Chapter 7

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Chapter 7

Exausto. Era assim que Draco se sentia; Severus havia abusado de seu poder e feito Draco trabalhar muito mais do que o normal, incluindo ter que buscar café do outro lado do hospital para ele várias vezes.

Ele sabia que isso aconteceria, pois o senhor Snape não estava lidando muito bem com o fato de ele, ainda não estando formado, pegar um caso tão raro e importante quanto o de Harry. Harry era um milagre da medicina e, apesar do pouco tempo que estava acordado, seu nome já se destacava nas principais manchetes por todo o país. Juntamente com seu nome, se destacava o nome de todos os médicos e envolvidos no tratamento, obviamente o sobrenome Malfoy ficaria conhecido dentre o cenário da saúde e, certamente, Severus gostaria de seu nome estar junto.

Draco fez o favor de deixar o homem ainda naquela lista, não por ele obviamente, senão por Harry, mas o homem não parecia satisfeito com isso, afinal tantos anos de carreira não serviram para tirá-lo do cargo de auxiliar em uma manchete importante, ele se sentia humilhado provavelmente.

O loiro tomou um banho rápido no próprio hospital e se dirigiu ao quarto de Harry. Lily o recebeu com a mesma gentileza de sempre e disse que já havia deixado na recepção a autorização para ele passar a noite com Harry, explicou também que sobre a mesinha havia seu número anotado em um papel. Draco o anotou em seu celular por garantia, ele era desastrado havia tempo suficiente para saber que um pedaço de papel poderia ser facilmente destruído de várias formas.

Harry não queria que sua mãe fosse, mas quando Draco explicou que Lily precisava dormir em uma cama confortável e comer algo saudável, Harry acabou por concordar com Draco.

— Hey, Hazzi, meu irmão tem alguns carrinhos em minha casa. Ele não mora aqui, mas às vezes vem me visitar. Gostaria que eu trouxesse para brincarmos? — Harry fez uma careta e negou.

— Eu não gosto de carrinhos. — Draco riu e assentiu.

— Para ser sincero, eu também nunca gostei. — Harry assentiu sem sequer olhar para Draco. — Hey, o que você tem?

— Nada. — Harry disse baixando seus olhos para suas mãos.

— E o que está gerando essa carinha triste, então? — Harry começou a piscar rápido demais para Draco considerar normal. — Harry, você está bem? — Os olhos não pararam de piscar, tendo Harry os pressionando fortemente no momento seguinte e então Draco segurou sua mão. — Eu vou chamar um médico, espere.

— Dray... — Harry disse, segurando sua mão apressadamente, fazendo o loiro lhe fitar novamente. — Não!

— Então respire. Tudo bem? Sente alguma dor? Algo fora do comum? — Draco perguntou, subindo na cama e embalando Harry em seus braços. Harry negou lentamente, começando a parar de piscar tão rápido. Draco ficou acariciando suas costas até o garoto voltar ao normal.

— Desculpe. — Harry pediu baixinho, afundando seu rosto na curva do pescoço de Draco.

— Não tem porque se desculpar, anjinho. — Draco disse calmamente. — Eu vou precisar comunicar o médico sobre isso, de qualquer forma, tudo bem para você?

— Não, por favor. — Harry pediu, começando um choro baixinho. — Não me deixa sozinho.

— Shhh, tudo bem. Não vou sair do seu lado. Esperarei algum enfermeiro vir para a ronda noturna então, mas se algo mais estranho acontecer eu precisarei ir, tudo bem? — Harry assentiu, virando seu rosto na direção de Draco, prestando atenção em cada detalhe.

— Eu não sou normal? — O garoto perguntou subitamente, fazendo Draco olhar na direção de seu próprio ombro, que era onde o rosto de Harry estava.

— Por que está me perguntando isso? — Harry enrubesceu e Draco notou os olhos voltarem a piscar muito rápido, deixando a sensação de preocupação inundar seu ser novamente. Draco decidiu se virar e apertar o botão ao lado da cama, que era usado somente para urgências. Depois se desculparia por isso, mas precisava de alguém ali.

— O moço da TV falou de vida amorosa, que era normal na minha idade, mas eu... — Os olhos não paravam de piscar e Draco começou a balançar lentamente os dois, como se estivesse ninando o garoto. — Eu não sou normal? — A voz saiu baixa e triste.

Draco não pôde responder àquela pergunta, pois o quarto foi invadido por toda uma equipe de médicos, com equipamentos prontos para uso. Draco sorriu sem graça e desceu da cama.

— Então, eu precisava de alguém aqui. — Draco começou sua explicação, um pouco envergonhado. — Mas eu não podia sair do quarto, então eu... Oh, céus, sinto muito. — Ele disse enrubescendo. Algumas pessoas reviraram os olhos e saíram, mas uma médica ficou.

— Pois não?

— Estávamos conversando e, de repente, ela começou a piscar muito rápido e às vezes pressionava os olhos fortemente. Eu fiquei preocupado, isso não é normal. — Draco disse.

— Era para tentar parar. — Harry disse e então a médica se aproximou da cama.

— Tentar para o quê? — A doutora perguntou, acendendo sua pequena lanterna nos olhos do garoto. — Siga meu dedo com os olhos. — Ela pediu e Harry o fez.

— De piscar. — Harry replicou. — Eu apertei os olhos fortemente para tentar parar de piscar.

— Sentiu algo? Tontura, dor, mal-estar? Algo diferente? — Harry pareceu pensar e logo assentiu.

— As minhas bochechas arderam. — A médica assentiu, olhando para Draco.

— Sobre o que falavam?

— Dray, não! — Harry pediu com veemência, erubescendo; seus olhos começaram a repetir o mesmo de alguns minutos antes ao piscarem rapidamente. Harry apertou fortemente eles e negou com a cabeça. — Não param! Argh! — Harry disse.

— Vou levá-lo para um ressonância e precisarei que você toque neste mesmo assunto com ele quando estivermos lá. — Ela disse, fazendo Draco assentir.

— Devo ligar para a mãe dele? — Draco perguntou aflito, cruzando os braços. A doutora apenas sorriu e negou.

— Se for o que eu estou pensando, então não tem como o que se preocupar. — Ela disse calmamente. — Vamos fazer a ressonância, hm? Depois disso se o resultado for algo negativo você chama a mãe dele, mas eu acredito que não será necessário. — Draco assentiu, vendo a mulher acariciar seu braço sem malícia, apenas o confortando.

— Hey, príncipe... — Draco chamou assim que a médica saiu, se debruçando sobre a cama. — Vamos fazer um exame rápido em você, tudo bem? Eu vou estar lá com você.

— Vai doer? — Harry perguntou assustado.

— Não. A médica só vai tirar uma foto do seu cérebro. — Ele disse, sentindo os dedos de Harry entrelaçarem nos seus.

— Igual ao moço da TV? — Perguntou curiosamente e Draco negou com a cabeça.

— De jeito nenhum. O moço da TV é um homem bobo. Não quero que pense que você tem algum problema ou que é anormal, tudo bem?

— Mas eu não sou igual a maioria da minha idade. Eu deveria ser. — Ele disse, sentindo Draco acariciar seu rosto.

— Vou contar um segredo: — Ele disse baixinho. — ninguém é igual a ninguém. Não quero que se sinta triste com o que ele disse, tudo bem?

— Você promete que não liga? — Draco sorriu e assentiu.

— De dedinho. — Draco respondeu, entrelaçando seu dedo mindinho com o de Harry.

— Então eu deixo a médica tirar uma foto do meu cérebro. — Harry disse sorrindo, fazendo Draco sorrir também, porém internamente ele sentia um medo avassalador. Mesmo com o médico achando não ser algo preocupante, Draco só se acalmaria quando soubesse do que se tratava aquele piscar de olhos.

Em Um Piscar de Olhos | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora