Chapter 4
O barulho da chave girando na porta fez Pansy saltar de cima do sofá e esconder seus seios e seu sexo com almofadas. A cacheada ao seu lado fez exatamente a mesma coisa, no entanto, Draco ainda assim foi capaz de ver algo antes do total cobrimento dos corpos.
— Pansy, de novo? — Draco reclamou chateado.
— Eu pensei que você não viria mais, já viu que horas são? Quase oito da manhã. Achei que finalmente tivesse aceitado sair com o Theo e que dormiria com ele lá.
— O quê? — Draco perguntou inconformado. — Eu nem vi aquele garoto. Onde estão os garotos, afinal?
— Blaise já foi para a faculdade e o Crabbe foi fumar maconha com alguma garota que não me lembro o nome. — Draco assentiu e coçou os olhos.
— Certo. Podem continuar então, vou subir, tomar um banho e dormir umas duas horas. — Ele disse, indo rumo às escadas de madeira envernizada.
— Onde estava, afinal? Se não estava com o Theo? — Hermione perguntou não se aguentando de curiosidade.
— Aconteceu algo bizarro ontem e por alguma razão um garoto que estava em coma havia quatorze anos respondeu à minha voz.
— Quatorze anos? Ele está bem? Fala ou anda? Tudo isso de tempo não era para ter comprometido o cérebro? — Pansy perguntou surpresa.
— Como chegou a encontrar um caso assim? Pensei que fosse da fisioterapia. — Hermione concluiu.
— E sou. — Draco respondeu. — E sobre as perguntas de Pansy... Bem, ele fala normalmente, o resto ainda não sabemos. Ele deve passar por uma bateria de exames exaustivos, coitado. — Draco disse em um suspiro. — De qualquer forma, vou sair uns trinta minutos mais cedo para ir visitá-lo. — Disse, dando de ombros. — Bom sexo para vocês.
— Obrigada. — Disseram em uníssono e Draco subiu as escadas correndo.
Tomou um banho não tão demorado, pois sentia suas pálpebras pesarem, no entanto, quando finalmente se deitou em sua cama seus olhos não se fecharam. Seu cérebro não permitia; ele ficava enviando imagens do sorriso de Harry e lembranças do elogio sobre os olhos de Draco.
Ele não falou muita coisa após aquele elogio, pois o médico insistiu que ele saísse da sala junto com Lily, pois precisava realizar uma série de exames. Antes de sair, Lily ouviu o "Mamãe?" e caiu em um choro intenso antes de abraçar o filho e prometer voltar logo.
Draco se remexeu na cama e fechou os olhos forçadamente, porém aquele sorriso voltou a invadir seus pensamentos. Draco bufou irritado e se cobriu, mas segundos antes de dormir, a rouquidão da voz de Harry voltou a pronunciar:
"Os seus olhos também são lindos."
Esse era o maldito problema em nunca receber elogios de homens tão lindos. Quando recebia não era fácil esquecer. Tentou evitar, mas um sorrisinho bobo enfeitou seus lábios antes de finalmente conseguir pregar os olhos.
[...]
O corpo do garoto estava quebrado; ele não deveria ter sequer dormido, pensou, pois se sentia muito pior. Nos olhos havia pingado colírio, já que ardiam intensamente. Seus pés correram o mais depressa possível para dar tempo de visitar Harry.
Assim que chegou na porta a qual tanto ansiava, deixou três batidas suaves na mesma, que logo foi aberta por Lily. A mulher avançou em Draco assim que o viu, envolvendo suas mão ao redor do pescoço do garoto e o abraçando forte.
— Eu jamais serei capaz de agradecer o suficiente, querido. — Lily disse emocionada, fazendo Draco sorrir.
— Não me agradeça, senhora Potter, eu não fiz nada. Foi tudo mérito única e exclusivamente de Harry. — Draco disse sentindo a mulher lhe soltar e enxugar uma lágrima solitária. — Como ele está?
— Perfeito. — A mulher disse, dando espaço para Draco entrar no quarto. — O médico disse que ele terá que ficar uns dias em observação e terá que passar por fisioterapia, pois ele está há muito tempo em desuso dos músculos e dos ossos. — Lily explicou, vendo Draco sorrir e acenar para Harry, que sorriu de volta. — O cérebro dele também é acostumado a carregar um corpo de seis anos, então ele mesmo pregara peças nele até entender que seu corpo já é adulto.
— Mamãe... — Harry chamou, fazendo a mulher se calar e pôr atenção em seu filho. — Ele voltou mesmo. — Harry disse sorrindo e se ajeitando na cama.
— Sim, querido. Eu disse que ele voltaria. — Lily disse rindo de uma forma calorosa.
— Olá, Harry, sabe quem eu sou? — Draco perguntou, se aproximando da cama e, consequentemente, de Harry.
— O moço dos olhos de mar. — Draco erubesceu ante ao elogio. — Eu gosto do mar.
— Bem, eu te trouxe caramelos, mas eu conversei com seu médico antes de entrar aqui e, infelizmente, ele disse que você terá que passar por uma dieta rigorosa por alguns dias, sinto muito. — Harry fez uma careta antes de olhar seriamente para Draco.
— Nem escondido? — Ele sussurrou após tampar sua boca com uma das mãos para sua mãe não ver, fazendo Draco rir a plenos pulmões.
— Não seja assim, mocinho. Não é legal trapacear nas regras quando se trata de nossa saúde, tudo bem? — Draco disse e Harry assentiu um pouco contrariado.
— Draco, posso aproveitar que está aqui para ir ao banheiro? — Lily perguntou, vendo o moço assentir. Pobre Lily, deve estar exausta, pensou Draco. Se ele não tivesse que ir para suas aulas práticas ele ficaria com Harry para a mulher tirar algumas horas para descansar.
— Mamãe me disse que eu não sou neném. Que agora eu já tenho vinte anos. — Harry disse fitando com atenção as expressões de Draco.
— Ela disse isso?
— Disse também que eu sempre serei o neném dela, mas me explicou o que aconteceu. — Harry disse. — Parece o desenho do jacaré que queria comer o pica-pau.
— Ah, sim? — Draco perguntou rindo. Ele adorava aquele desenho em sua infância.
— Sim, só que ao invés de dormir por todo o inverno, eu dormi por vários. — Draco assentiu, orgulhoso por Harry ter entendido.
— E suponho que sua fome esteja igual ao do jacaré, hm? — Draco perguntou rindo ao ouvir o estômago de Harry roncar. O menor acenou um pouco envergonhado e Draco sorriu. — Já está quase na hora de sua refeição. Vai comer tudo?
— Siiiiim. — Harry disse animado e Draco riu.
— Voltei, crianças. — Lily disse, sorrindo abertamente. Rápida! Pensou Draco. O garoto se permitiu fitá-la: ainda aparentava estar cansada, porém aquela grande tristeza e falta de brilho em seus olhos já não existiam.
— Eu adoraria ficar mais, mas o dever me chama. — Draco disse entortando a boca e Harry cruzou os braços.
— Ah, não! — Protestou emburrado.
— Draco tem coisas para fazer, meu amor. Lembra-se do que conversamos? — Harry assentiu ainda emburrado.
— No meu intervalo eu prometo passar aqui, tudo bem?
— Falta muito para isso? — Harry perguntou.
— Umas quatro horas. — Draco informou.
— Mamãe, quanto é isso? — Lily entortou a boca, como explicaria isso?
— São o mesmo que dois filmes da Disney, mais ou menos. — Draco se apressou em dizer.
— Jura que vem?
— Juro. — Draco respondeu.
— De dedinho? — Harry questionou, esticando seu dedo mindinho. Draco o olhou e sorriu genuinamente.
— De dedinho.
(Eu relendo para revisar antes de postar: 🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺❤️)
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Em Um Piscar de Olhos | Drarry
Fanfiction[CONCLUÍDA] Harry Potter tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam dur...