Chapter 18

2K 387 51
                                    

Chapter 18

Enquanto Draco ajudava Harry a descer do táxi e se sentar na cadeira de rodas, Lily foi na frente para abrir a porta e levar as coisas que Harry havia ganhado de Draco, tais como a flor e a cesta de chocolates.

A casa era a típica tradicional americana: um belo jardim na frente, um gramado estendido por todo o local, que só se perdia na trilha de calçada que se formava até a entrada da casa. Mais ao lado havia a calçada que dava para a enorme garagem, de porta branca de aço.

— Mãe, eu dormi por quatorze anos, não foi? — Harry elevou sua voz, fazendo-a alcançar os ouvidos de sua mãe.

— Sim, meu amor.

— Então por que ainda está tudo tão... — Seus olhos percorreram toda a extensão. — Igual? — Lily sorriu antes de replicar:

— Eu sonhava com o dia em que seu pai voltaria para esta casa, mas infelizmente ele não voltou. — Ela disse tristemente, porém trazia consigo um sorriso inabalável. — Depois fui deixando igual, somente renovando a pintura e mantendo tudo assim, apenas para que quando você voltasse não se assustasse com a mudança. — Confessou. — Demorou quatorze anos, filho, mas você voltou.

Harry sorriu, sem barreiras, sem pudor. Sorria de uma forma tão pura que atingiu cada canto da alma de Lily e, é claro, de Draco, que assistia tudo.

— Eu te amo, mamãe. — Harry disse. — Mas se eu jamais tivesse acordado eu realmente gostaria que você enfeitasse a casa de um jeito que não te lembrasse de dias ruins.

Sem ao menos perceber Lily estava chorando. Não um choro triste, muito pelo contrário, eram apenas lágrimas de alegria, de alívio, de paz. Seu filho estava, no final das contas.

— Ora, não me faça chorar na frente de Draco, meu amor. — Lily pediu, levando o dorso de seus dedos até o canto de seus olhos para livrar-se das lágrimas. — Vamos, não fiquem parados aí, venham.

Draco assentiu e começou a empurrar a cadeira na direção da casa. Seus olhos curiosos analisaram tudo, porque ao contrário do exterior, o lado interior da casa não se assemelhava em nada com o tradicional. Qualquer um notaria que uma família de classe alta vivia ali.

Todos os móveis de madeira maciça davam destaque dentre as paredes amarelas e brancas. Os enormes quadros abstratos que enfeitavam as paredes, com suas molduras douradas, entregavam o amor pela arte. Na sala, que era o cômodo onde se encontravam, o enorme tapete preto felpudo cobria o chão, contrastando com o lustre de luzes brancas no centro do cômodo.

— Mamãe, posso mostrar meu quarto para o Dray? — Harry perguntou animado, lembrando-se da quantidade de brinquedos que costumava ter.

— Vamos ter que deixar isso para a próxima. Seu quarto fica em cima e não quero que Draco tenha que tentar te subir. Dei folga para os empregados, então hoje terá que dormir em um dos quartos daqui de baixo.

— E quando eles voltam?

— Amanhã. — Lily informou.

— Então a próxima vez que o Dray vier posso mostrar a ele? — Perguntou esperançoso, vendo Lily assentir.

— Sim, querido. — Disse gentilmente. — Draco, sente-se, por favor. Fique à vontade. — Pediu. — Vou preparar algo para comermos.

— Obrigado, senhora Potter.

— Lily, querido. Me chame de Lily. — Pediu sorrindo.

— Certo, dona Lily.

— Sem o dona. — Disse, fazendo Draco rir.

— Tudo bem, Lily. — Disse, vendo a mulher desaparecer do cômodo.

— Dray, temos uma piscina grandona. Você acha que as minhas pernas vão ficar boas até o verão? — Perguntou. Draco caminhou até o sofá e deixou a cadeira de frente para ele, sentando-se diretamente de frente para Harry.

— Eu acho que até a primavera elas já estarão boas, Harry. — Respondeu. — Suas pernas estão perfeitas, só precisar aprender a se adaptar ao seu novo tamanho e peso e recuperarem a força.

— E você vai vir nada comigo?

— Se você quiser que eu venha, virei.

— De sunga? — Perguntou arqueando uma sobrancelha. — Não se deve entrar na piscina de roupa.

— De sunga, então. — Deu de ombros. — Sua casa é muito bonita.

— Você também. — Harry respondeu dando um sorriso suave.

— Obrigado. — Respondeu naturalmente. ele já estava acostumando-se aos elogios de Harry, eram puros e genuínos, algo que enchia o coração de Draco de um sentimento bom.

— Posso me sentar aí no sofá com você? — Perguntou, vendo Draco assentir e se inclinar, puxando Harry para o sofá com toda a delicadeza que havia em si. — Obrigado. Ach0 que estou cansado.

— Quer descansar um pouco? — Draco perguntou, vendo Harry assentir. — Então deite-se que eu ficarei ao seu lado até que pegue no sono.

— Deita comigo? — Pediu, coçando um dos olhos.

— Claro. — Ele disse, se deitando no sofá e trazendo Harry para cima de si.

— Dray, o Leo também quer um abraço seu. — Harry disse, prendendo a visão do ursinho que estava na cesta sobre a mesinha de centro. Draco riu e esticou o braço, pegando o ursinho e o colocando sobre o outro lado de seu peito.

— Assim está bom? — Draco perguntou e sentiu Harry assentir antes de afundar seu rosto na curva de seu pescoço.

— A Ginny me disse ontem que depois que ela cresceu ela parou de ouvir estórias. — Harry informou com a voz baixa, fechando os olhos ao sentir o carinho de Draco em seus cabelos. — Então eu decidi que como estou ficando grandinho não vou mais ouvir também.

— Tem certeza? — Draco perguntou, surpreso demais, afinal Harry adorava ouvir contos e estórias, principalmente as românticas. — Harry, não precisa parar com as estórias.

— Eu já me decidi. — Ele disse com veemência, levando seu braço esquerdo até o Leo, abraçando assim ele e Draco ao mesmo tempo.

— Tudo bem, então. — Draco disse, mantendo suas carícias em Harry.

— Dray? — A voz rouca voltou a soar.

— Sim, meu amor? — Perguntou com a voz repleta de doçura e paciência.

— Será que você poderia contar uma estória para o Leo? — Draco riu graciosamente, desfrutando do calor do corpo de Harry sobre o seu.

— Contar uma estória para ele? Acha que ele gostaria?

— Sim. Ele ainda é neném. — Respondeu.

— Suponho que ele queira ouvir romance, hm? — Draco perguntou em tom divertido.

— Sim. Ele adora romance. — Harry disse e Draco assentiu.

— Bom, era uma vez uma garota que se chamava Bela...

— Não, Dray. Essa não! — Harry o interrompeu. — Conta uma onde o garoto se chama Draco. — Draco riu alto, pois todas as estórias que contara ao Harry ele havia substituído os nomes dos protagonistas por Draco e Harry e, aparentemente, Harry havia gostado disso.

— Certo. Era uma vez, um garoto que se chamava Draco... — E assim foi, contou sua estória até o sono chegar. Ele não soube dizer quem dormiu primeiro, mas quando Lily apareceu na sala não resistiu em rir baixinho diante da cena que vira:

Draco abraçava com possessão o corpo de Harry com um braço, enquanto o outro fazia o mesmo com o ursinho de pelúcia. Já Harry, com apenas um braço abraçava os dois ao mesmo tempo. A mulher suspirou bobamente, aquela definitivamente fora a coisa mais fofa que já presenciara em toda a sua vida.

Em Um Piscar de Olhos | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora