SEBASTIAN ON.
Eu estava apto a trazê-la de volta, não faria apenas por ela mas por todos a sua volta, ela podia não perceber, mas muitos a amavam, precisavam dela inteira. Durante o tempo que venho a observando seus braços estão cada vez mais machucados, talvez o fato de não sentir dor seja uma justificativa plausível para se mutilar, descontar a ira em si mesma, talvez isso faça sentido em sua cabeça.
Moro em um apartamento em Seattle, uma cobertura. Me mudei pra cá quando passei em medicina a mais ou menos oito anos atrás, estou terminando minha especialização em psiquiatria e pretendo me mudar para Nova York. Lea tem sido minha primeira paciente nesse estágio, tem sido um desafio, mas não vou desistir.
Me dirijo até sua residência para o segundo dia de seu tratamento. Deixo meu carro à frente de sua casa e desço. Bato na porta e não sou correspondido de imediato, Lea demora algum tempo até me atender.
- Logo cedo?. - Lea está descabelada, em um pijama xadrez e sonolenta. Sorrio ao vê-la.
- É um prazer poder te ajudar também, senhorita.
- Já não digo o mesmo.
Rimos.
Eu e Lea havíamos construído uma intimidade única, nada invasivo ou desconfortável, mas algo necessário para se ter entre nós dois já que minha intenção era curá-la.
- Você quer tomar um café? Está bem frio hoje.
- Por favor. - Digo.
Lea me trás uma xícara de café e nos sentamos no sofá.
- Como se sente hoje?
- Já começamos a sessão?
Dou risada.
- Eu estou perguntando por educação, você é muito mala.
- Eu me sinto com sono, com fome, entediada e com muito frio, e você?
A olhei e sorri.
- O fato de estar sentindo algo já me deixa feliz.
- E depois você vem com a sua conversinha de que não começamos a sessão ainda?
Dei risada. Lea se levantou e veio em minha direção, ela estava com um olhar perdido, como quem queria me dizer algo mas ainda não tinha coragem.
- Posso te mostrar uma coisa?
- Claro.
- Precisamos subir para o meu quarto. É sobre o acidente.
- Vamos então..
Dou um gole no meu café e o deixo em cima da mesa de centro na sala, subimos para o quarto de Lea e ela pediu para que eu me sentasse na beirada de sua cama enquanto se trancou no banheiro.
- Por favor não faça besteira.
- Prometo que não. - Disse ela.
Alguns minutos depois Lea sai do banheiro apenas de roupas íntimas pretas.
- Lea? - Disse assustado.
- Eu quero que você me conheça de verdade.
Lea ficou à frente de mim, pegou minha mão e passou em suas cicatrizes, espalhadas pelo seu corpo, cicatrizes grandes e pequenas, marcas da colisão.
- Você é linda. - Digo no impulso. - Quero dizer...
Você não deveria se sentir insegura... Você é... Bem bonita sabe?- Está nervoso?
- Nada disso. - Eu estava muito nervoso.
Lea sorri da minha expressão ao vê-la e me empurra para trás em sua cama, sobe em mim e passa sua mão sobre meu corpo.
- Lea, eu não posso fazer isso.
- Deixa que eu faço.
- Não Lea, é antiético, eu não posso.
Tento tirá-la de cima de mim com cuidado mas Lea parecia convicta.
- Por favor... Faz comigo...
- Lea eu não posso. - Tiro-a de cima de mim e reparo em sua expressão de raiva.
- Vai embora.
- Não funciona assim.
- Não quero mais sua ajuda, você é um mole, vai embora.
- Escuta aqui garota. - Prendo as pernas de Lea com os meus joelhos em cima da cama e seguro seus braços acima da cabeça.
- Você quer transar? A gente pode transar, mas você não vai se curar com isso, vai se machucar, vai sangrar mais ainda durante o processo, serão duas coisas pra superar. Você não vai entrar na minha cabeça com esse seu jogo, você não me quer pra si você me quer pra se saciar e eu não estou aqui pra isso. Agora veste a sua roupa.
Saio de cima dela e me encosto na parede, suspirando.- Você está bem? - Disse ela preocupada.
- Você me atrai Lea, mas eu não posso.
- Tem medo de tirarem sua licença médica? - Riu.
- Eu tenho medo do que sou capaz de fazer.
- Como é que é?
- Por favor, vista sua roupa e me encontre lá embaixo.
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85 ∂ıαs cσм ѵσcє.
FanficSINOPSE: Lea é uma garota que se mudou a pouco para Seattle depois de sofrer um grave acidente com seus melhores amigos, tornando-a sozinha. Em busca de ajuda psiquiátrica Lea conhece Sebastian Stan e só então sua vida começa a fazer sentido novame...