oferece a sua para Pepper. - Aceita? Chá. Acabei de fazer.
- Não, muito obrigada, Bob. - Seus olhos pousam sobre o cunhado e em seguida sobre mim. Aparentemente ela também reparou na similaridade das nossas roupas. - Estou exausta, vou subir para ver Morgan e descansar um pouco.
Assim que ela se vai, Robert se senta na poltrona que até pouco tempo eu ocupava e sinto ele puxar levemente minha cintura pra que eu me sente em seu colo. Não resisto e assim o faço. Sento em seu colo e apoio minhas pernas no braço do assento. Ele apoia sua cabeça na minha e durante um tempo ficamos em silêncio apenas bebendo chá e eu lendo meu livro.
- Sophie.
- Sim? - Estranho o fato de não usar nenhum apelido e apelar para meu nome.
- Na sua conversa com a Pepper...
- Quanto você escutou? - Fecho meu livro e me viro para olhar seu rosto.
- O suficiente. - Seu semblante está neutro. - Você ia dizer que não existe nada entre a gente. - Seu olhar está fixo em sua bebida.
- Bob.
- Eu não menti para você quando disse que aquele relacionamento havia terminado a muito tempo. - Sinto um nó se formar em minha garganta. - Mas foi algo que me machucou bastante e de certa forma ainda machuca. Bom, quando não estou com você.
- Robert, não é bem assim...
- Acaba que sou muito sensível quando se trata de assuntos do coração. - Ri fraco.
Ele gentilmente levanta minha perna, se levanta e volta minha perna no lugar. Ele pega a caneca vazia em minha mão e sai em direção a cozinha. Eu não consigo formular nenhuma frase. Não sei o que dizer. Parece que todas as palavras do meu vocabulário sumiram me deixando na mão quando mais preciso delas.
- O que tivemos hoje significou algo para mim mas enquanto você ver o que temos, ou o que pensei que tínhamos, como algo tão irrelevante a ponto de não contar para as pessoas mais próximas de nós, não vejo motivos para continuarmos.
- Você não é irrelevante para mim, Bob. Nunca foi.
- Não duvido disso, Soph. Mas a nossa relação é. Eu reparei como você ficou quando o Tony brincou sobre estar nos atrapalhamos. Eu percebo como você tem medo de nos verem até mesmo perto um do outro. Parece ser algo que a incomoda. E não estou te julgando nisso, cada um tem o seu tempo, só preciso de algo mais concreto.
- Robert, por favor, vamos conversar. - Me levanto e vou ao seu encontro.
- Eu acordei cedo para resolver coisas do trabalho então estou um pouco cansado. - Beija minha testa, sorri e sobe me deixando sozinha no meio da sala.
Volto a me sentar e agora me sinto um pouco atordoada. Infelizmente eu entendo o que ele quis dizer, eu entendo que errei, mas ele agir dessa forma me pegou de surpresa.
• - •
Após o jantar vou me deitar assim que possível. Durante a refeição ele não me ignorou, pelo contrário, agiu normalmente. Talvez essa atitude tenha me atingido mais do que se tivesse me dado um gelo. Penso em ir até o seu quarto para que pudéssemos conversar mas não consigo nem pensar em o que vou lhe dizer. Vou bater em sua porta e fazer o que em seguida?
Penso por alguns minutos organizando o que eu quero lhe dizer e tento juntar toda a coragem que tenho para ir até lá. Estou prestes a ir ao seu quarto mas assim que abro a porta me deparo com alguém que estava prestes a bater.
- Eu... Eu sinto muito. - Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto e logo envolvo meus braços ao seu redor.

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Casa de Campo
FanfictionSophie, uma jovem tímida da cidade, é convidada por sua prima para passar um tempo em sua casa de campo com sua família. Depois de muito o que pensar, Soph aceita o convite. Chegando lá é surpreendida por algo que com toda certeza mudará seus dias d...