CAPÍTULO TRÊS.

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Diariamente eu frequentava o Hospital Metropolitano de Seattle para fazer algumas análises do meu braço esquerdo. Por conta da colisão ele havia distendido cerca de cinco músculos nos quais inflamaram com o passar dos dias sem o tratamento adequado. Quando eu fazia muito esforço, ele se revelava contra mim e doía, era uma dor insuportável, como se alguém estivesse passando uma faca e girando-a dentro do meu braço. Na primeira noite de tratamento eu senti um alívio ao saber que as sessões de terapia estavam fazendo com que eu já não me sentisse culpada pela dor que meu corpo carregava desde então. Me dirigi até o hospital e lá fiz minhas sessões fisioterapêuticas.

- A senhorita precisa descansar, seu braço está progredindo bem, dentro de alguns meses pode ser que você venha sentir ele 100%.

- Você está brincando?

A fisioterapeuta ri.

- Nunca disse tão sério. Mas isso preciso vir de você, precisa descansar sempre que seu corpo pedir, nada de esforço, mantenha seu braço sempre em posição confortável e movimente seus dedos o máximo que conseguir, acostume-o com a sua rotina.

Guardei todas as dicas da doutora e me dirigi de volta para minha casa. Ouvi a risada de minha mãe vindo do quarto e decidi chamá-la, ao sair, estava acompanhada de um homem alto de cabelos morenos e de aparência sofisticada.

- Filha... Ah... Esse é o Mark... - Disse minha mãe sem jeito.

- Muito prazer garotinha.

- Garotinha? Você só pode estar brincando com a minha cara. Mãe quem é esse cara? - Disse nervosa.

- Filha, olha o jeito. - Repreendeu minha mãe.

- Tudo bem querida, ela está certa. - Disse o sujeito. - Eu me chamo Mark e sou um amigo de sua mãe, e você? Como se chama?

- Um amigo que dorme com a minha mãe e não sabe o nome da filha dela, é esse tipo de gente que você trás pra casa mãe? - Digo ainda irritada.

- Já chega Lea, você está passando dos limites, vá para o seu quarto.

- Com prazer.

Subo para o meu quarto e lá derrubo uma prateleira inteira com materiais de porcelana e vidros, chuto a cadeira e assim continuo por todo o quarto. Eu estava irritada, minha mãe já não seria mais a mesma com um homem ao lado dela, aquele cara de aparência questionável e educado demais, ninguém é educado ou sofisticado demais, ele realmente me irritou. Continuo derrubando coisas e perco a cabeça, grito ofendendo a situação e em questão de minutos caio no chão em prantos, sozinha. Pego um dos cacos de vidros espalhados no chão e o cravo em meu braço esquerdo, sentindo uma dor aterrorizante mas que me alivia em questão de segundos, aquele maldito braço, que me acarreta tantas lembranças, indo totalmente fora do acordo que fiz com a minha fisioterapeuta, eu o deixo sangrar, me deito novamente deixando o sangue sair pelo meu carpete e adormeço. Alguns minutos depois ouço batidas na porta.

- Ei, me deixe entrar..

Era Sebastian, minha mãe sem noção da situação, apenas ouvindo, decidiu ligar para o meu terapeuta.

- Vai embora você também. - Digo com voz de choro e irritada.

- Não Lea, não vou a lugar nenhum. Abra essa porta ou eu vou derruba-lá.

85 ∂ıαs cσм ѵσcє. Onde histórias criam vida. Descubra agora