CAPÍTULO SEIS.

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SEBASTIAN ON.

Desci as escadas convicto da minha escolha, por mais atraído que eu pudesse me sentir por Lea, aquilo não era profissional, seria errado usar uma garota com estabilidade emocional abalada para benefício pessoal. Fui até a cozinha e fucei até achar um copo e água, inclinei meu corpo na frente da pia e pensei sobre o que tinha acabado de acontecer. Meus pensamentos são interrompidos ao ouvir Lea descendo as escadas.

- Aquilo foi um erro, me perdoe. Não sei o que deu em mim.

- Eu que te peço desculpa, poderia ter sido mais gentil. - Digo.

- Você já faz bastante por mim, não sei como te agradecer, eu não sei o que deu em mim.

- Gosto da forma que tenta lutar por si mesma Lea.

- Eu gosto do tanto que você quer lutar por mim, Sebastian.

- Vamos começar de novo o dia de hoje, está bem?

- Eu te agradeceria muito.

Me aproximo de Lea que está agora vestida em um roupão rosa de pelos, o frio estava constante aquela manhã.

- Quero que você se sente comigo aqui novamente.

Assim ela fez. Nos sentamos um de frente para o outro.

- Pode me dizer o que pensou noite passada?

- Não consigo me recordar.

- Se lembra que horas foi dormir ou a última coisa que fez?

- Eu lembro de ter tomado um banho quente e me deitado em seguida, ouvi algumas músicas.

- E como se sentiu?

- Sozinha...

- E estava tudo bem pra você se sentir sozinha?

- Na verdade... Estava sim.

- Você gosta de ficar sozinha?

- Atualmente tem sido ótimo.

- A Lea de meses atrás, gostava?

- Ela não tinha tempo para estar sozinha.

- E você conhecia aquela Lea bem?

Lea fica em silêncio por alguns segundos, me olhando fixamente.

- Não, não conhecia como conheço hoje.

- É aqui que eu quero chegar.
Seguro em sua mão.

- Você nunca se deu a chance de se conhecer de verdade.

- Mas eu me amava tanto..

- Se amava ou amava a forma que se sentia quando estava rodeada de pessoas?

- Aonde quer chegar? - Diz Lea.

- Eu só quero que me responda.

- Eu não sei te dizer... Talvez amasse estar rodeada mas o que tem de mal nisso?

- Não há nada de mal nisso. Dividir sua energia com pessoas que demonstram se interessar por ela, é altamente significante, mas, você gosta de estar com você mesma?

- Eu não sei..

- E como quer passar o resto de seus dias? Sempre arranjando pessoas pra se rodear porque só assim se sentirá bem consigo mesma?

- Sebastian, eu não sei...

- Vamos Lea... Você consegue me responder.

- Sim... Talvez sim.

- Eu vou te mostrar garota, que a única coisa que você sempre vai precisar, vai estar bem aqui. - Com o meu dedo indicador toque na ponta de seu nariz, como sinal de que a pessoa na qual ela sempre precisaria, era ela mesma.

- Você é ótimo no que faz, sabia? - Diz Lea.

- Eu sou? - Sorrio.

- Você me dá frio na barriga.

Rimos.

- Acho que isso é um bom sinal.

- Já se apaixonou Sebastian?

Respirei fundo.

- Já sim. Uma única vez.

- E como foi?

- Bom.. Foi uma loucura, pra ser sincero.

- Sente falta de estar apaixonado?

- Eu sinto falta de me sentir acolhido, de estar presente em quem me quer presente, mas estar apaixonado... É para gente forte.

Lea sorri.

- Eu estava apaixonada.

- Estava?

- Estava sim... O nome dele era Peter.

- Certo... Continue.

- Bom, não tem nada muito além disso. Ele estava comigo no acidente, ao lado de Emma, eu não cheguei a ver seu rosto, mas disseram que ele estava irreconhecível... Eu nunca tive a chance de dizer a ele o que sentia, talvez aquela teria sido a noite perfeita, nós estávamos tão bebados... E sabe, ele estava lindo, parecia tão feliz... Mas acabou.

Lea suspirou fundo e colocou suas mãos em seu rosto.

- Não fique assim. Nossa vida ainda mal começou, quero que sempre se lembre disso.

- Eu quero voltar a viver. - Disse Lea segurando minhas mãos.

85 ∂ıαs cσм ѵσcє. Onde histórias criam vida. Descubra agora