Torre Eiffel

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oii<3
finalmente saiu o capítulo depois de 3 anos neKKKK
espero que gostem.

Para o incrível que pareça, o ensaio foi até divertido. Decidi não contar a Adrien até a saída, tinha medo de ser um escândalo e o ensaio não acontecer por nossa conta.

A parte ruim disso tudo era que Adrien queria dar as mãos para mim e eu recuava sempre, ficava desviando dele toda hora em que se aproximava, acredito que esteja tudo muito confuso para ele.

Antes de eu sair do banheiro da casa-barco, me arrumava no espelho e penteava meu cabelo, escutei burburinhos no corredor que despertaram minha curiosidade.

Era Nino e Lila conversando sobre algo que reconheci como Adrien Agreste, me aproximei da próxima com passos de algodão e encostei minha orelha no buraco da chave.

-O que será que está acontecendo com ele? Parece triste não só hoje, já faz alguns dias.- escuto um estalar de língua em decepção de Nino.

-Não faço a mínima ideia Lila, deve ser alguma coisa com o pai dele.- ele fez uma pausa e deu uma risada.- Também é provável ser obra do relacionamento dele com Marinette, sempre tem problemas naquele meio.

Não era verdade, eu e ele mal brigávamos no dia-a-dia, só em momentos muito específicos.

-Pode ser mesmo, não acho que ela esteja fazendo muito bem para ele, o que acha?

O que? Lila sabia muito bem que eu não tinha nenhuma culpa no comportamento de Adrien, ele mesmo causou isso para si mesmo!

-Não sei, é melhor irmos antes que se preocupem conosco.

-Tem razão, quer carona para casa?

Não acredito que Lila esteja tentando manchar minha imagem para os outros, ela é tão gentil e doce. Talvez seja minha forma de interpretar a frase, não devia ter sido a intenção dela. Mesmo assim achei muito estranho.

Depois que se afastaram abri com cuidado a porta e olhei ao redor, felizmente o corredor estava vazio novamente.

Ao virar pelo corredor meu corpo choca com outro bem maior.

-Marinette? Precisamos conversar.- era Adrien, é claro. Ele tinha uma feição séria.

-Sim eu sei, mas não aqui, vamos para a minha casa.

Ele assentiu com a cabeça e caminhou ao meu lado até a ponte da casa em um silêncio constrangedor.

Virei para me despedir rapidamente de Luka, que tinha um enorme sorriso estampado no rosto.

-Foi ótimo, Luka, muito obrigada.- puxei para um abraço e ele passou as mãos pelas minhas costas e apertou forte.

-Não foi nada, Nette, eu adorei sua presença.- ele se afastou e beijou a minha mão de leve.

Corei com o ato, não tive resposta, só acenei com a mão e me virei de volta para Adrien, que encarava Luka com um olhar reprovador.

-Parece que você já se esqueceu da parte que ainda namorávamos.

Isso mesmo, namorávamos, no passado.

-Foi só um abraço! E eu que deveria estar brava nessa relação.

Ele apenas abaixou o olhar e continuou andando com as mãos no bolso.

-Quantas vezes preciso repetir que estou arrependido?

Ele parou mais para trás no meio do caminho e me olhou com um olhar triste. Respirei fundo, talvez tenha que falar sobre isso aqui mesmo.

-Era isso que queria conversar, Adrien.- me afastei ainda mais e fechei os olhos devagar.- Não precisa mais repetir isso.- abri os olhos e vi os seus se iluminarem.- Porque estamos em um término por um tempo.

Sua feição mudou totalmente em questão de segundos, suas sobrancelhas ergueram em uma elevação surpreendentemente.

-O-o que? Não! Me desculpa, Mari! Droga! Pela milésima vez me perdoa!- ele se aproximou e tentou pegar minha mão, mas eu recuei.

-Não dá, Adrien, não consigo te perdoar não sabendo o que mais você pode esconder de mim, quem sabe problemas com seu pai?- ele abaixou cabeça com um olhar culpado.- Ou que tal uma traição?

-Você sabe que eu nunca te trairia, Marinette!

-Esse é o ponto, Adrien, eu não consigo mais confiar em você!- gritei aquilo que minha mente mantia para si mesma faz um tempo, foi bom deixar isso sair, senti um alívio misturado com tristeza dentro de mim.

Vi seus olhos marejarem de lágrimas e não consegui conter as minhas.

-Não consigo mais confiar em você e isso estraga tudo o que temos, não existe relacionamento sem honestidade.- limpei algumas lágrimas e voltei a encara-lo, Adrien continuava paralisado, sem nenhuma reação em seu rosto além de tristeza pura.- Adeus, Adrien.

Me virei e me afastei enquanto engolia o que tinha acabado de acontecer, minha cabeça ia a mil por hora e meus pensamentos todos turbulentos.

Cheguei a um ponto da caminhada que comecei a correr e limpar as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

Enquanto corria pelas ruas movimentadas parei em um beco e recompus minha postura, esperando o choro passar.

-Tikki, eu sei que é melhor só se tranformar em emergências, mas tenho bastante certeza que essa é uma delas.

-Tudo bem, Marinette, só não faça bobagens!- ri dos seus bracinhos em pose mandona na cintura.

-Pode deixar.- fechei a bolsinha conforme ela saiu.- Tikki, spots on!

Parece que a onda vermelha até ajudou nos meus sentimentos, o choro tinha cessado, restava apenas as marcas vermelhas na minha bochecha denunciando as lágrimas que caíram.

Pulei de prédio em prédio, sentindo a brisa da noite por meus cabelos, tinha um cheiro de chuva misturado com grama que me fez sorrir. Um cheiro familiar.

Sentei na Torre Eiffel e observei as luzes da cidade de Paris. Enquanto passava os olhos pela cidade vi a mansão Agreste, uma enorme casa contemporânea e escura, senti as lágrimas voltarem e respirei fundo.

Não poderia voltar a chorar, precisava me acostumar com a ideia de conviver com Adrien mesmo estando separados.

Pequenas memórias invadem minha mente, tudo o que passamos juntos para acabar assim, sozinhos, separados e distantes não só em físico, mas emocional.

Me encolhi entre os ferros que compunham a torre e deixei mais lágrimas descerem pelo meu rosto, meus soluços ficavam cada vez mais altos ao passo em que meu choro ia se intensificando.

Vai ficar melhor, eu acho.





Apenas Uma Noite (parte dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora