Capítulo 27- Are We Understood?

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Clarice um dia escreveu uma frase muito certa:"Sinto saudades de tudo que marcou minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado. Eu sinto saudades."

E eu realmente sinto saudades, mas, no momento, sinto saudades de apena uma pessoa. Você sabe muito bem quem ela é. Eu sei, Jesy sabe, minhas paredes sabem, até mesmo o pote de sorvete de chocolate que eu estava comendo naquele momento, sabia.

Eu jamais poderia imaginar que Perrie tinha se tornado uma peça primordial da minha vida, até perdê-la. Mas como desistir dela não estava nos meus planos, eu já havia começado a pôr em prática a operação para tê-la de volta. Até agora não tinha dado resultado nenhum e era meio óbvio que isso iria acontecer. Mas eu não poderia simplesmente deixar tudo de lado, só porque ela estava me ignorando descaradamente.

Já fazia alguns dias que estava mandando uma série de cartõezinhos para seu apartamento, às vezes com frases de Clarice, às vezes com frases de algum outro autor, às vezes eu apenas escrevia o que meu coração queria dizer. Eu não saberia dizer se Perrie recebia meus cartões, se os ignorava ou se os guardava. Eu não havia recebido nenhuma resposta de volta.

Nem pelos cartões, nem pelos SMSs, nem pelos telefonemas e nem pelas minhas batidas incessantes na porta do seu apartamento, o que resultou na ida dos seguranças até a sua porta, para me retirar do prédio. Foi constrangedor, mas eu estava disposta a passar por tudo aquilo para tê-la de volta. Estava disposta a passar pelo o que quer que fosse.

Meus devaneios foram cortados pelo barulho do celular, meu alarme tocando e avisando que era a hora de tomar minha pílula anticoncepcional, que eu passei a tomar desde que eu contracenei com Perrie. Era mais uma das mil clausulas que estavam naquele maldito contrato que assinei com Leigh-Anne.

Voltei para minha cama depois de tomar um copo d’água para ajudar a descer a pílula e deixei meu ombro cair em total derrota.

Até mesmo a comer essa montoeira de chocolates que eu havia comprado, acompanhado pelo filme “Diário de uma Paixão”, inspirado no livro do meu amado autor, Nicholas Sparks. As lágrimas estava rolando soltas pelo meu rosto, enquanto eu enfiava mais uma colherada de sorvete de chocolate em minha boca, quando a campainha tocou.

A primeira reação que passou pelo meu corpo foi o choque. Logo depois, o meu coração começou a bater freneticamente. Eu sabia que não era Jesy – ela havia passado quase a tarde toda comigo e foi embora ao anoitecer, para passar a noite na casa de Leigh-Anne –, e não estava esperando nenhuma outra visita. Até porque, quem na face da Terra iria me visitar, depois de todo aquele escândalo na Igreja.

Apenas Perrie. Talvez – por algum milagre dos céus – ela possa ter mudado de ideia e veio pessoalmente responder todos os meus chamados. Com essa esperança tomando conta de toda a minha mente – e consecutivamente, de meu coração –, dei um pulo do sofá e passei a costa das mãos pela boca. Meu estado não era o melhor do mundo, visto que eu vestia apenas um baby-doll velho, aquele típico pijama de estou-na-fossa-não-me-incomode, mas Perrie já havia me visto nua. Aquilo realmente não era nada.

Ajeitei meu cabelo, tendo a certeza de que o baguncei ainda mais e fui até a porta, abrindo-a em um solavanco. O sorriso que eu pensei em abrir sumiu rapidamente dos meus pensamentos enquanto via meus tios me olharem furiosos. Sem pedir licença, eles entraram e olharam ao redor como se estivessem procurando por alguém. Respirei fundo e fechei a porta, sabendo que, mais cedo ou mais tarde, teria de encará-los.

— Por um momento, eu pensei que sua amiguinha estaria transitando pelo seu apartamento. Transitando nua, pelo seu apartamento. Sorte dela não estar aqui. — meu tio disse em um tom ríspido.

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