IV

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Tento acalmar minha respiração olhando para outra coisa. Quem era aquele homem? E por que me senti não nervosa assim? Eu apenas me esbarrei nele, nem foi grande coisa. Só estava encantada com o local. Mas aqueles olhos... Eles percorreram por todo meu corpo. 

Por que me analisou tanto assim?

De fato era um homem muito bonito. Estava com um terno branco bem elegante, provavelmente de alguma grife famosa. Seu cabelo estava arrumado para o alto. Ele tinha um bigode bem feito, junto com um cavanhaque que moldava seu rosto. Isso o deixava mais charmoso. Seus olhos castanhos escuros...ainda estavam na minha cabeça.

- Ava, o que houve?? – Ângela corre até mim tocando um de meus braços, chamando minha atenção para ela.

- Eu estava distraída com o lugar e esbarrei naquele homem. Que vergonha, Ang. – Acabo dando um apelido por impulso para Ângela e ela sorri para mim, como se tivesse gostado daquilo.

- Ava, aquele era o Pedro. Pedro Rivera, o dono da RIVERS. – Ang me responde e meus olhos arregalam.

Então era por isso a roupa e o jeito tão elegantes, e aquele grupo de senhores com ele. Senti minhas bochechas queimarem de vergonha. Eu havia trombado com o dono da RIVERS, e por estar admirada igual uma boba pelo lugar.

Que belo jeito de começar, hein Ava? – Respondo para mim mesma e Ângela começa a rir.

- Ele nem vai lembrar, Ava, não se preocupe com isso. – Ângela dá de ombros e continua andando, me fazendo ir atrás.

Após aquele maluco episódio, fomos até os instrutores, que explicaram sobre nosso curso e grade curricular. Para nossa surpresa, em nossa primeira semana já sairíamos para ver de perto um desfile que a RIVERS iria realizar. Eles lançariam a nova coleção de inverno da Alejandra Rivera. Ang e eu quase explodimos de felicidade.

Acho que faríamos uma bela amizade durante esse tempo estudando juntas. Ela me contou que depois dos estudos quer ir para Milão para aprofundar sua carreira na moda, o que também era o que eu queria. Senti que nossa amizade permaneceria unida por um bom tempo.

Terminamos nossa conversa com os instrutores e partimos para comprar alguns livros para o início do semestre, Ang e eu preferimos nos adiantar quanto a isso. Antes de sair da instituição, olho novamente para a porta do elevador, recordando o que houve entre mim e Pedro, e acabo soltando um riso envergonhado.

Voltamos para o quarto apenas para guardar os materiais do curso. Ang e eu decidimos dar uma volta pelas ruas de Paris e tirarmos algumas fotos. Em um momento decido ligar para mamãe para falar sobre tudo o que fiz até agora. Estava cedinho em Los Angeles ainda. Ficamos um bom tempo conversando.

Depois de algumas voltas, Ang e eu decidimos parar em um restaurante para jantar, pois já estava escurecendo. Estávamos perto do L'Avenue. Pela sua entrada já remetia ser um lugar bem imponente. Ang fez questão de fazer as honras. "Temos que comemorar, Ava!!" – Ela dizia toda vez que eu tentava dar uma desculpa, o que falhei miseravelmente e acabamos entrando.

A entrada do L'Avenue era bem estilo Francês. Mesas e cadeiras espalhadas em volta do restaurante e por dentro, toda sua decoração tinha um aspecto que remetia à "Belle Époque". Cada mesa era iluminada por abajures suspensos. As luzes estavam em um tom fraco proposital, para causar um clima romântico para os visitantes. Cada detalhe fora pensado para agradar quem entrasse ali.

Ang e eu decidimos ficar em uma mesa do lado de fora. O clima estava gostoso, apesar de que estávamos próximos da chegada do inverno. Além disso, poderíamos apreciar a movimentação da rua. Um garçom se aproxima da mesa para pegar nosso pedido. Começamos com as bebidas. Ang e eu escolhemos um vinho Cabernet.

Burning Desire - Pedro Pascal (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora