Melhor deixar só a polícia saber.

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A tarde estava indo embora deixando uma prévia da noite fria que lentamente se instalava. A multidão crescia desenfreada alimentada pela curiosidade em saber todo e qualquer detalhe. Os olhos de S/n acompanhava a situação a distância enquanto afagava um cobertor que envolvia seus ombros. As luzes da viatura piscando em azul e vermelho estava deixando sua cabeça dolorida e ainda que as fitas amarelas afastasse os grupos, as vozes interessadas faziam um nó em sua mente.

- Você está bem? - a doce voz de Jungkook chegou até o ouvido da menina, parecia um afago em meio a toda aquela balbúrdia - Fiquei sabendo que você se machucou.

- Eu acabei me machucando, desabei quando vi o corpo dela. - os olhos brilharam mostrando as lágrimas que rapidamente apareceram - Eu só quero ir para casa, eu estou com medo.

- Ei! Não fique assim, eu vou ficar aqui com você. - gentilmente Jeon afagou as mãos trêmulas da menina, passava as pontas dos dedos pela pele fria dela - O polícia já falou com você? - ela assentiu rapidamente - Então porque não me conta o que houve?

- Eu acho melhor não, melhor deixar só a polícia saber, não quero que fiquem me perguntando essas coisas depois, me lembrando daquilo - a hesitação se tornou evidente, a menina virou um pouco a cabeça para o lado oposto a Jeon. Os olhos inquietos e a respiração desajeitada fez o moreno sentir pena dela.

- Você sabe que pode confiar em mim, certo? Eu não vou espalhar por aí - ele envolveu a mão da outra mais firme na sua, sentia que o seu tato gélido constrastava com as suas bochechas aparentemente quentes.

- Eu estava saindo do ginásio no fim da tarde, eu e alguns alunos estávamos na detenção, tínhamos que limpar a quadra. Mas... - suas pupilas pulavam inquietas em seus olhos, como se um flashback passasse em sua cabeça - E-Eu paralisei quando vi o corpo dela no chão, ela estava tão machucada, ela... - a mão feminina puxou o cobertor onde escondeu seu rosto banhado de lágrimas.

Jeon sabia que S/n não era amiga da garota, mas aquela situação tornou-se desconfortável para qualquer um. Lee era muito querida, doce e amigável, então encontrar tantas drogas consigo o deixou adortoado. Na verdade, a família da menina não estava diferente e amecava processar os responsáveis por aquela suposta calúnia, pelo ato de colocar as drogas junto da garota.

- Eu ainda não consigo acreditar, nem na notícia, nem nos exames. - o moreno puxou levemente o pano descobrindo o rosto vermelho da menina ao seu lado - Não precisa mais falar disso, deve ter sido difícil. - ele deixou escapar um sorriso gentil e acolhedor para ela, mesmo que ele achasse que aquilo não a confortaria.

Os dois permaneceram lado a lado em um silêncio carregado por melancolia. A multidão crescia e a gestão escolar encontrava-se em agonia, não apenas pela morte da garota dentro da escola, mas também pela reputação da instituição que entrava em julgamento. Não recebia uma "visita" policial desde o último escândalo com um professor de má índole, isso já tinha alguns anos.

Jungkook!

Uma jovem gritou em meio a todo aquele caos, ele correu rapidamente assim que avistou a mulher de cabelos escuros, igualmente os seus. Jeon se acolheu nos braços femininos, deixando algumas lágrimas molharem seu rosto. Sentiu a tranquilidade envolver seu peito quando a moça deixou um selar em sua testa antes de secar sua face.

- Eu fiquei tão preocupada, meu amor! - ajeitou os fios que caiam no rosto de seu filho - Você está bem?

- Eu só estou com medo e... - os orbes eram confusas e agitadas da mesma maneira que sua mente - Eu não sei, estava tentando ajudar uma amiga  - Ele lentamente desceu o tom de sua voz ao ver o local, que anteriormente S/n estava, vazio - Acho que ela já foi para casa.




🍂


- Ótimo! Pensei que se atrasaria. - a voz atingiu os limites da sala assim que S/n abriu a porta.

- A senhora já sabe, mãe? - a mulher sorriu com sarcasmo antes de levar o cigarro aos lábios pintados pelo batom - O que eu não sei, filhinha?

- Eu sei que não queria que eu chegasse tarde - a menina baixou a cabeça lentamente enquanto a rigidez tomava seu corpo - Eu estou errada?

- Não sobre isso. - ela assobrou a fumaça do fumo como uma chaminé - Mas acho que está errada em aparecer com um garoto, filhinha, ainda mais na TV.

Seu pai se aproximou da mulher, os dois carregavam um sorriso que S/n conhecia bem. O homem tomou o cigarro nos dedos e tragou a nicotina, levantando a cabeça como se aquilo fosse de extremo prazer. Sorriu descendo os lábios em direção aos de sua esposa. Os lábios se amassaram deixando a fumaça escapar entre o ósculo.

- A gente não tem nada. - soltou rapidamente sentindo os dedos soarem - Deixem ele em paz!

- Por que você está nos interrompendo? Por que está falando dessa maneira? - a voz masculina tomou o ambiente em um tom superior ao da garota. Esta estremeceu vendo a testa do pai enrugar, um típico sinal de que ele está bravo.

- Você está sendo insolente, não vê que isso não está certo? - a mulher levantou afundando os dedos finos das mechas de cabelo - Eu não quero você perto de nenhum garoto.

- Mas... - os argumentos não saiam, S/n tinha bolo em sua garganta que dificultava até sua respiração, os olhos úmidos, tomados pela tristeza e o sentimento de solidão.

- Você não deve descutir conosco, só queremos o melhor para você, você tem que estudar. - ela olhou para o homem que acenou em aprovação.

- Hoje temos grãos para o jantar. - o homem sorriu antes de deixar a sala juntamente com sua cônjuge. Sobrou apenas o frio na espinha da menina, sua única companhia e velha companhia.

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⏰ Última atualização: Jul 03, 2021 ⏰

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