(Re) Escrevendo As Estrelas

Capítulo 1 - Uma Música e Um Provável Começo

Kael (Vinte anos Atrás)

Ela estava cantarolando...... De novo.

Reviro os olhos quando o som fica mais alto e me movo no assento do avião, olho para o meu tablet e clico em responder no quiz. Sorrindo com a resposta estando certa clico na próxima, mas paro quando ela se move cantando mais alto.

Meu deus, que menina irritante

O próximo quiz era uma pergunta que precisaria de cálculo, talvez em dias normais sem ter uma pessoa cantarolando em seu ouvido como se fosse uma mosca irritante eu acertaria, mas hoje não era o caso.

Suspiro irritado e me viro de uma vez por todas para ela, mas paro quando o cantarolar vira uma verdadeira canção e sua voz sai fluida e baixa como se soubesse exatamente em que ponto tinha de respirar.

A voz dela era uma mistura exata de emoção crua, e sensibilidade e estava me deixando atordoado. Mas quando vou me voltando para frente ela repara o meu olhar e franze a testa confusa tirando um dos fones de ouvido.

- Algum problema? – ela pergunta e eu pigarreio voltando a ficar com raiva......Mais ou menos.

- Seu fone está um tanto alto demais

Ela fica em silêncio por um minuto e depois um leve sorriso começa a aparecer. Tirando a franja do rosto ela me observa e começa a falar parecendo estar muito divertida.

- Um tanto alto demais? – ela repete e eu olho desconfiado para ela

- O que?

- É que você falou com tanta classe na voz que eu achei divertido

- Classe?

- É, com as costas esticadas e tudo mais – ela diz, mas dá de ombros voltando os olhos para o celular – Mas isso acabou

- Acabou?

- Sim, pelo jeito você só responde por meio de palavras monossílabas

- Eu não respondo por palavras monossílabas – eu falo insultado e ela me olha de lado

- Agora que você falou uma frase inteira, eu acredito

Bufo irritado e me viro na minha poltrona esticando as pernas de novo. Mas ainda assim falo alto o bastante para que ela me escute

- Independente disso, abaixe o volume

- Sim majestade

- O que você disse? – eu pergunto me virando para ela e ela nem me olha antes de repetir o que falou, faço uma careta e tento enxergar a sua expressão, mas o cabelo preto caindo em ondas por seu ombro me impossibilita – Você é sempre assim?

- Assim como?

- Irritante, chata, mal educada....

- Está bem, já chega – ela diz com raiva e sua bochecha fica vermelha. Bom, porque eu também estava chateado – Não sou mal educada, você que é arrogante

- Não sou arrogante, não quando eu posso muito bem reclamar do volume por estar me atrapalhando.

- Ah desculpe vossa senhoria – ela diz colocando a mão sobre o peito e vejo seus olhos meio acinzentados brilhando um pouco – Eu estou te atrapalhando muito? Por favor me perdoe não foi minha intenção

- Está sendo ridícula

- Tem certeza que está se referindo a mim?

- Cansei, fique aí com suas músicas bregas – eu falo e me recosto na poltrona, mas ainda ouço ela ofegar

- Brega?

- Caramba, você está escutando One Direction garota

Ela fica em silêncio e eu me viro para ela quando não escuto ela retrucar, mas quando me viro ela está sorrindo querendo rir.

- O que foi agora?

- Como você sabe que é One Direction? – faço uma careta com sua pergunta e me ajeito na poltrona de novo

- Tanto faz

- Não principezinho, agora eu quero saber como você......

- Senhoras e Senhores passageiros, peço que coloquem seus cintos, pois estamos a segundos de pousar em Rochester.

- Graças a deus – eu falo suspirando aliviado e me checo o cinto antes de desligar o tablet e colocar dentro da mochila. Nem ao menos olho em direção a garota ao meu lado, mas sinto ela me observando, então tento focar em meus cadarços meio desamarrados tentando não olhar em sua direção.

Desço da plataforma e vou em direção ao ponto de encontro, vejo meu irmão e meus pais me esperando e sorrio me aproximando e os abraçando.

- Como foi a viagem querido? – mamãe pergunta e eu dou de ombros

- Foi boa, vovó mandou várias coisas

- Eu imagino – ela diz rindo e meu pai pega minha mochila levando-a consigo. Olho para trás e vejo um reflexo dos cabelos pretos correndo em outra direção contraria a minha.

- O que foi? – Sky pergunta e eu me viro para ele

- Nada demais

Ele olha desconfiado, mas aceita a resposta me seguindo em direção a saída. Tudo bem, aquela menina era estranha, mas eu não a veria mais, então tudo estava bem de novo.

Mas eu estava completamente errado quanto a isso.

Porque uma semana depois ela estava a minha frente na sala onde eu estudava, com a professora apresentando-a na turma. E finalmente eu soube o nome da menina maluca.

Sophie Lynch

A garota que roubou minha atenção desde o primeiro momento em que a vi.