Why the more you have to say it's harder tô say/speak?
Joshua Beauchamp
Eu mexi o maxilar enquanto esperava Any colocar o vestido. Eu estava sentado no sofá branco da loja imensa e elegante, com várias mulheres indo para lá e para cá, tentando chamar minha atenção, pronunciando meu nome de maneira provocadora.
E tudo o que eu conseguia pensar era na americana mandona e teimosa que tirava minha paciência e brincava de corda bamba na linha estreita que era o meu autocontrole.
Eu suspirei, tentando tirar da cabeça a imagem de suas coxas com aquelas meias-ligas. E aquele corpete com botões, que enfatizava os peitos dela e deixavam os ombros totalmente livres...
Fui interrompido quando a cortina se abriu e a mulher mais bonita do mundo arranjou um jeito de ficar ainda mais maravilhosa.
Eu me levantei sem nem perceber o que estava fazendo, e me aproximei dela.
O vestido vermelho era o próprio pecado vestido em Any. O tecido descia como uma onda do ombro esquerdo até a parte direta de seu quadril. A cintura estreita e o decote que se abria gradativamente eram o próprio instrumento do diabo para fazer um homem imaginar como seria tocar naqueles lugares. O vestido não era apenas elegante, ou apenas lindo, ou apenas provocador. Ele era tudo isso junto. E eu perdi o fôlego quando o olhar de Any encontrou o meu.
Ela não admitiria nem sob ameaça de morte, mas eu conhecia aquele olhar. Ela queria saber o que eu achava sobre o vestido.
- O vestido ficou bom em você.
Eu disse para a mulher mais linda do planeta, usando o vestido mais magnífico ja inventado pelas mãos de um ser humano.
Ela suspirou e se virou exasperada, entrando denovo no vestiário.
Quarenta minutos depois, ela ainda não tinha aparecido. E eu já estava de saco cheio das estilistas oferecidas que me rondavam incessantemente.
Me levantei e parei ao pé da cortina.
- Any? Esta tudo bem por aí?
Silêncio. Um grunhido.
-Por que não estaria?
Ela respondeu, mal humorada. Eu dei um sorrisinho discreto.
- Cadê o próximo vestido? Você mesma foi fabricar, a mão?
Ela bufou e a mulher que a ajudava com os vestidos soltou uma risadinha aguda.
- Estou provando meu quinto vestido e...
Eu abri a cortina de repente, sem pensar duas vezes.
Na minha frente, as costas e ombros de Any se estediam nus, sem nenhuma marca sequer. Eu imaginei meus dentes percorrendo seu corpo, me imaginei marcando sua pele com chupões, e meu pau latejou.
A estilista me olhava incrédula, e quando levantei o olhar para o espelho na frente de Any, ela me encarava com os olhos em chamas.
- Você não conhece o significado da palavra "privacidade"?
Eu fechei os olhos, me virando de costas, subitamente arrependido.
- Eu...Desculpe Any. Não queria...- Pude ouvir um barulho de roupas sendo tiradas e colocadas.
- Não queria o que? Me ver semi-nua? Invadir um dos únicos lugares que posso estar quase sozinha? Ou estragar uma noite que deveria estar sendo ótima?
Pude sentir ela esbarrando em meu ombro, e abri os olhos. A figura pequena de Any saía da loja irritada, batendo os pés.
Eu passei pela recepção e murmurei para a mulher mais velha.
- Quero todos os vestidos que ela provou na minha casa, essa semana. Boa noite.
E então eu saí correndo atrás da minha americana estressada.
Ela estava atravessando uma rua com tanta pressa que não olhou para o lado, onde um carro pssava a toda velocidade, e eu corri mais rápido do que um raio, puxando seu corpo para trás.
Ela bateu as costas contra o meu peito e sua respiração se tornou ofegante.
Eu a virei de frente para mim.
- Esta louca? Quase foi atropelada!
Ela semicerrou os olhos em minha direção e começou a dar soquinhos em meu peito. Eu franzi o cenho e peguei seus punhos com facilidade.
- Any, Any, se acalme pelo amor de Deus.
Ela suspirou e concentrou o olhar em algum ponto atrás de mim.
- Me solte.
Eu pisquei, controlando meus nervos, que me mandavam arrancar cada ofensa dela com beijos. Também controlei meu corpo que só queria te-la inteira, sem roupas e vulnerável. Controlei meu temperamento, que ela sempre deixava a um passo de explodir.
Controlei todo o meu ser e apenas olhei em seus olhos.
- Você esta chateada comigo.
Ela finalmente me encarou. Seu olhar me fulminava.
- Não. Eu estou puta da vida com você!
Eu suspirei.
- Eu não queria ter entrado daquele jeito no vestiário. Foi só que... Ela ergueu as sobrancelhas,esperando uma explicação. - Eu vi você naquele vestido vermelho. E, e...Droga Any, foi a coisa mais bonita que eu ja vi. E eu estava esperando você colocar o próximo, e cada minuto parecia uma tortura, e eu te perguntei e você disse que ja tinha provado quatro e...Eu me descontrolei. Me desculpe.
Ela estava vermelha. Como um pimentão, adoravelmente vermelha. Mesmo com a luz fraca dos postes da rua eu podia ver.
Um sorriso começou a tomar conta do meu rosto.
- Você esta vermelha porque eu disse que você é a coisa mais bonita que eu ja vi ou porque esta se controlando para não me bater?
Pela primeira vez, que ela desviou o olhar do meu.
- Não...Não diga essas coisas, por favor.
Seus olhos continham uma pontada de mágoa, e eu me perguntei quem havia sido o homem sem noção que a fez acreditar que ela poderia ser qualquer coisa menos que maravilhosa.
Suspirei e soltei seus pulsos.
- Any, olhe para mim.
Ela continou encarando meu peito, e eu levantei seu queixo delicadamente, com o dedo indicador.
A sensação de sua pele sob meus dedos ainda era devastadora.
- Eu posso ser muitas coisas. Babaca, idiota, cafajeste, até assassino. Mas não sou mentiroso. Se eu estou dizendo que você é a coisa mais linda que eu ja vi, é porque você é a coisa mais linda que eu ja vi. Tudo bem?
Ela assentiu e engoliu seco. O ar entre nós estava pesado, e todo meu corpo queria sentir as curvas que eu tinha visto hoje. Senti minha respiração acelerar quando o olhar dela parou em minha boca.
- Eu tenho regras...- Ela sussurrou, sem tirar o olhar dos meus lábios. Eu assenti, assistindo seu peito subir e descer rapidamente.
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𝘽𝙧𝙤𝙠𝙚𝙣 𝙋𝙞𝙚𝙘𝙚𝙨
FanfictionAny Gabrielly e o que chamamos de "mulher modelo" ela e bonita, inteligente,gentil e atenciosa, que todos parecem gostar.E bem sucedida,e não poderia reclamar de uma coisa em sua vida. Até que Any se vê cercada de relações superficiais,em um trabalh...