Todos estavam loucos na plateia do palco montado na praça de Paris, a Torre Eiffel ficava bem atrás do palco e estávamos em cima dela enquanto a transmissão não começava.
-Então você vai só improvisar?- disse Lila balançando os pés nervosa.
-É, não deu tempo de escrever um discurso completo mas vai dar tudo certo.- eu estava falando essas palavras mais para mim do que para Lila, na verdade dentro de mim eu estava morrendo de nervoso.
-Claro que vai dar certo, você consegue Marinette.- Adrien diz e segura minha mão sorrindo para mim.
O prefeito sobe no palco e diz algumas palavras que não entendo, estou ainda repassando algumas possíveis frases na minha cabeça que podem compor meu discurso improvisado.
-Os heróis de Paris, Ladybug, Chat Noir e Volpina!- escuto sair da boca do prefeito nossos nomes então assumo que seja hora de entrar em cena.
Lanço meu ioiô na haste que segura a bandeira da França em cima do palco móvel e me jogo para fora da Torre Eiffel. Os outros dois me seguem, Volpina hesita um pouco antes de pular até o palco mas vai mesmo assim.
-Boa tarde Paris!- aceno para a câmera e para os cidadãos que assistiam tudo ao vivo e em cores na plateia.- Espero que todos estejam bem, iremos hoje falar sobre a prisão do influente Gabriel Agreste.- respiro fundo ordenando as palavras na minha mente.- Vocês devem estar se perguntando o que os heróis de Paris tem a ver com toda a confusão e eu entendo essa questão batendo na cabeça de vocês, acontece que Agreste não era apenas qualquer criminoso que lava dinheiro ou outra coisa assim...
-Srta. Ladybug, você tem ideia do que vai acontecer com a família Agreste depois da prisão de Gabriel e quem levará os negócios da moda Agreste?- um jornalista grita desviando minha atenção e uma muvuca de falação se instala no depoimento.
-A equipe vai lidar com a família do criminoso em sigilo.- Volpina se pronuncia no microfone que foi entregue pelo prefeito para cada membro da equipe de heróis.- Hoje vamos informar sobre Gabriel apenas.
-Sim, bom voltando ao foco.- digo de novo tentando lembrar do que estava falando antes do jornalista me interromper.- Gabriel Agreste foi condenado por inúmeras ameaças a vida de nossos cidadãos e também a segurança e propriedade privada.- respiro fundo me concentrando na parte importante do discurso.- Gabriel Agreste era HawkMoth.
A plateia se pronuncia com diversos suspiros exasperados e todos se olham assustados e confusos.
-Mas srta. Ladybug o que vai acontecer com sua equipe agora? Se a ameaça foi cessada os policiais serão o suficiente na segurança da cidade, não é?
Um soco no estômago foi o que senti naquela pergunta, o problema é que ainda não decidimos o que vamos fazer exatamente a partir de agora. Olho nervosa procurando apoio em Chat ou Volpina mas eles me olham em confusão.
Um silêncio desesperador foi deixado após a questão do jornalista, os flashes vindo dos espectadores foi a única coisa que se ouvia. De repente Adrien leva o microfone a sua boca e olha para a plateia.
-Estaremos entre vocês, secretamente rodeando as ruas de Paris em nossas identidades civis e prontos para ajudar assim que o perigo sair do controle, o nosso trabalho foi cumprido e nossas vidas continuam naturalmente.
Sinto um aperto no coração com isso, é muito egoísta dizer isso mas vou sentir falta de ser uma heroína, a energia e adrenalina envolvida são incríveis e na minha cabeça iríamos fazer isso para sempre, mas também é bom ter uma vida normal com afazeres normais sem mentiras nem nada.
-E além disso, não é o fim completo, vocês podem ver a equipe pulando por aí pelos prédios de vez em quando.- Lila disse rindo.
O engraçado era que alguns parisienses da platéia choravam, sim, choravam e enxugavam suas lágrimas, foi aí que caiu minha ficha, todos amavam acompanhar os heróis da cidade e acompanharam a gente desde o início, não era emocionante apenas para nós.
-Agora que tudo acabou vocês poderiam dar informações detalhadas sobre a relação entre você sr. Chat Noir e srta. Ladybug?- um jornalista se pronuncia no meio da multidão e causa risadas em todos menos em mim que fico envergonhada com a situação.
-Não é necessário eu acho.- digo enquanto sorrio para o perguntador.- Iremos dar uma entrevista para o programa da Nadia Chamack, quaisquer mais perguntas vão ser respondidas lá.
Giro meu ioiô de volta para a Torre Eiffel e aceno para os cidadãos. Vejo Chat Noir fazer um símbolo de coração com os dedos para o jornalista que perguntou sobre nós e rio comigo mesma.
Foi um dia e tanto mas ainda não está perto do fim, toda a burocracia de Adrien e sua tia ainda precisam ser resolvidas, parece que isso não acaba nunca!
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Apenas Uma Noite (parte dois)
FanficTudo estava e sempre estaria perfeito para Marinette e Adrien... não é?