7 | o melhor de nós - parte II

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(Parte dois do capítulo anterior)

JONATHAN HIMMES
Leeds - England

(...)

— Não tem música. — Constatei com um sorriso.

— Eu não preciso dela, eu posso ser minha própria música. — Hailey disse antes de piscar para mim, enquanto continuava a dançar, o quadril largo ondulando de um lado para o outro, movimentando seu corpo curvilíneo, captando demasiadamente a minha atenção, deixando a mim, quente como o inferno. Ergui meus olhos, ela sorria enquanto dançava, os cabelos coloridos chamavam toda a atenção ao esvoçarem com a brisa, eu não podia ver suas feições com precisão, a lua cheia estava clara, mas não o suficiente, e éramos os únicos naquela lado da campina, eu sentado no chão, enquanto ela rodoviava pela grama densa, com seus coturnos, mas dentro um vestido branco fluido e levemente transparente que deixava boa parte de suas tatuagens a mostra, mas nada condizia com o ambiente em que estávamos. E ela estava linda, radiante, e eu não conseguia, nem se quisesse, tirar meus olhos dela.

Eu sentia uma imensa vontade de puxa-la pra mim, para a beijar e tocar como se não estivéssemos no lugar menos apropriado possível, era doloroso até, mas também não queria acabar com aquele momento onde ela parecia tão leve.

E eu senti também, uma imensa vontade de escrever, não sabia sequer o que, mas me senti estranhamente inspirado.

They say that we're out of control, and some say we're sinners, but don't let them ruin, our beautiful rhythms.* — Ela cantou sorrindo, vindo até mim, se sentando em meu colo, de frente para mim, com uma perna de cada lado do meu corpo.

— Não vai cantar o resto? — Perguntou em um sussurro me abraçando pelo pescoço, nossos narizes se tocavam e minhas mãos foram parar em suas coxas, a trazendo para mais perto.

— Não. — Proferi. — Minha boca estará ocupada em breve. — Respondi, sentindo seu lábio inferior roçar em minha pele. Subi uma das minhas mãos e segurei em seu queixo,  enfim, a beijando, com bastante vontade, sentindo a inclinando meu corpo pra trás, quando eu estava pronto para a puxar comigo para nos deitar ali, ela mesma cortou o beijo, rindo.

— Imagina transar nesse lugar. — Disse rindo, abrupta. — No meio do mato, digo. Todo filme de terror, o casal está transando loucamente e uma criatura surge da floresta... E você sabe o que eles fazem? — Perguntou, dando um toque com o dedo indicador no meu nariz.

— Massacra o casal que fazia sexo selvagem? — Perguntei, entrando no assunto que provavelmente renderia.

— Sim. Mas antes, imagine você, eles arrancam o pau do cara fora, enquanto a mocinha grita escandalosamente. — Ela disse, me fazendo remexer desconfortavel, ao imaginar tal cena. Eu sempre me solidarizei desses caras de filmes de terror de qualidade questionável, dos anos 2000, que perdem os paus pra criaturas na floresta.

— Isso é muito brochante, Hailey Davis. — Decretei, rindo de nervoso.

— A gente tem que ficar brochado hoje, Himmes, pois nossas barracas estão perto demais umas das outras, de qualquer maneira eu não ia querer fazer um show, por mais que uns e outros mereçam tal tortura depois de ouvirmos aquela garota fingir orgasmo com o Henry naquele hotel que ficamos na estrada. — Disse sem nem um tipo de decoro ao tocar no assunto.

Mas termos colocado as barracas quase coladas foi uma ideia não muito favorável. Já fazia por volta das onze e meia, mas duvido que os outros estejam dormindo, talvez estivessem se entupindo com as sete pizzas que o exagerado do Carl, pediu.

Sim, pedimos pizza no acampamento. Milagres da tecnologia, eu posso chamar.

Mas voltando ao assunto em questão.

Ignorando as Leis de Newton Onde histórias criam vida. Descubra agora