Bônus 3 - Welcome to NY - parte I

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trilha do capítulo⬆

JONATHAN ☀
Uma semana após o capítulo 52 de Inércia.

Tentei focar na minha leitura pela terceira vez, desliguei Twenty One Pilots que saía do meu IPod para tentar focar melhor... E não adiantou. Eu havia trago trabalho pra casa hoje, estava tudo espalhado pelo sofá central da sala, eram sequências de livros da editora, que fazem sucesso, todos para avaliação. Normalmente esse trabalho não era meu, mas esse mês tudo estava uma bagunça naquele lugar. Eu conseguia fazer parte do meu trabalho fora da editora, mas particularmente eu gostava de matar meu tempo por lá. Mas hoje eu tinha que estar em casa.

Anabel chegaria amanhã, no vôo das onze, ela precisou de uma semana para se organizar para vir e eu não pude ficar em Bothell por conta do meu trabalho. Já hoje, eu precisei deixar tudo em ordem. A diarista veio dar uma faxina, eu liberei espaço no closet, no armário da suíte, eu só não tinha conseguido espaço nas estantes para os livros dela. Então comprei uma pela internet, tinha uma parede livre no meu escritório e caberia tudo. E saí para comprar comida "de gente" pois na minha geladeira só tinha comida congelada, e eu sabia como cozinhar era uma das coisas que Ana mais gosta de fazer.

E também, ração e uma casinha pra Max, afinal ele também estava vindo. Eu podia dar adeus aos meus sapatos agora ou depois?

Ou talvez a minha canela que ele parece sempre bem propenso a morder.

Liguei a TV, deixei em uma reprise de Westworld, e peguei meu celular para pedir comida, decidindo deixar para terminar de ler durante a madrugada, eu andava dormindo pouco ou muito mal nos últimos tempos, eu venho sofrendo de insônia desde que... Fui embora de Washington. Nem mesmo os piores momentos que vivi em Bothell me deixaram sem dormir como agora.

Encontrei logo o contato do restaurante de imigrantes irlandeses que eu gostava de pedir. Ben descobriu esse restaurante por acaso, e desde então é o nosso favorito. Lembrava nossa antiga casa. Talvez nas próximas férias eu possa voltar a Dublin. Mostrar tudo a Anabel...

Ouvi o interfone tocar e fiquei de pé para ir até o aparelho e o fiz, já sabendo ser da portaria. Eu só não sabia quem estava lá embaixo. Apostava em Carl, Elivie, Brie ou Darcy. Ben e Angela sempre avisam antes de vir. E minha mãe estava na França.

Senhor Jonathan, uma senhorita, Anabel Halkinn, está pedindo permissão pra subir. Com bagagem. Devo libera-la? — Contou a última parte, um pouco mais baixo.

Se existe algo que me pegou totalmente de surpresa, foi isso.

— Pode liberar. Inclusive, ela mora aqui a partir de agora. — Falei, ainda sem acreditar, coloquei o aparelho de volta no gancho sem nem escutar se por acaso o porteiro falou alguma coisa a mais.

Olhei pra bagunça de papéis e livros sobre o sofá, então corri e amontoei tudo sobre a mesinha de mogno da maneira mais rápida e mais ou menos organizada que consegui.

Então abri a porta do apartamento, e me guiei pelo corredor em direção aos elevadores, eu podia ver pelo painel ele subindo e uma carga de ansiedade me invadiu por todos os lados.

E então as portas se abriram, revelando ali... Anabel.

E ela sorriu, linda, assim que seus olhos pousaram em mim.

E eu também sorri.

— Eu quero muito te abraçar, meu amor, mas preciso de ajuda com as malas. — A ouvi dizer, e então notei na caixinha de transporte na mão dela: Max. E ao lado dela duas malas de correr grandes.

Eu ri, puxando as malas pra fora do elevador para ela sair. E então, ela o fez, deixando a caixinha com Max no chão com cuidado e soltou sua mochila, para em seguida seus braços estarem em torno do meu pescoço, a puxei pra mim, a erguendo em meu abraço, tirando seus pés do chão. Fechei meus olhos, emocionado, sentindo o cheiro de baunilha de seus cabelos, sentindo suas mãos pequenas acariciando os meus. Ela sempre fazia isso. Movi meu rosto em direção ao seu, no segundo seguinte, minha boca estava sobre a sua, a tomando pra mim, sendo correspondido no mesmo instante. Apertei meu abraço em torno dela, sentindo as formas de seu corpo sendo encaixadas ao meu. Aquecendo tudo, onde meu pensamento só fazia imaginar, a levar o mais rápido possível para dentro. Mas este logo foi interrompido.

Ignorando as Leis de Newton Onde histórias criam vida. Descubra agora