Anônimo

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Estavam por todas as manchetes de Paris, uma foto de Gabriel com um escrito chamativo na lateral: "GRANDE ESTILISTA PRESO", não me contive em pegar uma das revistas nas bancas e ler os escritos abaixo, eles estavam em letras menores mas igualmente tentadoras "Gabriel Agreste foi preso essa manhã e seu motivo continua uma incógnita, heróis parisienses explicarão o ocorrido nesta tarde."

Todos ainda estavam surpresos, a família Agreste sempre pareceu muito cordial e confiável, os borburinhos relatavam suspeitas de ser lavagem de dinheiro dentro da empresa, mas ninguém se arriscava conectar os heróis de Paris em um caso de lava jato, era tudo tão confuso para os parisienses nessa manhã nebulosa.

-Não acredito Carolina, Gabriel para mim era um modelo de vida, tão reservado, bem sucedido, educado e com um filho carregando essas mesmas características.- sussurrava uma senhora de meia idade, cabisbaixa, a tal Carolina apenas assentiu e continuaram sua caminhada pela calçada.

-Ei, Mari!- uma voz familiar me aborda, rapidamente me viro e vejo Nino.- Marinette, você viu o Adrien?- Nino parece ofegante, como se tivesse corrido uma maratona.

-Não o vi desde ontem, está preocupado pelo caso Agreste?- mostro a capa da revista apelativa para o garoto, que nega com a cabeça.

-Não entendendo, Mari, Gabriel sempre foi muito rígido e direto, mas nunca pensei que fosse um criminoso.

-É, bom a única coisa a fazer agora é esperar Ladybug com as respostas.- ele parece ainda mais preocupado com a falta de informações sobre o caso do pai do melhor amigo.-Não se preocupa, tudo vai ficar bem, estamos aqui pelo Adrien também, ele não está sozinho.

-Com licença moça, vai comprar a revista?- o dono da banca me interroga com um tom incomodado, afinal tenho rodado com essa revista por algum tempo.

-Ah, não, desculpa.- devolvo a tal revista na mesma estante cheia de capas exatamente iguais.- Nino, quer ir comigo até a escola?

O garoto meio avoado diz que sim e caminhamos juntos até a grande escadaria da frente do colégio, a diferença era que hoje todos estavam meio calados, os sussurros e picuinhas rolavam soltos pelos ouvidos dos estudantes.

Assim que apareci no primeiro degrau todos viraram seus olhares curiosos para mim, me senti em uma cena de filme.

Entre as vozes baixinhas que entoavam ao meu redor pude escutar palavras desconectadas como: "Sim era o pai do ex namorado dela!"; "Será que ela tem respostas sobre?" e "Pobre Adrien, será que ela sabe como ele está?".

O que mais me machucava era que sim eu tinha respostas para todas as perguntas cochichadas.

-Mari, Nino, vocês sabem onde está Adrien?- disse Alya ajeitando seu óculos.- Tentei ligar mas sempre cai na caixa postal, ele está bem?

Tendo em vista que todos os alunos estavam atentos na nossa conversa, puxo Alya de canto e digo para Nino me seguir, o destino era um canto menos movimentado.

-Eu sei sim como ele está, o conselho tutelar está tomando conta do caso dele, parece que a coisa sujou mesmo para o pai dele.

-Você tem falado com ele? O que vai acontecer? Ele vai ser transferido de escola? OU ATÉ MUDAR DE CIDADE?

-Não sei Alya, Adrien disse que os heróis vão comentar sobre isso durante a reunião transmitida nessa tarde.

Os dois me olham confusos, realmente era muito para digerir em poucos minutos.

-Você sabe se ele tem algum parente próximo em Paris?- era a vez de Nino perguntar.

-Não faço ideia, a pessoa mais próxima de Paris é sua tia, ela mora em uma das cidades vizinhas, não gosta muito da movimentação de Paris.

Apenas Uma Noite (parte dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora