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A neve ainda cai do lado de fora da janela e o silencio ainda pairava pela casa, como nas ultimas semanas o único som que podia ser ouvido vinha do final do corredor do quarto dos meus pais, ou melhor do quarto da mamãe. Embora não soubesse o porque algumas pessoas tinham me explicado que o papai não voltaria que ele estava em outro lugar agora e que por mais que me amasse não podia mais me ver ou voltar para casa. As pessoas diziam que de agora em diante seriamos apenas eu e a mamãe que teríamos apenas uma a outra.
Mas ela não parecia me querer por perto, e desde que voltamos daquele lugar silencioso onde me disseram que tinha que me despedir do meu pai e onde a vi chorando descontroladamente ela não saia do quarto, havia perdido as contas de quantas vezes bati na porta após ouvi-la chorar e apenas recebi ordens para voltar para o meu quarto, havia sido assim por um bom tempo a mesma rotina, eu ficava sozinha vagando pela casa enquanto ouvia minha mãe chorando trancada no quarto então pouco antes de anoitecer nossa vizinha gentilmente vinha me trazer algo para comer e passava um tempo com minha mãe.
Naquela dia porém não foi o que aconteceu ainda era bem cedo quando ouvi a porta do quarto da minha mãe abrir e ela vir ao meu encontro os olhos vermelhos devido ao choro constante, ela estava magra e abatida, seus cabelos loiros não eram mais como antes, não conseguia me lembrar de ter visto ela nas ultimas semanas. Sem falar nada ela se sentou ao meu lado e olhou para a TV.
- Quer que eu desligue a TV? - embora gostasse de assistir meus desenhos, não queria incomoda-la, minha vizinha dizia que ela precisava de tempo e que eu precisava ser boazinha enquanto ela estava triste.
- Não, mas preciso que você arrume suas coisas favoritas em uma mochila e coloque uma roupa para sair.
- Vamos viajar? - sempre que papai pedia para arrumar minhas coisas íamos para alguma viagem.
- Só arrume suas coisas e fique pronta Any - embora estivesse curiosa de para onde iriamos fui até meu quarto e fiz o que ela pediu, voltei para sala um tempo depois já pronta e com minha mochila na mão, estranhei ela não estar pronta também, mas me sentei ao seu lado no sofá, a TV ainda estava ligada no mesmo canal que havia deixado embora não estivesse passando mais nenhum desenho, ouvi o barulho de um carro encostando em frente nossa casa alguns minutos depois - Preciso que você seja uma menina forte agora Any você consegue fazer isso?
- Acho que sim - não gostei daquelas palavras a última vez que as tinha ouvido de alguém papai nunca mais voltou.
- Ótimo - ela foi até a porta e abriu antes mesmo de baterem na porta, uma mulher com feições serias muito bem vestida entrou juntamente com um homem de terno.
- Senhora Soares tem certeza que é isso que quer? - a mulher perguntou para minha mãe assim que me viu sentada no sofá.
- Tenho eu não posso fazer isso, não sozinha não sem meu marido.