Chapter 8

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Chapter 8

Naquele momento estavam diante da máquina, Harry já se encontrava deitado, porém chorava alto, temendo ficar sozinho.

— Hazzi, eu não posso entrar ali com você, mas ficarei aqui fora te vendo. — Draco disse, vendo Harry negar com a cabeça.

— Você disse que não sairia do meu lado. — O menino disse chorando e Draco suspirou. — Por favor...

— Olha... — Draco disse, levando sua mão ao rosto de Harry e enxugando delicadamente as lágrimas da região. — Eu não vou sair daqui. Que tal se brincarmos de algo bem legal? — Harry fungou, cessando o choro para prestar mais atenção em Draco.

— Do quê? — Perguntou ainda soltando soluços involuntários.

— Vamos imaginar que essa é a sua nave espacial. — Draco disse. — Você precisa se deitar aí e ficar quietinho enquanto eu conto uma história. Combinado? — Harry pensou um pouco e então assentiu e Draco sorriu, se inclinando e deixando um beijo no rosto do menino. — Por isso que eu gosto de você, porque sabe se comportar. — Harry sorriu timidamente e então Draco olhou para a médica, acenando com a cabeça como confirmação.

No momento seguinte a máquina levou Harry para dentro e Draco respirou fundo.

— Dray? Tem uma luz na minha cara. — Harry disse preocupado, mas se sentiu aliviado quando ouviu a risada de Draco.

— Essa aí é a luz da sua nave. — Harry ouviu Draco dizer e sorriu animado. — Hazzi... — Draco disse olhando para a médica. — A médica me pediu para contar para ela sobre o que você não me deixou falar lá no quarto.

— Dray... Não! — O tom de voz foi preocupado e a médica assentiu. — Por favor, não diz para ela. É um segredo.

— Tudo bem, meu príncipe. Se acalme, tudo bem? — Draco disse assim que a médica deu o sinal. — Pode ficar quietinho um segundo para ela tirar uma foto do seu cérebro?

— E a história? — Draco sorriu e ignorou o fato de a médica estar ouvindo-o.

— Era uma vez, um garoto que não vivia na nossa galáxia. Ele se chamava Harry...

— Igual eu?

— Sim, meu anjo, mas preciso que fique quietinho sem falar. Pode só me ouvir? — Pediu com doçura em sua voz, vendo a médica assentir em positivo para ele.

— Sim. — Harry disse e então Draco continuou.

— Ele andava em sua nave pelo espaço em sua missão, mas aí uma estrela gigante, chamada Betelgeuse, atrapalhou seu caminho, o jogando em um planeta muito longe do dele. Lá ele encontrou amigos e um garoto muito disposto a ajudá-lo...

Harry ouviu toda a história atentamente e nem percebeu quando seu corpo já estava diante de Draco novamente.

— Eu disse que não doeria, viu? — Draco disse, vendo Harry assentir e esticar os braços, pedindo um abraço. Draco se debruçou sobre ele, sem colocar demasiada força sobre seu corpo, e sentiu os bracinhos de Harry rodearem seu pescoço.

— Dray, e no final, o Harry fica com o Draco? — Draco riu, percebendo o quão ingênuo Harry era.

— Sim, Hazzi. Eles ficaram juntos. — Disse, se afastando do abraço.

— Mesmo o Harry sendo de outro planeta e diferente? — Perguntou, vendo o enfermeiro pegá-lo no colo e o colocar na cadeira de rodas, visto que ele ainda precisava de fisioterapia para conseguir andar sem problemas. Seus braços também estavam fracos, porém, estavam muito mais fortes do que as pernas.

— Sim. Mesmo o Harry sendo de outro planeta. — Ele disse quando começou a empurrar a cadeira pelos corredores do hospital, levando Harry de volta para o seu quarto. — O Draco era concentrado demais no trabalho dele, nas estrelas, em seus equipamentos... — Draco disse, tendo Harry totalmente antenado em suas palavras. — Acho que justamente por Harry ser diferente que chamou a atenção dele. Não era qualquer pessoa que o faria ter interesse daquela forma.

— O Harry deve ter ficado muito feliz do Draco querer cuidar dele para sempre. — Harry disse e Draco sorriu.

— E o Draco deve ter ficado muito feliz por Harry ter ficado com ele. — Disse, vendo Harry virar o corpo para trás e lhe fitar.

— Você vai embora? — Draco franziu o cenho.

— Como?

— Você vai embora da minha vida ou vai fazer igual o Harry e ficar? — Draco parou a cadeira e andou até a frente de Harry, se ajoelhando na frente dele.

— Eu vou fazer igual Harry e ficar. — Ele disse, segurando aos mãos do garoto. — Porque assim como o Draco dessa história, eu também tenho o meu Harry para cuidar. — Draco não podia explicar a intensidade do sorriso que rasgou o rosto de Harry.

O loiro suspirou bobamente e lembrou a si mentalmente que Harry era apenas uma criança em um corpo adulto, não teriam uma história de amor igual aos contos, mas sua vontade de cuidar de Harry não iria embora por isso, pelo contrário, só queria cuidar dele cada vez mais.

— Dray?

— Sim?

— Eu vou crescer. — Harry disse sorrindo. — Você ainda vai cuidar de mim quando a minha mente ficar grande? — Draco riu e assentiu.

— Vou, meu amor, mas não quero que se desespere para crescer. Viva um dia de cada vez. — Ele disse e Harry assentiu.

— Posso te contar um segredo? — Harry perguntou assim que Draco se levantou e voltou a empurrar sua cadeira.

— Diz.

— Eu... — O tom de voz preocupou consideravelmente Draco, que voltou a parar e se abaixar na frente de Harry. O menino estava corado e piscando sem parar.

— Hey, você está bem? — Draco perguntou, vendo Harry pressionar os olhos fortemente e assentir. — O que queria me dizer?

— Eu quero fazer cocô. — Sussurrou de cabeça baixa, fazendo Draco suspirar ao ver os olhos voltando ao normal.

— E como eu posso te ajudar? — Draco perguntou confuso.

— As minhas pernas não têm muita força. — Disse sem jeito. — Poderia me colocar lá? — O loiro assentiu, levando Harry até o banheiro de seu quarto.

— Consegue se segurar sozinho? — Draco perguntou, sabendo que Harry não tinha muita força nos braços ainda.

— Sim. — Harry disse, voltando a piscar muito rápido. Draco assentiu e deixou o banheiro sem jamais olhar para Harry da cintura para baixo.

Agora ele só precisava esperar a doutora chegar para ele finalmente descobrir o porquê de Harry piscar daquele jeito.

Em Um Piscar de Olhos | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora